Não, esse post não está adiantado. Assim como no Rio, conseguir (bons) ingressos pro Reveillon demanda antecedência.
E como esse ano teremos a ilustre companhia da mãe, irmã e sobrinha do Thiago, além de ser o nosso primeiro Reveillon em Sydney, tínhamos que programar algo em alto estilo.:-)
Pra assistir a queima de fogos no Botanic Garden, o parque que fica de frente pra baía onde está o Opera House, a Harbour Bridge, etc, tem-se 2 opções: ir de graça, chegando lá às 8 da manhã e ficando o dia todo até a virada pra conseguir pegar lugar (isso pq tem limite de pessoas, depois a entrada é fechada) e pagar. Claro que eu não vou ficar quase 20 horas com a bunda sentada na grama pra pegar lugar! Pobreza tem limite... rs
Com isso o Thiago pesquisou o ingresso, veja em: http://www.new-years-eve-in-sydney.com. Como ele se inscreveu com antecedência, recebeu um email de VIP acesso aos ingressos, ou seja, temos 1 semana para comprar os ingressos com prioridade, e só depois será aberto ao grande público.
São 3 eventos:
1) Midnight at the Oasis: com jantar e drinks incluídos + mesa e DJ.
2) Harbourlights: inclui uma cadeira de praia, comida em forma de piquenique e garrafa de água.
3) Lawn with The View: inclui só a comida em forma de piquenique. Não pode levar cadeira, apenas um tapete (o picnic hug) pra sentar na grama. Temos um já, vejam a foto:
Como os itens 1 e 2 são pra maiores de 18 anos e a sobrinha do Thiago é menor de idade, ficamos com a opção 3.
O evento começa às 19:30hs e termina 24:30hs e custa $220 por pessoa.
Como todo evento de país organizado (diferente do Brasil, claro), tem várias regras do que pode levar ou não. Na opção que escolhemos é proibido levar:
- qualquer bebida, incluindo alcoolica e água. Tem que comprar tudo lá;
- copo ou taça de vidro;
- no passout (ou seja, depois de entrar no evento não pode sair e entrar de novo);
- vela de qq tipo;
- guarda-chuva e barraca, a não seja que o guarda-chuva seja menor de 50cm;
- cadeira
Vai pro brejo a ideia de levar o champagne... :-/
Temos até o dia 2 de outubro pra comprar os ingressos, e depois é só esperar pelo Ano Novo!
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Shows
Outra coisa que sempre quisemos fazer em Sydney era assistir shows de rock, pop, etc. No início, convertendo tudo pra real, acabávamos desistindo pelo preço. Quando começamos a ganhar em dólar, tudo ficou mais fácil. Coisas que eu achava caríssimo hoje acho normal, e às vezes até mais barato que no Brasil.
Há umas semanas o Thiago viu que ia ter show da Regina Spektor (musa dele) no Opera House, e ele ficou impaciente até garantirmos nossos ingressos. rs
Esse show foi até caro, mesmo pros padrões daqui, talvez por ser no Opera House. Pagamos $103 por cad ingresso, mas taxa de $8.50, e entregaram em casa.
O detalhe é que o show é só em dezembro! Tivemos que comprar com tanta antecedência pois estava esgotando super rápido, e antes que meu querido marido tivesse uma síncope, achamos melhor comprar logo. :-)
Pra quem se interessar, segue o link com as informações do show: http://www.sydneyoperahouse.com/whatson/regina_spektor_2012.aspx
Semana passada, foi a vez de comprarmos ingresso pro show do Cake, esse mais próximo, pelo menos. rs
Será dia 15 de novembro, o Metro Theatre, ingressos a $67.30. Segue o link: http://www.metrotheatre.com.au/events/2012/11/15/an-evening-with-cake
Depois conto como foi o show, a estrutura, etc.
Ainda tem muito show que eu quero ver, e agora depois de fazer as vontades do Thiago 2 vezes, será a minha vez de eleger o próximo. :-)
Há umas semanas o Thiago viu que ia ter show da Regina Spektor (musa dele) no Opera House, e ele ficou impaciente até garantirmos nossos ingressos. rs
Esse show foi até caro, mesmo pros padrões daqui, talvez por ser no Opera House. Pagamos $103 por cad ingresso, mas taxa de $8.50, e entregaram em casa.
O detalhe é que o show é só em dezembro! Tivemos que comprar com tanta antecedência pois estava esgotando super rápido, e antes que meu querido marido tivesse uma síncope, achamos melhor comprar logo. :-)
Pra quem se interessar, segue o link com as informações do show: http://www.sydneyoperahouse.com/whatson/regina_spektor_2012.aspx
Semana passada, foi a vez de comprarmos ingresso pro show do Cake, esse mais próximo, pelo menos. rs
Será dia 15 de novembro, o Metro Theatre, ingressos a $67.30. Segue o link: http://www.metrotheatre.com.au/events/2012/11/15/an-evening-with-cake
Depois conto como foi o show, a estrutura, etc.
Ainda tem muito show que eu quero ver, e agora depois de fazer as vontades do Thiago 2 vezes, será a minha vez de eleger o próximo. :-)
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Cabelereiro
Antes de sair do Brasil eu já me preocupava em como seria a minha vida em Sydney no quesito cabelereiro. No Brasil tinha meu cabelereiro preferido, minha manicure de 15 em 15 dias, minha depiladora de sobrancelha (coisas que só uma mulher entende).
Já sabendo que manicure fora do Brasil é caro e mal feito, comecei a aprender a fazer a minha sozinha ainda no Brasil. O mesmo vale pra sobrancelha. Ainda demoro (muito) mais que os 30 minutos que perdia no salão, mas fazer o que... Quem sabe com o tempo vou ficando mais ágil.
