segunda-feira, 25 de abril de 2016

Aquatic Centre – Olympic Park

Agora que o Lucas está maior e mais difícil de entreter ativo eu tenho buscado sempre levá-lo em passeios legais que sejam sinonimo de diversão pra toda família. Sempre fomos muito em parques ao ar livre, mas agora com o inverno chegando eu tenho buscado mais opções em locais fechados e aquecidos.
 
Esse último domingo fomos conhecer o Aquatic Centre no Olympic Park. As Olimpíadas de 2000 que ocorreram em Sydney deixaram de herança um enorme complexo esportivo, o Olympic Park, que fica no Inner West, a 16 quilometros do centro da cidade. É uma área muito legal com parques com muito verde, playgrounds, mil eventos (shows de música, feiras, workshops, baby expo, etc), esportes, além de dezenas de atividades para as crianças. Vale a pena uma visita no site pra pesquisar sobre a programação da semana.
Já fomos lá inúmeras vezes, seja pra caminhar, andar de bicicleta, assistir um jogo de volley, e sempre (ou quase sempre) aproveitando a viagem pra almoçar no Outback (sim, a mesma rede de restaurantes que tem no Brasil) que fica ali pertinho no bairro de North Strathfield (já inclusive fiz post sobre isso).

Chegamos lá e tinha um grande estacionamento do lado, paramos o carro e fomos pro Aquatic Centre, cuja entrada parece uma caverna. rs
 
Tinha uma pequena fila pra pagar mas foi rapidinho. Custou $7.50 por adulto e menores de 4 anos não pagam e ainda ganham uma fralda de piscina da Huggies gratuita. O horário de funcionamento varia de acordo com os meses do ano, então é melhor checar direitinho preço e horários no site deles.

Entramos e o lugar é bem grande! Tem uma imensa piscina olímpica de um lado e do outro um complexo de 3 piscinas: uma de mais ou menos 1 metro de profundidade que é conjunta com o Rapid River Ride, uma piscina circular com correnteza; o Water Slide, que é um grande escorrega que desemboca numa piscina, mas tem que ter 1.2 metros de altura pra ir; e o Splasher's Water Playground que é um imenso playground com vários escorregas pras crianças, e fica numa piscina rasa que é ótima pros pequenos. Seguem algumas fotos:



 

 

Quando nós chegamos a piscina do playground estava sendo interditada porque alguém tinha vomitado lá (eca!) e demoraram quase 1 hora pra filtrar toda a água da piscina e liberar de novo. Enquanto isso ficamos na piscina conjunta com o rio. O Lucas curtiu, ele agora tá na fase de querer pular então ficava na borda pulando pra dentro da piscina over and over again. Como era um domingo tava bem cheio e como mistura criança de todas as idades, tem que ter sempre atenção com criança pulando, esbarrando, etc, fora a gritaria ensurdecedora, mas isso é o normal de locais assim claro. Ficam bastantes salva-vidas nas bordas da piscina com um apito controlando a bagunça das crianças.
Quando finalmente abriram a piscina do playground, fomos lá todo animados porque o Lucas ama escorrega. Só que no tal do playground tem mil jatos de água vindo de todos os lados, alguns bem fortes, então era meio inviável pra uma criança da idade dele (16 meses). Acho que pra aproveitar mesmo ali a criança tem que ter no mínimo dos mínimos 2 anos, sendo que só lá pros 3-4 é que deve curtir mesmo. Como já estávamos lá há quase duas horas e todo mundo com as mãos enrugadas, saímos em seguida.
Fiquei um pouco decepcionada com os chuveiros pra tomar banho porque a água era muito quente, não dava pra regular, o que complicou pra dar banho no Lucas como normalmente dou quando vamos na piscina. Ah, as piscinas são aquecidas a 26 graus, então estava bem quentinha a água. O complexo é todo coberto, mas sentimos frio ao sair da piscina. Esse é um problema recorrente aqui nas piscinas cobertas nessa época de outono/primavera: ainda não é tão frio pra eles ligarem o sistema de aquecimento, mas ao mesmo tempo já está fresco o suficiente pra qualquer corrente de ar que entra de fora tornar o ambiente frio pra quem está molhado. Mas não foi nada do outro mundo e depois de nos enxugarmos com a toalha ficou ok.
Na parte de cima das piscinas tem um bar com cafés, sanduíches, doces e batata frita (deve ter mais coisa, mas eu não pesquisei mais a fundo). Como todo restaurante/café aqui na Austrália era bem child friendly e tinham bastantes cadeirões altos pras crianças.

