segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Bairros de Sydney (parte II)

Continuando o post anterior, hoje vou falar das áreas a oeste do Sydney CBD. Mas antes de começar, quero mostrar um mapa que saiu ano passado no jornal aqui com uma média de preços por bairros seguindo a linha do trem. Eu particularmente sempre preferi morar num bairro que tenha acesso de trem porque eles são muito mais confiáveis em termos de frequência e tempo de viagem do que ônibus ou barcas. Quando eu morava em Rosebery (a 9km da City), demorava 40 minutos pra chegar no trabalho por conta do transito que o ônibus pegava, além de as vezes ficar séculos esperando um ônibus atrasado ou que quando passava não parava por estar muito cheio (aqui quando o ônibus atinge a lotação máxima permitida – que não chega nem perto do sardinha em lata que são os ônibus no Brasil – ele simplesmente não pára mais pra pegar passageiro e se pára o motorista não deixa mais ninguém entrar). Já agora eu moro a 30km da City e demoro os mesmos 40min pra chegar ao trabalho porque pego o trem, que nunca está lotado, raramente atrasa e vou sentada sempre.
 
Esses preços do mapa abaixo se referem ao aluguel de 1 quarto, e o valor é por semana:

 
Esse mapa foi criado pelo site Flatmates.com.au e eles mapearam também Melbourne e Brisbane além de Sydney. Essa reportagem do DailyMail explica melhor no contexto das 3 cidades.

Voltando aos bairros do oeste, pela lista de regiões vai englobar o Inner West, Canterbury-Bankstown, Greater Western Sydney and Western Sydney. O South West eu vou comentar um pouco quando falar da área sul. Como estou fazendo a análise por local council porque é mais especifico, vamos a eles.

O council Inner West é o mais próximo do CBD e engloba bairros como Balmain (bem posh e caro, consequentemente), Leichhardt (conhecido como o bairro italiano), St Peters, Stanmore, Enmore, Marrickville (todos os 4 parecidos, bairros mais antigos com bom comércio em volta. O Thiago tem um certo horror a essa área porque a maioria dos prédios são antigos e meio decadentes arquitetonicamente falando. Tem ainda Petersham – o bairro português, onde os brasileiros vão pra comprar produtos brasileiros e até mesmo comer nos vários e ótimos restaurantes portugueses com culinária semelhante a nossa. Eles sempre tem também festas portuguesas como o festival anual (falei dele nesse post aqui) onde sempre rolam quitutes brasileiros e itens da nossa cultura. A estrela dessa área porém, é sem dúvida Newtown, bairro culturalmente riquíssimo, com muitos bares/música/cinema e uma vida noturna fortíssima. É um bairro de estilo mais alternativo, onde vc vai ver as mais variadas tribos e culturas misturadas. Aliás, uma visita a esse bairro é parada obrigatória pra todos que vêm em Sydney a passeio.

Outro council de destaque é o City of Parramata que engloba vários bairros como o Olympic Park (já falei dele no blog nesse post aqui e nesse outro aqui) e o mais conhecido de todos: Parramata. Essa área do oeste é muito estilo ame ou odeie. Tem gente que ama morar lá, fala super bem, e muitos odeiam. Eu e Thiago estamos no time dos que odeiam. haha Meus motivos: é quente, nem tão barato assim (Parramata é um grande centro de comércio, se duvidar até maior que o CBD e com isso bem valorizado), e muitos dos grupos de imigrantes que foram morar lá não se adaptaram ao estilo de vida australiano e perpetuam os (maus) hábitos de seus países de origem. Então muitos desses subúrbios são sujos, a criminalidade é mais elevada, os problemas entre vizinhos (barulho, sujeira, etc) são mais frequentes e por aí vai. Eu não acho que seja uma questão do país de origem do imigrante em si (e odeio quando generalizam que isso é coisa de indiano/árabe/chinês, porque não é!), mas da mentalidade que se formou nessa área. Enfim, essa e a minha opinião e como eu disse tem quem ame o oeste.

Ainda no oeste tem o council de Strathfield que engloba os bairros de Strathfield, Belfield, Flemington, Greenacre e Homebush. Eu só conheço Strathfield e pra mim entra no mesmo balaio de bairros do oeste que não são a minha praia.
 