Agora, cortar o cabelo não tem como fazer sozinha, né? Desde que cheguei em Sydney, no final de janeiro, vinha adiando essa questão. Primeiro porque achava o corte aqui caríssimo (no início ainda estávamos na onda de converter pro real), segundo pq tinha receio de entregar minhas madeixas pra qq um.
Com os meses passando, a situação foi ficando insustentável, 8 meses sem cortar o cabelo eu já estava enlouquecendo (again, coisas de mulher...rs).
Cheguei a pensar em cortar em qualquer pela-porco, por 15 doláres, mas não tive coragem...
Eis que num sábado, incentivada por uma amiga, resolvi que era o dia D. Primeiro fomos em Newtown, mas depois de entrar em uns 3 salões que cobravam entre $80 e $90 e ainda tinham fila de espera, desistimos. Fomos, então, pra Kings Cross, também um bairro boêmio de Sydney, apesar de mais trash que Newtown (este mais moderninho).
No primeiro salão que entramos tinha cabelereiro disponível e o preço era exatamente o que eu queria: $40 pelo corte + $10 pra lavar e secar (em tempo: como se corta cabelo sem lavar e secar??). Se quiser blow dry (escova), sai mais caro, mas como meu cabelo é liso não costumo fazer escova, só o secador basta. O salão é bem arrumadinho, grande até, e no dia que eu fui tinha um cabelereiro turco e outra inglesa.
Minha amiga cortou com a inglesa e eu com o turco. Ela não ficou tão satisfeita com a inglesa, que demorou bastante pra cortar, mas eu confesso que gostei do corte dela. Agora, o turco que cortou o meu foi sensacional! Um às da tesoura, super rápido e cortou super bem. Virei freguesa cativa!
Pra quem se interessar, o nome do salão é FM Hair Studio - 48 Darlinghurst Rd, Potts Point, Sydney, tel: 93681155.
Já sabendo que manicure fora do Brasil é caro e mal feito, comecei a aprender a fazer a minha sozinha ainda no Brasil. O mesmo vale pra sobrancelha. Ainda demoro (muito) mais que os 30 minutos que perdia no salão, mas fazer o que... Quem sabe com o tempo vou ficando mais ágil.
Agora, cortar o cabelo não tem como fazer sozinha, né? Desde que cheguei em Sydney, no final de janeiro, vinha adiando essa questão. Primeiro porque achava o corte aqui caríssimo (no início ainda estávamos na onda de converter pro real), segundo pq tinha receio de entregar minhas madeixas pra qq um.
Com os meses passando, a situação foi ficando insustentável, 8 meses sem cortar o cabelo eu já estava enlouquecendo (again, coisas de mulher...rs).
Cheguei a pensar em cortar em qualquer pela-porco, por 15 doláres, mas não tive coragem...
Eis que num sábado, incentivada por uma amiga, resolvi que era o dia D. Primeiro fomos em Newtown, mas depois de entrar em uns 3 salões que cobravam entre $80 e $90 e ainda tinham fila de espera, desistimos. Fomos, então, pra Kings Cross, também um bairro boêmio de Sydney, apesar de mais trash que Newtown (este mais moderninho).
No primeiro salão que entramos tinha cabelereiro disponível e o preço era exatamente o que eu queria: $40 pelo corte + $10 pra lavar e secar (em tempo: como se corta cabelo sem lavar e secar??). Se quiser blow dry (escova), sai mais caro, mas como meu cabelo é liso não costumo fazer escova, só o secador basta. O salão é bem arrumadinho, grande até, e no dia que eu fui tinha um cabelereiro turco e outra inglesa.
Minha amiga cortou com a inglesa e eu com o turco. Ela não ficou tão satisfeita com a inglesa, que demorou bastante pra cortar, mas eu confesso que gostei do corte dela. Agora, o turco que cortou o meu foi sensacional! Um às da tesoura, super rápido e cortou super bem. Virei freguesa cativa!
Pra quem se interessar, o nome do salão é FM Hair Studio - 48 Darlinghurst Rd, Potts Point, Sydney, tel: 93681155.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Night de Sydney - pra dançar
Hoje estou inspirada, tô fazendo um post atrás do outro e deixando-os programados pra irem ao ar nos próximos dias, ao estilo da Cintia. :-)
Desde que cheguei em Sydney, sinto uma falta absurda de dançar forró. Explico: há 9 anos atrás comecei a ir nos forrós com a minha irmã, e desde então não paramos mais. Até conheci o Thiago dançando! (na verdade o conheci só 3 meses depois de começar a dançar, e durante muito tempo íamos toda semana, até ele ficar velho e cansado, dizer que enjoou do forró e parar de me acompanhar. rs)
Algumas fases fui mais assídua, outras menos mas sempre ia periodicamente dançar, era como uma válvula de escape do estresse, durante 4, 5 horas eu não pensava em nada, só dançava. Conheci amigos no forró, fiquei cada vez mais próxima da minha irmã, encontrei o amor da minha vida, enfim, dá pra ter uma idéia de como o forró faz parte da minha vida.
Nos meses antes de vir pra Sydney, fiz um intensivo: ia toda semana dançar no Democráticos, e realizei o sonho de viajar pra Itaúnas no festival de forró com a minha irmã. Uma semana no paraíso, como vcs podem ter uma vaga idéia pela foto abaixo.
Eis que vim pra Sydney e começou minha abstinência. Até descobri recentemente uma banda de forró que toca aqui em Sydney, mas os shows são esporádicos e eu ainda não consegui ir.
Daí que curo (em parte) minha abstinência na salsa, que é bem mais popular por aqui. Por enquanto ainda estou engatinhando no assunto, mal sei a diferença entre salsa, merengue, rumba, bachata (aposto que esse último a maioria não vai saber o que é... rs Resumo: é um ritmo colombiano, cujo país tem uma comunidade forte por aqui). Fora os diferentes estilos dentro de cada ritmo, ontem por exemplo descobri que tem 2 formas de dançar salsa: LA (Los Angeles) style e cuban style. Também não danço propriamente, apesar de ser parecido com o forró, o que ajuda a dar uma enganada, ainda estou longe dos "profissionais" que rolam nesses lugares.
O primeiro lugar que fui dançar salsa foi no Establishment (http://merivale.com.au/establishmentbar), um bar lindo na City. Vejam algumas fotos:
Dessa vez, fui no Cruise Bar (www.cruisebar.com.au), onde a salsa é às quintas (no Establishment é às terças). Eu já tinha ido nesse bar numa festa brasileira, aliás se não me engano eles estão fazendo festa brasileira lá uma vez por mês, aos domingos, com música ao vivo (samba, pagode, axé) e feijoada, churrasco e caipirinha.
O bom do Cruise Bar é que fica no Circular Quay, com uma vista sensacional pro Opera House. Seguem as fotos:
Dos dois, acho que preferi o Establishment, achei o público mais variado. No Cruise Bar todo mundo parecia se conhecer, muita gente com pinta de fazer aula de salsa, então ficava todo mundo que dançava dançando com as mesmas pessoas conhecidas.
Ainda falta conhecer o La Cita (www.lacita.com.au), que fica em Kings Cross, um bar realmente latino, que tem até sextaneja! Mas sertanejo é demais pra mim, não saí do Brasil pra ouvir isso em Sydney! rs (desculpe se alguém gosta...)
O bom dessas noitadas é que a entrada é gratuita, só paga o que for beber. Se quiser beber só água, eles dão de graça também (viu, Natinha, vc ia economizar uma grana saindo pra dançar aqui!).
Outro ponto curioso é que tudo começa cedo, o Cruise Bar às 20:30hs, o Establishment às 21hs e o La Cita às 21:30hs, e à meia-noite já está praticamente acabando. Tudo bem que é dia de semana, mas eu ia nos forrós às quartas e saía 4 da manhã... rs Enfim, nova vida, temos que nos adaptar. O lado bom é que com sorte dá pra pegar ônibus ou trem pra voltar pra casa e economizar no taxi.
Enfim, não é nem remotamente próximo dos meus forrós do Rio, mas já é um começo, mata (um pouco) a vontade de dançar, e ainda ouço música latina, que amo. Quem sabe um dia não começo a fazer aulas de salsa. ;-)
Desde que cheguei em Sydney, sinto uma falta absurda de dançar forró. Explico: há 9 anos atrás comecei a ir nos forrós com a minha irmã, e desde então não paramos mais. Até conheci o Thiago dançando! (na verdade o conheci só 3 meses depois de começar a dançar, e durante muito tempo íamos toda semana, até ele ficar velho e cansado, dizer que enjoou do forró e parar de me acompanhar. rs)
Algumas fases fui mais assídua, outras menos mas sempre ia periodicamente dançar, era como uma válvula de escape do estresse, durante 4, 5 horas eu não pensava em nada, só dançava. Conheci amigos no forró, fiquei cada vez mais próxima da minha irmã, encontrei o amor da minha vida, enfim, dá pra ter uma idéia de como o forró faz parte da minha vida.
Nos meses antes de vir pra Sydney, fiz um intensivo: ia toda semana dançar no Democráticos, e realizei o sonho de viajar pra Itaúnas no festival de forró com a minha irmã. Uma semana no paraíso, como vcs podem ter uma vaga idéia pela foto abaixo.
Eis que vim pra Sydney e começou minha abstinência. Até descobri recentemente uma banda de forró que toca aqui em Sydney, mas os shows são esporádicos e eu ainda não consegui ir.
Daí que curo (em parte) minha abstinência na salsa, que é bem mais popular por aqui. Por enquanto ainda estou engatinhando no assunto, mal sei a diferença entre salsa, merengue, rumba, bachata (aposto que esse último a maioria não vai saber o que é... rs Resumo: é um ritmo colombiano, cujo país tem uma comunidade forte por aqui). Fora os diferentes estilos dentro de cada ritmo, ontem por exemplo descobri que tem 2 formas de dançar salsa: LA (Los Angeles) style e cuban style. Também não danço propriamente, apesar de ser parecido com o forró, o que ajuda a dar uma enganada, ainda estou longe dos "profissionais" que rolam nesses lugares.
O primeiro lugar que fui dançar salsa foi no Establishment (http://merivale.com.au/establishmentbar), um bar lindo na City. Vejam algumas fotos:
Dessa vez, fui no Cruise Bar (www.cruisebar.com.au), onde a salsa é às quintas (no Establishment é às terças). Eu já tinha ido nesse bar numa festa brasileira, aliás se não me engano eles estão fazendo festa brasileira lá uma vez por mês, aos domingos, com música ao vivo (samba, pagode, axé) e feijoada, churrasco e caipirinha.
O bom do Cruise Bar é que fica no Circular Quay, com uma vista sensacional pro Opera House. Seguem as fotos:
Dos dois, acho que preferi o Establishment, achei o público mais variado. No Cruise Bar todo mundo parecia se conhecer, muita gente com pinta de fazer aula de salsa, então ficava todo mundo que dançava dançando com as mesmas pessoas conhecidas.
Ainda falta conhecer o La Cita (www.lacita.com.au), que fica em Kings Cross, um bar realmente latino, que tem até sextaneja! Mas sertanejo é demais pra mim, não saí do Brasil pra ouvir isso em Sydney! rs (desculpe se alguém gosta...)
O bom dessas noitadas é que a entrada é gratuita, só paga o que for beber. Se quiser beber só água, eles dão de graça também (viu, Natinha, vc ia economizar uma grana saindo pra dançar aqui!).