Por fim, tem o council de Canterbury-Bankstown que engloba bairros mais próximos do CBD como Beverly Hills, Earlwood, Picnic Point, Revesby e outros mais distantes como Canterbury e Bankstown. Eu até simpatizo com a área de Beverly Hills por exemplo (o Thiago não gosta), mas os mais afastados caem no meu desgosto como o oeste em geral.

Dizem que essa área do oeste é mais violenta, e olhando o mapa de crimes parece que sim dependendo do crime (fonte aqui):

Estupro

Furto

Homicidio

Agressão
 
Ainda assim, basta olhar o número de ocorrências no ano que dá pra ver que a criminalidade é extremamente baixa, nem se compara com as maiores cidades do Brasil.

Nos próximos posts falo sobre o norte e o sul de Sydney.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Bairros de Sydney (parte I)

Hoje eu estava respondendo um email sobre os melhores bairros pra se morar em Sydney e me dei conta que há séculos penso em escrever um post sobre isso e sempre adio. Mas é uma pergunta que sempre me fazem, o que eu compreendo porque quando se muda pra uma cidade desconhecida perdemos as referencias de melhores/piores bairros.

Só que essa discussão de melhor/pior bairro é muito, mais muito relativa. Afinal cada pessoa tem um estilo de vida, um histórico de vida e vem de cidades muito diversas do Brasil. Ainda tem a questão do objetivo da estadia em Sydney: é pra estudar? É pra viver de forma permanente? Tem filho pequeno? Vou tentar fazer um esboço geral das áreas mais conhecidas da cidade.

O Estado de New South Wales (NSW) é dividido em councils (prefeituras) e cada council engloba diversos suburbs (bairros). Esse mapa dá uma ideia geral da divisão em NSW como um todo e em Sydney especificamente (apesar que eu acho que alguns council estão desatualizados, como o de Rockdale que unificou com Botany Bay).

 
Uma forma mais abrangente de se dividir a Grande Sydney é por Regiões, usando como base o CBD (Central Business District), sendo elas:
  • Canterbury-Bankstown
  • Central Business District
  • Eastern Suburbs
  • Forest District
  • Greater Western Sydney
  • Hills District
  • Inner West
  • Macarthur
  • Northern Beaches
  • Northern Suburbs
  • North Shore
  • Southern Sydney
  • South-western Sydney
  • St George
  • Western Sydney
 
 
Vou falar usando como base a divisão dos councils e apenas de forma geral sobre as regiões que mais conheço (em negrito acima), sendo que info oficial só nos links que vou colocar, o resto é opinião minha apenas.

O mais famoso deles, claro, é o City ofSydney, que cobre a área central da cidade e engloba bairros famosos como Surry Hills, Sydney CBD, The Rocks. É uma das áreas mais valorizadas da cidade pela proximidade com o CBD. Nós já moramos naquela região, em Rosebery, eu gostava por um lado pela proximidade da City, mas foi ficando muito caro alugar um apto e achamos que não estava mais valendo a pena. Isso que Rosebery é um dos mais baratos da região, Surry Hills que é o bairro mais posh (chique) leva o quesito imóvel caro pra outro nível. rs Nesse council tem bairros com perfis diferentes entre si, como os alternativos (Glebe, Newtown), os posh (Paddington, Surry Hills, Elizabeth Bay), os modernos (Zetland, Waterloo), e ainda uma ovelha negra que é Redfern, que apesar de ser um subúrbio bem próximo do CBD é mais desvalorizado por causa de alguns conjuntos habitacionais que existem no bairro, muitos bares meio decadentes e que trazem muitos bêbados pras ruas, etc.

Outro council com área bem valorizada é o Woollahra que cobre Vaucluse, Bellevue Hill, Cooper Ward, Double Bay, Watsons Bay e Paddington, dentre outros. Igualmente caro, senão até mais porque tem algumas áreas com vista pra baía – caso de Vaucluse, Double Bay e Watsons Bay.
 