Outro ponto curioso é que tudo começa cedo, o Cruise Bar às 20:30hs, o Establishment às 21hs e o La Cita às 21:30hs, e à meia-noite já está praticamente acabando. Tudo bem que é dia de semana, mas eu ia nos forrós às quartas e saía 4 da manhã... rs Enfim, nova vida, temos que nos adaptar. O lado bom é que com sorte dá pra pegar ônibus ou trem pra voltar pra casa e economizar no taxi.
Enfim, não é nem remotamente próximo dos meus forrós do Rio, mas já é um começo, mata (um pouco) a vontade de dançar, e ainda ouço música latina, que amo. Quem sabe um dia não começo a fazer aulas de salsa. ;-)
domingo, 23 de setembro de 2012
Advogado na Austrália - Barristers X Solicitors
Terminando com o assunto jurídico, vou explicar um pouco do que aprendi sobre being a lawyer na Austrália.
Depois de se formar na universidade (ainda fico confusa com a graduação daqui, undergraduate degree, graduate degree, master, então vou pular essa parte. rs), o bacharel em direito tem 2 caminhos a seguir: ser barrister ou solicitor.
Numa explicação bem básica, o solicitor tem todo o contato com o cliente, faz contratos, as peças, dá consultoria. O barrister fica no Tribunal e só atua nas audiências e julgamentos. Essa era até a situação no início, mas hj os solicitors (ao menos em alguns estados da Austrália, como NSW - estado no qual fica Sydney) já podem comparecer nas audiências.
Então talvez a explicação mais correta atualmente seja que os barristers são especialistas em litígio, nas mais diversas áreas, e são contratados pelos solicitors (nunca diretamente pelo cliente) quando o caso envolve uma briga mais complexa na justiça, ou um crime grave.
No site da Bar Association, essa é a definição pra barrister: "Barristers are lawyers who are entitled to, and work as, independent and sole practitioners. Barristers specialise in court work. They also provide specialised legal advice and, like solicitors, can participate or represent people in mediations and arbitrations."
O barrister é registrado na Bar Association (em NSW - http://www.nswbar.asn.au/), já o solicitor na Law Society (em NSW - http://www.lawsociety.com.au/).
Já falei como é basicamente pra se tornar solicitor no outro post, ter um diploma em direito na universidade, fazer o PLT (Practical Legal Training) e obter admissão na Supreme Court do estado.
O barrister é mais curioso pra quem não é da Inglaterra, Australia e afins.
O caminho pra se tornar um barrister em NSW é o seguinte:
1) degree em direito numa universidade
2) fazer 3 exames na Bar Association para obter o "practising certificate"
3) com o "practising certificate with conditions", o graduado é chamado de "reader", devendo seguir um "Reading Programme", que engloba basicamente um "Bar Practice Course" e "Reading with a tutor"
4) fazer um teste final, tipo um julgamento simulado no tribunal.
OBS: Bar não tem nada a ver com bar de bebida. rs Claro que em inglês bar onde se bebe também é bar, mas esse Bar jurídico significa a Ordem dos Advogados.
Os barristers trabalham em "chambers" (tipo gabinetes) nos tribunais, são sempre autônomos e recebem os casos através dos solicitors.
São divididos em junior counsel e senior counsel (esse último era antigamente chamado de queen's counsel - advogado da rainha -, mas essa nomenclatura já caiu em desuso). Pra se tornar senior counsel tem que ser indicado pela "classe", ter atuado em casos notórios, enfim, uma puxa-saquice só. Com o título de senior counsel o barrister pega casos mais complexos e cobra mais caro. Mas só 10% da classe se torna senior, o resto fica sendo junior pro resto da vida.
Agora a parte curiosa: os barristers tem a tradição de usar além da toga preta, a ridícula peruca nos julgamentos. Além disso eles têm um saco azul (?!?!?!) pra carregar documentos. Vejam abaixo a peruca e o tal saco de um barrister junior.
Nesse site tem o precinho dessa pompa toda: http://www.bredin.com.au/page/legal_package_offers.html
Quando se torna senior counsel, a toga passa a ser de silk - ao invés de wool - e a peruquinha fica mais ridícula:
Pra terminar, essa semana vendo na aula um vídeo sobre como se tornar barrister, eis que surge a cerimônia de nomeação na Supreme Court (que aqui não significa a corte suprema do país, como ocorre no Brasil, mas sim a corte de apelação do estado. A corte suprema da Austrália se chama High Court) e os juízes estão com uma roupa ainda pior!
Eu lembrei na mesma hora do Papai Noel. Parecido, não? Claro que essas roupas esquisitas todas significam status, e eles usam até quando estão na rua caminhando pro tribunal.
Agora a pergunta que não quer calar: a Austrália já não é mais colônia da Inglaterra, tem mesmo necessidade de continuar seguindo essas tradições do século passado??? Até na Inglaterra isso devia ser abolido, essas peruquinhas são definitivamente ridículas! rs Fora o calor que deve fazer vestindo essa roupa toda mais a peruca, isso num país com clima quente como a Austrália deve ser uma delícia...
Depois de se formar na universidade (ainda fico confusa com a graduação daqui, undergraduate degree, graduate degree, master, então vou pular essa parte. rs), o bacharel em direito tem 2 caminhos a seguir: ser barrister ou solicitor.
Numa explicação bem básica, o solicitor tem todo o contato com o cliente, faz contratos, as peças, dá consultoria. O barrister fica no Tribunal e só atua nas audiências e julgamentos. Essa era até a situação no início, mas hj os solicitors (ao menos em alguns estados da Austrália, como NSW - estado no qual fica Sydney) já podem comparecer nas audiências.