Outro queridinho é o Waverley Council que engloba o famoso bairro de Bondi, além de outros bairros queridinhos porserem a beira mar como Bronte, Clovelly, Tamarama e Waverley. Uma das áreas preferidas dos estudantes pra morar, pela proximidade da praia e enorme contingente de estudantes estrangeiros no local. Os preços de aluguel são caros e os imóveis antigos em sua maioria. Vc literalmente paga pela proximidade da praia, inúmeros bares e excelente comércio local, além de excelente acesso de transporte (incluindo trem que vai até Bondi Junction). Eu não moraria nessa região, particularmente, porque exatamente por ter um clima mais de festa e oba oba se torna uma área mais suja, com muita gente bêbada nas ruas a noite e tal. Uma exceção pra mim é Waverley, um bairro que sempre tive um xodó (e dizem que a escola pública da área é ótima), mas ainda assim acho que não vale a pena o preço que se paga pelo aluguel nessa região. Mas é o que eu falei no inicio do post: é tudo uma questão de opção de vida e tem quem prefira pagar mais por estar próximo do burburinho de Bondi e pertinho da City.

Ainda nos Eastern Suburbs tem o council de Randwick que engloba outras praias famosas como Coogee e Maroubra, além de uma praia que é o meu xodó – La Perouse. É até certo ponto uma área parecida com a de Bondi, tem praia perto, excelente comércio, bom acesso de onibus e imóveis um pouco mais em conta que Bondi, mas ainda caros pela proximidade com o CBD.
 
Hoje foi basicamente uma introdução, o CBD e os Eastern Suburbs. No próximo post continuo com as áreas sul, norte e oeste de Sydney.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Academia de ginástica

Eu sempre fui uma pessoa ativa (e volúvel, como vcs vão perceber com esse post. rs). Já fiz incontáveis tipos de atividades desde minha adolescência, dos mais variados tipos e intensidades: natação, vôlei, handball, corrida, acrobacia aérea, danças mil (bolero, fox trot, samba, frevo, dança portuguesa, dança espanhola, forro), yoga (vinyasa, iyengar, ashtanga, hatha). No Brasil me lembro de ter feito academia por pouco tempo porque nunca gostei do clima, no máximo fazia as aulas de aeróbica (alô lambaeróbica dos anos 90). Mas quando cheguei aqui na Austrália retomei a academia e peguei amor pela musculação (vai ver que é a idade chegando, musculação acaba virando uma necessidade).

Na minha primeira incursão em academia aqui em down under fiz um post em 2013 contandomeus micos. Hoje já estou bem mais entendida do assunto, mas continuo sem ser expert porque admito que não tenho saco nenhum de seguir esses marombeiros no Instagram, ou ler sobre o assunto. Também não faço dieta, não me preocupo se vou ficar musculosa, meu objetivo é mais ficar em forma e com o corpo minimamente definido. Por sorte eu não ganho peso tão fácil (tá, tudo bem que também não como muito e nem como porcaria – tirando o chocolate, meu vício mor) e ganho músculo fácil, então qualquer exercício feito de forma consistente por 3 meses já me leva ao meu objetivo.

Depois da academia que mencionei no post de 2013, mudei pro Shire e me matriculei no Sutherland Leisure Centre, que é um clube com academia e 3 piscinas enormes. Lá era ótimo também, e com esquema parecido com a outra academia: pagava uns $80 por mês e tinha direito aos equipamentos de musculação, aulas de aeróbica e piscinas. Eu nunca conseguia chegar a tempo das aulas por conta do trabalho, mas ia sempre malhar e corria na hora do almoço no trabalho. Assim como na outra academia lá tinha uma consulta inicial com um treinador da academia que durava 1 hora e onde ele fazia toda a avaliação inicial, me mediu, fez teste de capacidade fitness na esteira, e elaborou um programa de musculação com base no que eu queria.
Uns meses depois de ter começado nessa academia engravidei do Lucas e tive que parar tudo. Durante a gravidez toda fiz yoga e foi maravilhoso! Super recomendo yoga na gravidez, comecei com umas 11 semanas e fui até a última semana de gravidez fazendo aula 1 vez por semana com uma professora sensacional que encontrei no Shire. Me relaxava, alongava, curou a crise de dor nas costas que tive no meio da gravidez, enfim, super recomendo.

Depois que o Lucas nasceu passei o primeiro ano meio por conta dele, a amamentação atrapalhava de eu sair sozinha, enfim, não fiz exercício nenhum. Logo que ele completou 1 ano voltei pra academia, mas em seguida tive a infecção renal que me fez ficar 1 semana internada no hospital seguido de mais 1 mês de antibióticos. Esses antibióticos destruíram minha imunidade, e passei os 4 meses seguintes muito mal, emendando gripes, sem forças pra malhar, irritada, vivia cansada. Fui numa naturopata que me curou, mas chegamos a conclusão que eu estava exausta demais pra fazer academia então retomei a yoga. Assim segui até ir pro Brasil em Setembro passado, e quando voltei mais uns problemas de saúde no fim do ano me mantiveram longe dos exercícios.

Com a chegada de 2017, era hora de voltar ao ritmo de exercícios! Dessa vez optei por não retomar a academia do clube e sim me matricular na Crunch, famosa rede de academias aqui em Sydney, principalmente por causa do preço e por abrir até mais tarde. A Crunch funciona assim: vc paga $8.95 por semana para ter direito aos equipamentos de musculação apenas ou $12.95 por semana pra ter direito aos aparelhos + aulas + acesso a todas as academias em Sydney. Detalhe que com esse valor de $12.95 vc ainda pode levar um amigo de graça todas as vezes que for na academia! Ah, e não tem taxa de matricula e nem contrato, vc paga mês a mês. Imbatível o preço, né? Detalhe que o meu escritório recentemente passou a reembolsar $40 de academia por mês (além dos $110 de plano de saúde que eles já reembolsavam), então no fim vou pagar apenas pouco mais de $10 por mês de academia. Não tem desculpa pra não malhar!

Claro que o fato de ser tão barata tem alguns pontos ruins, e o principal deles é que não tem a avaliação inicial que fiz nas outras academias, não te dão um programa de malhação, e nem tem instrutor pra tirar dúvida nos aparelhos. Se vc quiser esses serviços tem que contratar um personal trainer. Eu acabei contratando um apenas por 2 sessões pra ele montar um programa, e como fiz com uma amiga ele me cobrou $60 por 2 sessões. Achei bem razoável e daqui a uns meses pago mais umas sessões para fazer uma reavaliação das minhas metas.
Depois de ter o Lucas tenho um sério problema pra malhar: falta de tempo. Não consigo ir de manha pois acordo as 6am e é uma correria pra arrumar as nossas coisas e do Lucas, fazer meu green smoothie e o café do Lucas e sair de casa as 7am pra levar ele na creche. Chego no trabalho pouco antes das 9am e saio as 5:30, assim a hora do almoço e a noite é o único tempo que tenho pra malhar. Na hora do almoço eu costumo correr em Circular Quay, mas com esse verão absurdamente quente que tem feito está inviável porque o sol fica um maçarico e com o clima seco é sufocante correr. O bom é que a minha mensalidade da Crunch dá acesso a outras academias da rede, então pros dias quentes vou na academia da City malhar. Aí a noite vou na Crunch do Shire, mas só consigo ir 2x por semana porque tenho que revezar as noites com o Thiago, já que ele tem futebol nas quartas e teoricamente diz que quer nadar um outro dia (digo teoricamente porque ele é daqueles que sempre procrastinam fazer exercício, nem parece o mesmo de quando o conheci que malhava, escalava, etc). Nos dias que estou sozinha com o Lucas já pensei em ir malhar porque na academia tem uma “creche”, mas confesso que fico com dó de deixar o Lucas lá porque é só um cercadinho micro com alguns brinquedos, e é aberto então ele vai me ver circulando pela academia e chorar horrores. Não consigo deixar ele chorando então estou adiando testar essa opção. Já nos fins de semana é o único momento que temos de fazer programas em família e nós 3 saímos bastante, e o Lucas está numa fase tão gostosa que me dá dó trocar esses momentos pela academia. Ou seja, só me restam os dias que trabalho na hora do almoço e a noite. No fim são 5 idas a academia por semana, então acho que não está tão ruim.