Então talvez a explicação mais correta atualmente seja que os barristers são especialistas em litígio, nas mais diversas áreas, e são contratados pelos solicitors (nunca diretamente pelo cliente) quando o caso envolve uma briga mais complexa na justiça, ou um crime grave.
No site da Bar Association, essa é a definição pra barrister: "Barristers are lawyers who are entitled to, and work as, independent and sole practitioners. Barristers specialise in court work. They also provide specialised legal advice and, like solicitors, can participate or represent people in mediations and arbitrations."
O barrister é registrado na Bar Association (em NSW - http://www.nswbar.asn.au/), já o solicitor na Law Society (em NSW - http://www.lawsociety.com.au/).
Já falei como é basicamente pra se tornar solicitor no outro post, ter um diploma em direito na universidade, fazer o PLT (Practical Legal Training) e obter admissão na Supreme Court do estado.
O barrister é mais curioso pra quem não é da Inglaterra, Australia e afins.
O caminho pra se tornar um barrister em NSW é o seguinte:
1) degree em direito numa universidade
2) fazer 3 exames na Bar Association para obter o "practising certificate"
3) com o "practising certificate with conditions", o graduado é chamado de "reader", devendo seguir um "Reading Programme", que engloba basicamente um "Bar Practice Course" e "Reading with a tutor"
4) fazer um teste final, tipo um julgamento simulado no tribunal.
OBS: Bar não tem nada a ver com bar de bebida. rs Claro que em inglês bar onde se bebe também é bar, mas esse Bar jurídico significa a Ordem dos Advogados.
Os barristers trabalham em "chambers" (tipo gabinetes) nos tribunais, são sempre autônomos e recebem os casos através dos solicitors.
São divididos em junior counsel e senior counsel (esse último era antigamente chamado de queen's counsel - advogado da rainha -, mas essa nomenclatura já caiu em desuso). Pra se tornar senior counsel tem que ser indicado pela "classe", ter atuado em casos notórios, enfim, uma puxa-saquice só. Com o título de senior counsel o barrister pega casos mais complexos e cobra mais caro. Mas só 10% da classe se torna senior, o resto fica sendo junior pro resto da vida.
Agora a parte curiosa: os barristers tem a tradição de usar além da toga preta, a ridícula peruca nos julgamentos. Além disso eles têm um saco azul (?!?!?!) pra carregar documentos. Vejam abaixo a peruca e o tal saco de um barrister junior.
Nesse site tem o precinho dessa pompa toda: http://www.bredin.com.au/page/legal_package_offers.html
Quando se torna senior counsel, a toga passa a ser de silk - ao invés de wool - e a peruquinha fica mais ridícula:
Pra terminar, essa semana vendo na aula um vídeo sobre como se tornar barrister, eis que surge a cerimônia de nomeação na Supreme Court (que aqui não significa a corte suprema do país, como ocorre no Brasil, mas sim a corte de apelação do estado. A corte suprema da Austrália se chama High Court) e os juízes estão com uma roupa ainda pior!
Eu lembrei na mesma hora do Papai Noel. Parecido, não? Claro que essas roupas esquisitas todas significam status, e eles usam até quando estão na rua caminhando pro tribunal.
Agora a pergunta que não quer calar: a Austrália já não é mais colônia da Inglaterra, tem mesmo necessidade de continuar seguindo essas tradições do século passado??? Até na Inglaterra isso devia ser abolido, essas peruquinhas são definitivamente ridículas! rs Fora o calor que deve fazer vestindo essa roupa toda mais a peruca, isso num país com clima quente como a Austrália deve ser uma delícia...
sábado, 22 de setembro de 2012
TAFE
Como eu disse no post anterior, como no momento não dá pra ser advogada aqui, também não consigo nada na minha área, eu estava enlouquecendo de ficar parada. Preciso ao menos sentir que estou andando pra frente, sabe? Mesmo que não seja na direção definitiva, mesmo que role uma curva lá na frente.
O caminho mais fácil que arrumei foi fazer um curso no TAFE. Pra quem não sabe o TAFE, como eles mesmo definem no site, "is the largest vocational education and training provider in Australia and one of the best in the world" (https://www.tafensw.edu.au/).
Fazendo uma comparação muito rasa, é tipo um SENAI, ou CEFET, ou qualquer desses cursos técnicos que existem no Brasil. Não é uma qualificação de nível superior, mas te habilita a ingressar no mercado de trabalho, nas mais diversas áreas.
A diferença é que enquanto no Brasil os cursos técnicos não são tão valorizados como uma faculdade, aqui é a porta de entrada pra maioria das pessoas no mercado. Sinto que aqui as pessoas não dão tanto valor a universidade, a experiência profissional conta mais.
Fora que os cursos do TAFE são curtos e infinitamente mais baratos se comparados com os da universidade.
Para quem está na Austrália com visto de estudante, um curso no TAFE não vale a pena por ser muito caro. Mas pra residentes o preço cai de uma forma impressionante, na maioria das vezes não passa de $500 dólares por semestre.
A rigor o caminho de estudos no TAFE começa com o Certificate I, em seguida o II, III, IV e por último o Diploma, este último equivalente ao primeiro ano de uma universidade.
Tem curso pra todo gosto, vejam os nomes de alguns que peguei do site: "Animal studies", "Accounting", "Automotive Sales (Specialising in Replacement Parts and Accessories)", "Hospitality", "Printing and graphic arts", "Tourism", e muitos, muitos, muitos mais. O TAFE tem dezenas de campus e institutos, espalhados por toda o país, e é bem reconhecido por aqui.
Muita gente não começa do nível 1, que é muuuiiitoo básico. Qualquer experiência profissional que vc tenha ou formação anterior pode contar pra pular umas etapas.