Comecei tem 2 semanas e já sinto uma mudança incrível! Meu nível de energia aumentou, não sinto mais o cansaço eterno que me consumia, estou dormindo super bem (antes mesmo nas noites que o Lucas dormia a noite toda eu acordava várias vezes, 5:50 já tava de pé com insonia, uó) e minha tara por chocolate também diminuiu (eu estava comendo quantidades absurdas diariamente, agora já estou reduzindo pro mínimo). Ainda falta ajustar minha alimentação pois apesar de eu comer bem no café e almoço, a noite é uma desgraça por pura falta de tempo. Com a rotina de dar jantar, banho e colocar o Lucas pra dormir cedo, muitas vezes fico do almoço até 8:30 da noite sem comer. Tenho que planejar umas refeições mais saudáveis pra noite. 
Só espero que dessa vez com meu novo aliado Fitbit o retorno a academia não seja só um daqueles projetos de ano novo que não duram até março. rs

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Jamberoo Water Park

No fim de semana que passou, aproveitando a onda de calor surreal que tem feito esse ano, fomos no Jamberoo, um parque aquático aqui em Sydney. Eu sou meio ressabiada com parque aquático porque nunca curti muito. Se não me falha a memória (e ela sempre falha, impressionante!) só fui nos parques do Wet ‘n Wild até hoje – uma vez (ou duas) no Rio, uma em Cancun, e uma em Sydney. Na de Sydney eu até fiz um post bem rabugento contando da experiencia aqui.

Aliás eu reli o meu post sobre o Wet ‘n Wild e o mais engraçado foi a parte que eu ficava espantada com os trajes da galera, as mulheres com biquíni grande e blusa ou maiô, os homens todos de bermuda, as crianças cobertas com roupas inteiras e chapéu estilo Chaves. E advinha como eu, Thiago e Lucas nos vestimos agora? hahahaha Ser mãe é mesmo cuspir pra cima, como mudamos a forma de pensar e agir! Primeiro que meus biquínis micro estilo brasileiro foram aposentados há tempos, porque convenhamos que um biquíni micro não combina com os quilinhos a mais que a maternidade traz ou com o fato de eu estar sempre correndo atrás do Lucas. Fora que usar biquíni de lacinho e cortininha com criança pequena é pedir pra ficar pelada na piscina/praia, porque óbvio que em algum momento a criança vai puxar ainda que involuntariamente. Então faz tempo que eu adotei o biquíni grande na parte de baixo e um top na parte de cima quando vou na piscine, principalmente se estou sozinha com o Lucas. Recentemente ainda adotei o maiô na piscina, bem mais prático. Na praia coloco uma parte de cima menor pra não fazer uma marca bizarra, mas evito os cortininha muito pequenos ou tomara que caia (esse último por motivos óbvios). O Thiago, por sua vez, aboliu a sunga na piscina porque absolutamente nenhum homem usa sunga aqui na piscina. rs Na praia ele ainda usa, apesar de poucos homens aqui usarem. Já o Lucas, assim como a grande maioria das crianças aqui, usa sempre uma roupa de praia com fator de proteção 50 que cobre pelo menos metade dos braços e metade das pernas + um chapéu estilo Chaves que cobre orelha e pescoço. Isso porque o sol na Austrália é um maçarico por conta do buraco na camada de ozónio bem em cima do país, e a incidência de câncer de pele é uma das maiores (se não a maior) no mundo. Então todo cuidado é pouco com as crianças, tanto que nas creches tem geralmente a regra de que as crianças tem que ir de blusa cobrindo os ombros, usar protetor solar e chapéu de aba larga sempre que forem brincar na parte externa.

Enfim, voltando ao Jamberoo. Eu continuo tento um nojo mortal de piscinas, mas com o Lucas não me restou alternativa senão encará-las, principalmente porque em dias muito quentes nem pra praia dá pra ir, então só me resta levar o Lucas na piscina coberta do clube. Daí resolvi encarar um parque aquático mais uma vez, apesar do meu receio do Lucas ainda ser muito novo pra curtir. Ledo engano! Ficamos quase 8 hrs dentro do parque e o Lucas curtiu cada minuto!
 
Começando do começo: o Jamberoo fica a 20 minutos de Wollongong, ao sul de Sydney. Como eu moro no Shire, são 1hr de carro pra lá. Do centro de Sydney deve dar em torno de 1hr40min a 2hrs. Saímos de casa bem cedo pra chegar na hora que o parque abre, 10am. Curiosidade na estrada: como tem trechos de subida/descida, a velocidade máxima era 80km/h para carros e 40km/h para caminhões e ônibus. Onde que no Brasil vc vai ver caminhão andando a 40km/h em estrada??? Ah, a Austrália que não cansa de me surpreender…

 
Chegamos lá as 10:10am e já estava lotado! O estacionamento bombava e eu comecei a ficar tensa imaginando o perrengue que íamos passar. Como tínhamos comprado o ingresso pela internet (custa $65 para adulto e $55 para criança maior de 3 anos), entramos direto sem fila, apenas com uma rápida parada na entrada pros seguranças revistarem as bolsas (mal e porcamente, diga-se de passagem). Um segurança me perguntou a idade do Lucas, mas não pediu nenhum comprovante. Como ele tem 2 anos, não pagou ingresso.