No meu caso eu decidi fazer o curso de "Legal services - Certificate IV", cuja definição no site deles é a seguinte: "This course is for people who wish to work in the legal sector as a legal secretary, legal support officer, legal assistant or paralegal. You will learn how to work within the legal framework, conduct legal research, establish and maintain files and communicate effectively."
Em junho passado foi a inscrição, levei meu diploma e histórico do Brasil traduzidos, e me colocaram pra fazer uma prova de typing + conceitos básicos do word (tranquilo) e outra de legal terminology. Nessa última foi uma desgraça, cheia de pegadinha, muita coisa específica não só de direito em si, mas da função de secretariado. Resumo: não fui bem e a coordenadora do curso quis me colocar no Certificate III. Argumentei que não fazia sentido com meu "5 years degree" no Brasil, que os termos em inglês eu aprendia fácil, mas não teve jeito, ela disse que o curso estava lotado de qq forma (são só 15 a 20 pessoas por turma, 1 a 2 turmas por semestre, e tem prioridade quem fez o nível anterior). Eu podia ter tentado outro campus, pois essas regras e chatices variam muito, mas confesso que fiquei com preguiça, esse campus que fiz a prova (Ultimo) é na City, pertinho de casa. Fora que não quis correr o risco de perder mais 6 meses, e, afinal, mesmo dando um passo atrás sempre vou ter coisa a aprender, ainda mais em inglês.
Com isso comecei o nível III em agosto, o curso se chama "Business Administration (Legal)", e segundo o site: "You will learn how to use legal terminology, draft legal correspondence, maintain records for time and legal disbursements and apply principles of confidentiality and security in the legal office. You will learn how to
apply knowledge of the legal system to complete administrative tasks." Dura 6 meses, full time (3 vezes por semana o dia todo), e são 6 matérias, sendo 3 jurídicas (legal terminology, legal office & simulated legal office) e as outras 3 de business em geral (database, excel, power point, advanced word, keyboarding).
Essa semana encerrei o primeiro trimestre do curso, e já deu pra fazer um balanço: tédio total! haha
As matérias não jurídicas é de um be-a-bá impressionante. Isso porque teoricamente é tudo nível avançado! Fazemos tudo em aula, no Cert. III praticamente não tem trabalho pra casa, e as professoras pouco explicam, temos um livro de passo a passo e cada aluno fica seguindo o seu. Quando a professora resolve explicar, é pior ainda, quase dormi várias vezes. rs
As matérias jurídicas são mais interessantes, mas a professora avança a passos de tartaruga, os alunos parecem lesados, demoram anos pra entender um conceito simples. Talvez eu esteja sendo muito exigente pois já tinha tanto formação acadêmica qt experiência prática, mas enfim.
Claro que estou sendo muito exigente, no fundo sei que todo conhecimento é válido, mal ou bem estou sempre apredendo coisas novas, aprimorando algumas funções de word, excel, etc que já tinha esquecido, aprendendo os nomes em inglês. Na turma só tem eu e mais 2 meninas chinesas, os demais são australianos. Claro que isso também é ótimo pra eu melhorar meu inglês, ter mais contato com temas mais complexos. Achei que eu ia penar mais com o idioma, mas até que não está sendo ruim.
No final a meta de fazer esse curso foi mesmo ter uma qualificação na Austrália, por mais mínima que seja, e quem sabe com isso ajudar na busca por algo na minha área. Ainda estou na dúvida se vou seguir com o Certificate IV e Diploma, a princípio seria o caminho natural das coisas, mas o problema é que fazendo curso integral fico impedida de trabalhar. Até tem esses cursos noturnos no TAFE, mas dura 1 ano ao invés de 6 meses. E de jeito nenhum que eu vou ficar um ano fazendo um módulo desse curso lesma! haha
Bom, agora tenho 2 semanas de férias e depois mais 9 semanas de curso. Em dezembro, quando ele acabar, penso no próximo passo. Sim, porque se tem uma coisa que aprendi (a duras penas) desde que cheguei na Austrália é que tenho que dar um passo de cada vez (baby steps). Não faço mais planos a longo prazo, não fico mais ansiosa com o que o futuro me reserva (ou ao menos tento, projeto in progress...rs), vivo um dia de cada vez. :-)
O caminho mais fácil que arrumei foi fazer um curso no TAFE. Pra quem não sabe o TAFE, como eles mesmo definem no site, "is the largest vocational education and training provider in Australia and one of the best in the world" (https://www.tafensw.edu.au/).
Fazendo uma comparação muito rasa, é tipo um SENAI, ou CEFET, ou qualquer desses cursos técnicos que existem no Brasil. Não é uma qualificação de nível superior, mas te habilita a ingressar no mercado de trabalho, nas mais diversas áreas.
A diferença é que enquanto no Brasil os cursos técnicos não são tão valorizados como uma faculdade, aqui é a porta de entrada pra maioria das pessoas no mercado. Sinto que aqui as pessoas não dão tanto valor a universidade, a experiência profissional conta mais.
Fora que os cursos do TAFE são curtos e infinitamente mais baratos se comparados com os da universidade.
Para quem está na Austrália com visto de estudante, um curso no TAFE não vale a pena por ser muito caro. Mas pra residentes o preço cai de uma forma impressionante, na maioria das vezes não passa de $500 dólares por semestre.
A rigor o caminho de estudos no TAFE começa com o Certificate I, em seguida o II, III, IV e por último o Diploma, este último equivalente ao primeiro ano de uma universidade.
Tem curso pra todo gosto, vejam os nomes de alguns que peguei do site: "Animal studies", "Accounting", "Automotive Sales (Specialising in Replacement Parts and Accessories)", "Hospitality", "Printing and graphic arts", "Tourism", e muitos, muitos, muitos mais. O TAFE tem dezenas de campus e institutos, espalhados por toda o país, e é bem reconhecido por aqui.