Uma vez lá dentro tentamos colocar as tralhas num armário (que custam $10 pelo dia) mas os que tinham logo na entrada já estavam lotados. Acabou que nem tentamos achar outro porque estávamos com o carrinho mesmo (já que o Lucas ainda tira soneca na hora do almoço) e deixamos as tralhas no carrinho perto das piscinas que íamos.
 
Uma coisa que logo de cara me surpreendeu no parque é a quantidade de verde, com árvores, grama (e moscas) por todo lado. Muito diferente do deserto de concreto do Wet ‘n Wild. Dá pra ver pelo mapa do parque:


 
Logo na entrada fica uma praia artificial, que tem uma parte com toldo pras crianças pequenas, com escorregas pequenos e piscina rasa. O Lucas já amou de cara (a cara emburrada é porque ele não curte foto, mas amou essa piscina):



 

De lá fomos pro Banjo Billabong que tem um enorme water play, com escorregas e tal. Infelizmente a altura mínima pra essa atração é 1 metro, então o Lucas não pode entrar. Essas as fotos dessa atração:


 
Daí fomos pro Mushroom Pool, que é uma piscina só pra toddlers (crianças menores de 3 anos basicamente, mas até 5 anos podia entrar). Lá tinha um escorrega só pra crianças menores de 5 anos que adultos não podiam ir. Eu fiquei tensa do Lucas ir sozinho, mas claro que meu pequeno corajoso quis ir e foi bem tranquilo. Foto abaixo:


 
Logo ali do lado tinha outra piscina pequena pra toddlers com vários escorregas e ao lado um tronco de equilíbrio pra crianças maiores (e adultos), que óbvio que o destemido do meu filho quis ir e colocou muito adulto no chinelo andando e se equilibrando direitinho no tronco.
 

Nessa hora já era meio dia e colocamos o Lucas pra dormir e fomos comer. Tinha bastante fila pra comprar comida, mas foi razoavelmente rápido. Isso foi outra coisa que gostei do parque: apesar de lotado era bem espaçado então sempre tinha lugar pra sentar, comer, descansar. A comida foi razoável, não dá pra esperar muito de um parque assim. Eu comi um fish & chips e o Thiago um hambúrguer (o meu estava bom, o do Thiago era bem ruinzinho). Tinha ainda cachorro-quente, pipoca, sorvete, essas porcarias normais de parque. Eu levei comida tipo lanche pro Lucas (fruta, cracker), e planejava dividir meu fish & chips com ele, mas ele fez greve de fome e comeu muito pouco o dia todo, o que ocorre normalmente em dias muito quentes. Depois de meros 40min dormindo, o danadinho acordou com a corda toda e rumamos pra Billabong Beach, que é uma outra praia artificial mas essa exclusivamente pra crianças menores de 5 anos. O Lucas simplesmente se acabou por lá pelas próximas 4 horas! O único senão foi o grande escorrega que tinha lá que não me deixaram ir com ele (tinha uma regra de que adultos não podiam subir na plataforma) e o Lucas até poderia ir sozinho, se subisse autonomamente. Eu não queria deixar porque ele é muito pequeno e o negócio é imenso, mas claro que ele é louco destemido e quis ir mesmo assim. Deixei, mas no meio da escada veio um jato d’água do alto que assustou ele (ele ama piscina mas odeia água na cara, vai entender…) e fez ele dar meia volta e descer e nunca mais tentar subir aquele brinquedo. Achei perfeito! Haha Tirando esse escorrega alto tinham vários outros escorregas menores, animais gigantes esguichando água e até uma mini caverna com desenhos dentro que o Lucas absolutamente amou! Vejam as fotos:



 
Esses eram basicamente os brinquedos pra crianças, além do Rapid River que é aqueles rios de correnteza que dava pra criança ir desde que acompanhada por um adulto. Detalhe que eu fui nesse rio sozinha com o Lucas e foi um desastre total porque era fundo pra mim (tipo acima da minha cintura) e eu não conseguia nem por um decreto entrar na bóia, no meio da correnteza, carregando o Lucas no colo. Uma amiga me ajudou a entrar, o que eu só consegui com ela segurando minha bóia e eu colocando o Lucas sentado na borda, mas acho que pela minha falta de jeito ele ficou com medo e não curtiu muito. Pra terminar, achando que a saída seria mais fácil, pulei da bóia com ele no colo e afundamos os 2 no rio. Coitada da criança, tomou um caldo da mãe desnaturada. haha Pelo menos foi um caldo de leve, melhor que o Thiago que foi levar o Lucas no mesmo rio, também sozinho, e tomou um caldo homérico pra entrar na bóia, daqueles de ficar debaixo d’água sem conseguir subir (ele Thiago, não o Lucas, porque como bom pai ele conseguiu elevar o Lucas acima da água). Segundo o Thiago o caldo foi tão feio que ele achou que os salva-vidas viriam resgatá-lo. haha Daí vcs vêem de onde o Lucas tirou essa alma corajosa e destemida, de 2 pais loucos. haha
 
Pra não dizer que não aproveitamos brinquedos de adulto, decidimos nos revezar com o Lucas nessa piscina-praia e fomos em alguns outros brinquedos. Eu fui no Perfect Storm, que é um tubo imenso e fechado com água dentro, simulando um rafting radical que vc desce de bóia com até mais 3 pessoas. Foi absolutamente sensacional! Já o Thiago foi no Funnel Web, que é parecido com o que eu fui, mas menos rápido. Como estava muito cheio e as filas enormes (eu levei quase 1hr pra ir no Storm!), não conseguimos ir em outros brinquedos, apenas no The Rock que é uma pedra de 5 metros de altura que vc pula pra uma piscina. Digamos que a pedra é mais alta do que parece e depois do salto rolou um: “merdaaaaa, é muito mais alto do que pareciiaaaaaa….” e uma engolição de água básica ao cair na piscina. haha

Saímos de lá com o parque fechando, absolutamente destruídos mas valeu tanto a pena que já penso em voltar lá em breve, assim que eu recuperar minhas energias, porque a sanidade eu pareço que não tenho mesmo pra me meter nessas maratonas. haha
 
 
P.S.: Detalhe pras nossas roupitchas nas fotos. O Lucas coberto dos pés a cabeça (a bóia eu coloco quando quero um pouco de paz, porque sem ela eu não posso piscar que o danadinho se joga de cara na água. E essa boia tipo colete foi a unica boia que ele aceitou colocar, aquelas de braço ele não deixa colocar nem a força) e eu e Thiago de camisa. Essas camisas foram fundamentais porque afinal passamos 8hrs debaixo do sol maçarico australiano. Além disso repassei protetor solar fator 50 em mim e no Lucas a cada 1hora, e com isso saímos de lá ilesos sem queimaduras ou pele ardida.


 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Reveillon 2016-2017

Eu já tinha feito 2 posts sobre reveillon, em 2012 e 2013. Apesar de em 2012 eu não ter feito uma atualização contando como foi a experiencia com o ingresso pago no Botanic Gardens, a vista foi ótima mas não perfeita. Vimos de trás do Opera House os fogos, e ainda tinha uma árvore alta atrapalhando um pouco a visão. Valeu a pena, mas não sei se eu repetiria pagar tanto por aquele local.

Ainda acho que a melhor vista é de um barco, mas além de caro eu acho que o Lucas precisa ser maior pra eu encarar o perrengue.

Em 2014 o Lucas era recém nascido, então literalmente dormimos durante a virada do ano no intervalo das mamadas. Ano passado (2015) o Lucas ainda era muito pequeno e nós estávamos na Nova Zelandia, então acabamos não fazendo nada. Esse ano eu tinha pensado em ir para Brighton Le Sands, que é uma praia relativamente perto lá de casa (uns 20 minutos de carro) e que tem fogos as 9pm para as famílias com crianças. Mas no último minuto do segundo tempo um dos sócios aqui do escritório onde eu trabalho ofereceu de virmos ver os fogos daqui do escritório. Detalhe: eu trabalho em pleno Circular Quay, bem no meio entre o Opera House e a Harbour Bridge, e como é no décimo andar e ainda tem uma grande varanda, a visão da baía e, consequentemente, dos fogos, é simplesmente perfeita.