Muita gente não começa do nível 1, que é muuuiiitoo básico. Qualquer experiência profissional que vc tenha ou formação anterior pode contar pra pular umas etapas.
No meu caso eu decidi fazer o curso de "Legal services - Certificate IV", cuja definição no site deles é a seguinte: "This course is for people who wish to work in the legal sector as a legal secretary, legal support officer, legal assistant or paralegal. You will learn how to work within the legal framework, conduct legal research, establish and maintain files and communicate effectively."
Em junho passado foi a inscrição, levei meu diploma e histórico do Brasil traduzidos, e me colocaram pra fazer uma prova de typing + conceitos básicos do word (tranquilo) e outra de legal terminology. Nessa última foi uma desgraça, cheia de pegadinha, muita coisa específica não só de direito em si, mas da função de secretariado. Resumo: não fui bem e a coordenadora do curso quis me colocar no Certificate III. Argumentei que não fazia sentido com meu "5 years degree" no Brasil, que os termos em inglês eu aprendia fácil, mas não teve jeito, ela disse que o curso estava lotado de qq forma (são só 15 a 20 pessoas por turma, 1 a 2 turmas por semestre, e tem prioridade quem fez o nível anterior). Eu podia ter tentado outro campus, pois essas regras e chatices variam muito, mas confesso que fiquei com preguiça, esse campus que fiz a prova (Ultimo) é na City, pertinho de casa. Fora que não quis correr o risco de perder mais 6 meses, e, afinal, mesmo dando um passo atrás sempre vou ter coisa a aprender, ainda mais em inglês.
Com isso comecei o nível III em agosto, o curso se chama "Business Administration (Legal)", e segundo o site: "You will learn how to use legal terminology, draft legal correspondence, maintain records for time and legal disbursements and apply principles of confidentiality and security in the legal office. You will learn how to
apply knowledge of the legal system to complete administrative tasks." Dura 6 meses, full time (3 vezes por semana o dia todo), e são 6 matérias, sendo 3 jurídicas (legal terminology, legal office & simulated legal office) e as outras 3 de business em geral (database, excel, power point, advanced word, keyboarding).
Essa semana encerrei o primeiro trimestre do curso, e já deu pra fazer um balanço: tédio total! haha
As matérias não jurídicas é de um be-a-bá impressionante. Isso porque teoricamente é tudo nível avançado! Fazemos tudo em aula, no Cert. III praticamente não tem trabalho pra casa, e as professoras pouco explicam, temos um livro de passo a passo e cada aluno fica seguindo o seu. Quando a professora resolve explicar, é pior ainda, quase dormi várias vezes. rs
As matérias jurídicas são mais interessantes, mas a professora avança a passos de tartaruga, os alunos parecem lesados, demoram anos pra entender um conceito simples. Talvez eu esteja sendo muito exigente pois já tinha tanto formação acadêmica qt experiência prática, mas enfim.
Claro que estou sendo muito exigente, no fundo sei que todo conhecimento é válido, mal ou bem estou sempre apredendo coisas novas, aprimorando algumas funções de word, excel, etc que já tinha esquecido, aprendendo os nomes em inglês. Na turma só tem eu e mais 2 meninas chinesas, os demais são australianos. Claro que isso também é ótimo pra eu melhorar meu inglês, ter mais contato com temas mais complexos. Achei que eu ia penar mais com o idioma, mas até que não está sendo ruim.
No final a meta de fazer esse curso foi mesmo ter uma qualificação na Austrália, por mais mínima que seja, e quem sabe com isso ajudar na busca por algo na minha área. Ainda estou na dúvida se vou seguir com o Certificate IV e Diploma, a princípio seria o caminho natural das coisas, mas o problema é que fazendo curso integral fico impedida de trabalhar. Até tem esses cursos noturnos no TAFE, mas dura 1 ano ao invés de 6 meses. E de jeito nenhum que eu vou ficar um ano fazendo um módulo desse curso lesma! haha
Bom, agora tenho 2 semanas de férias e depois mais 9 semanas de curso. Em dezembro, quando ele acabar, penso no próximo passo. Sim, porque se tem uma coisa que aprendi (a duras penas) desde que cheguei na Austrália é que tenho que dar um passo de cada vez (baby steps). Não faço mais planos a longo prazo, não fico mais ansiosa com o que o futuro me reserva (ou ao menos tento, projeto in progress...rs), vivo um dia de cada vez. :-)
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Ser advogada na Austrália
Atendendo a pedidos, estou de volta. :-)
Estamos muito relapsos com o blog, eu sei... O Thiago abandonou de vez, e eu confesso que muitas vezes tenho preguiça de atualizar. Mesmo tendo assunto, vira-e-mexe penso em algo interessante pra escrever, mas logo a vontade passa...rs
Nas últimas semanas eu estava pensando sobre a minha carreira aqui e achei que daria um bom tópico.
No Brasil eu era advogada, me formei em 2004 e tinha mais de 7 anos de experiência, fora os 3 anos antes de me formar em que eu já trabalhava na área. Ou seja, uma bagagem grande pra deixar pra trás.
Quando decidimos vir pra Austrália, eu sabia que não ia ser fácil conseguir algo na minha área. Mas não sabia que seria tãããooo difícil...
Como muitos sabem, o sistema jurídico na Austrália é o Commom Law, baseado no sistema inglês de decisões baseadas em precedentes das cortes. Já no Brasil, o sistema é o Civil Law, de origem romana, baseado em leis.
Eu achava que os dois sistemas seriam completamente diferentes, mas quanto mais eu estudo sobre o sistema australiano mais encontro similitudes. Aqui também tem leis, códigos, normas, e no Brasil também já temos precedentes, mas enfim, mesmo sendo parecido é muito difícil pra um advogado estrangeiro ingressar no mercado.
Pra começar eu não posso trabalhar como advogada por não ter habilitação (tipo a carteira da OAB). Pra ter habilitação, tenho que primeiro validar meu diploma, o que é um longo caminho. Em resumo, tenho que submeter toda minha documentação (histórico, diploma, ementas) para a Law Society (tipo a OAB daqui) e esperar o parecer deles sobre qts matérias complementares eu vou precisar estudar. Segundo já me disseram, pra um advogado do Brasil, são sempre 11 matérias. Só que vc só pode fazer 2 a 3 por semestre, devido ao grau de dificuldade. Ou seja, 2 a 3 anos pra conseguir validar o diploma. Depois disso, tem mais 1 ano de prática jurídica (chamado de PLT - Practical Legal Training). No final disso tudo, tem uma prova na Supreme Court (o Tribunal de Justiça de cada estado) pra finalmente conseguir a habilitação. E mesmo com a habilitação tem um período inicial (que não tenho certeza se de 1, 2 ou 3 anos) em que o advogado tem que ser supervisionado por outro mais sênior, com várias limitações nesse período.
Ufa! Me cansa só de pensar... rs Fora que esses cursos todos são pagos (e caro), o que no momento inviabiliza pra mim pensar nesse caminho no momento. Se é que um dia eu vou pensar em seguir, né, porque já estudei 5 anos de faculdade no Brasil, mas 2 de pós-graduação, meu saco pra voltar a estudar é zero...
Por enquanto sigo tentando ingressar em um escritório em alguma função de suporte, como paralegal, legal assistant, ou até mesmo legal secretary. Mas até isso tá muito difícil, pois para os australianos eu sou "over qualified". Eles não entendem como um advogado com quase 10 anos de experiência pode se contentar com uma função inferior que não exige nem formação acadêmica. Como se eu tivesse opção! Se não posso ser advogada no momento, tenho que tentar começar de novo, mas sem uma oportunidade fica difícil, ora bolas.
Enfim, não estou mais me preocupando com isso, sei que tenho que ter paciência pois na minha área as coisas vão acontecer bem devagar. Por enquanto sigo fazendo meu curso no TAFE, chato a beça, mas isso é papo para outro post.
Estamos muito relapsos com o blog, eu sei... O Thiago abandonou de vez, e eu confesso que muitas vezes tenho preguiça de atualizar. Mesmo tendo assunto, vira-e-mexe penso em algo interessante pra escrever, mas logo a vontade passa...rs
Nas últimas semanas eu estava pensando sobre a minha carreira aqui e achei que daria um bom tópico.
No Brasil eu era advogada, me formei em 2004 e tinha mais de 7 anos de experiência, fora os 3 anos antes de me formar em que eu já trabalhava na área. Ou seja, uma bagagem grande pra deixar pra trás.
Quando decidimos vir pra Austrália, eu sabia que não ia ser fácil conseguir algo na minha área. Mas não sabia que seria tãããooo difícil...
Como muitos sabem, o sistema jurídico na Austrália é o Commom Law, baseado no sistema inglês de decisões baseadas em precedentes das cortes. Já no Brasil, o sistema é o Civil Law, de origem romana, baseado em leis.
Eu achava que os dois sistemas seriam completamente diferentes, mas quanto mais eu estudo sobre o sistema australiano mais encontro similitudes. Aqui também tem leis, códigos, normas, e no Brasil também já temos precedentes, mas enfim, mesmo sendo parecido é muito difícil pra um advogado estrangeiro ingressar no mercado.
Pra começar eu não posso trabalhar como advogada por não ter habilitação (tipo a carteira da OAB). Pra ter habilitação, tenho que primeiro validar meu diploma, o que é um longo caminho. Em resumo, tenho que submeter toda minha documentação (histórico, diploma, ementas) para a Law Society (tipo a OAB daqui) e esperar o parecer deles sobre qts matérias complementares eu vou precisar estudar. Segundo já me disseram, pra um advogado do Brasil, são sempre 11 matérias. Só que vc só pode fazer 2 a 3 por semestre, devido ao grau de dificuldade. Ou seja, 2 a 3 anos pra conseguir validar o diploma. Depois disso, tem mais 1 ano de prática jurídica (chamado de PLT - Practical Legal Training). No final disso tudo, tem uma prova na Supreme Court (o Tribunal de Justiça de cada estado) pra finalmente conseguir a habilitação. E mesmo com a habilitação tem um período inicial (que não tenho certeza se de 1, 2 ou 3 anos) em que o advogado tem que ser supervisionado por outro mais sênior, com várias limitações nesse período.
Ufa! Me cansa só de pensar... rs Fora que esses cursos todos são pagos (e caro), o que no momento inviabiliza pra mim pensar nesse caminho no momento. Se é que um dia eu vou pensar em seguir, né, porque já estudei 5 anos de faculdade no Brasil, mas 2 de pós-graduação, meu saco pra voltar a estudar é zero...
Por enquanto sigo tentando ingressar em um escritório em alguma função de suporte, como paralegal, legal assistant, ou até mesmo legal secretary. Mas até isso tá muito difícil, pois para os australianos eu sou "over qualified". Eles não entendem como um advogado com quase 10 anos de experiência pode se contentar com uma função inferior que não exige nem formação acadêmica. Como se eu tivesse opção! Se não posso ser advogada no momento, tenho que tentar começar de novo, mas sem uma oportunidade fica difícil, ora bolas.
Enfim, não estou mais me preocupando com isso, sei que tenho que ter paciência pois na minha área as coisas vão acontecer bem devagar. Por enquanto sigo fazendo meu curso no TAFE, chato a beça, mas isso é papo para outro post.
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