Chamei um casal de amigos com filho da idade do Lucas para vir, e montamos uma verdadeira operação de guerra pra trazer as crianças enquanto eles estivessem dormindo já, porque eu morro de medo da varanda aqui do escritório que não é nada segura pra criança. Fora que meu escritório tem cameras monitoradas em tempo real pelo pessoal dos EUA, então tudo que eu não queria era que eles vissem o Lucas correndo por todo lado.
 
Achei o estacionamento do Domain (dentro do Botanic Gardens) que cobrava bem razoáveis $20 a hora pela noite do reveillon, fizemos a reserva e decidimos vir de carro por volta de 7:30pm para as crianças dormirem no carro. Durante o dia levei o Lucas para uma maratona de piscina + pula-pula pra ele ficar bem cansado, dei o jantar e banho em casa e partimos. Foi perfeito: as 8pm ele estava dormindo no carro. Pegamos um pouco de transito porque tinham vários bloqueios no caminho, e acabamos chegando no centro em torno de 8:40pm. Até sair do estacionamento, validar o ticket e andar até meu escritório, acabamos perdendo os fogos das 9pm (sempre tem fogos as 9pm para as crianças e depois os da meia-noite), até escutamos no caminho mas não deu pra ver. Como o Lucas estava na parte mais pesada do sono, ele sequer acordou com o barulho desses fogos.

Chegamos no escritório e fomos confraternizar com outras pessoas que vieram também, comemos nosso piquenique que trouxemos, e conversamos bastante até meia-noite. Na hora dos fogos a vista não podia ser mais perfeita, do alto e bem no meio entre o Opera House e a Harbour Bridge, como vcs podem ver nas fotos abaixo. Os fogos de Sydney sempre ocorrem acompanhado de uma trilha sonora, que esse ano incluiu músicas de Prince e David Bowie. Para mais vídeos e fotos dos fogos, é só ir nesse site aqui.

Os fogos foram bem bonitos e tal, mas eu continuo achando que nenhum espetáculo de fogos vence o de Copacabana. Soa bairrista, eu sei, mas nunca vi fogos tão bonitos e tão longos como os de Copacabana.

Na volta pra casa o Lucas acordou, quase a 1 da manha, para meu desespero. Pegamos um transito absurdo só pra sair do centro (o que era esperado) e ainda fomos deixar 2 pessoas em casa, com isso só chegamos em casa as 3 da manha, e o Lucas só foi dormir as 3:30. No fundo foi bom porque ele dormiu até mais tarde e não nos acordou as 6 da matina como sempre.

Pra quem quer passar o reveillon em Sydney e ver os fogos de perto, ou paga-se muito caro ou tem que chegar nos pontos turísticos muito cedo, tipo antes do meio-dia, e ficar sentado no mesmo lugar até a meia-noite pra guardar o lugar e poder ver os fogos. Se chegar depois de 3-4 da tarde, pode esquecer que a maioria dos pontos no centro (Circular Quay, Botanic Gardens) já está fechado o acesso pois quando os organizadores vêem que atingiu um número x de pessoas eles fecham todos os acessos. Muita gente vai pro norte de Sydney pra ver os fogos do outro lado da ponte, mas além de ficar muito cheio também, o escoamento depois dos fogos é bem pior porque as estacões de trem do norte são menores (na City pelo menos tem 6 estacões de trem razoavelmente perto pra escoar a galera). Enfim, não sei se eu sou muito preguiçosa pra muvuca, ou se com o Lucas ainda pequeno me desanimo de dormir tarde (ele dorme as 8pm e acorda as 6am, ou seja, se eu dormir depois de 11 da noite durmo pouco e mal porque ele ainda acorda durante a noite), mas o fato é que reveillon não me anima muito não. Mas pra quem se animar, recomendo se programar com antecedência, pois tudo nessa cidade é feito com muita, mas muita antecedência (tipo, daqui a uns 4 meses, pode começar a procurar e reservar para o reveillon de 2017).

Seguem as fotos da nossa noite:
 
Vista da varanda do  escritório a noite

Thiago, o fotógrafo da noite, montando seu equipamento
(ele é a metidez em pessoa com essa camera. rs)