No site deles constam ainda várias atrações legais pras crianças como aulas de trapézio, de circo, de natação, além da possibilidade de fazer festa de aniversário lá:

 
 


 
Em resumo minha avaliação foi: o lugar é ótimo, o preço é bom, mas eu vou esperar o Lucas crescer mais um pouco para voltar lá. Por enquanto a piscina que tem no clube perto da nossa casa tem atracões suficientes pra idade do Lucas.

sábado, 23 de abril de 2016

Piscinas em Sydney

Se tem uma coisa que eu nunca fui muito fã quando morava no Brasil eram piscinas. Tinha um nojo absurdo daquela água parada e um monte de gente dentro, fazendo xixi, criança melequenta, etc. No máximo eu ia na piscina do condomínio de alguém vez em nunca. Já fiz muitos anos de natação e tal, mas piscina pra lazer nunca foi a minha praia (aliás prefiro mil vezes praia a piscina).

Quando chegamos em Sydney, descobrimos as piscinas na beira da praia, de água salgada, muitas gratuitas como a de Bronte, Dee Why, muitas pagas como a de Bondi, além das várias piscinas de água doce espalhadas pela cidade como a de North Sydney. Tem vários sites com listas das melhores piscinas ao ar livre, como esse aqui.

Iceberg pool em Bondi
 
Bronte
 
Dee Why
 
North Sydney 

Nós nunca frequentemos nenhuma porque: 1) eu odeio água fria; 2) eu odeio piscina. haha Então num dia quente nossa opção era sempre ir pra praia. E num dia frio/chuvoso, bom, aí quem diabos vai querer ir pra piscina?
Quando o Lucas nasceu, comecei a pagar minha língua em vários sentidos. Quando ele fez 6 meses resolvemos colocar ele na aula de natação, em pleno inverno, então claro que tinha que ser numa piscina aquecida e coberta. Acabamos optando pelo clube que tem perto lá de casa, e que vou falar mais a frente. A aula de natação durou por alguns meses, mas o Lucas perdeu muita aula porque passou 4 meses emendando uma doença na outra (por causa da creche, não da piscina). Aí chegou o verão, o Lucas fazendo 1 ano e já andando e eu comecei a ter um grande problema em dias quentes: o sol daqui é escaldante, o alerta de raios UV nos meses do verão vai de 9 da manhã as 6 da tarde! Ou seja, só sobram 2 horas de manhã e 1 de tarde pra estar exposto ao sol menos forte. Como ir pra praia com um sol de rachar e uma criança pequena que já anda e não pára quieta na sombra? Impossível! Também não dava pra ficar em casa no calor então as piscinas eram a minha salvação. Só que não me adianta uma piscina ao ar livre, porque o sol vai seguir sendo um problema. Aí quem veio como salvação suprema foi a piscina do clube do nosso bairro – o SutherlandLeisure Centre.

Eu já era sócia desse clube há tempos porque a academia deles é a mais barata e completa que achei (custa $85 por mês e dá direito a usar os equipamentos, frequentar as aulas e as piscinas). No quesito piscinas eles tem uma olímpica na área descoberta e uma enorme na parte coberta, que engloba uma parte com raias e outra parte mais rasa para as crianças, além de uma terceira piscina bem rasinha (0.3 metros de profundidade) pros mais miúdos. Vê se não são o máximo as piscinas:


 
No auge do verão eu batia ponto lá com o Lucas pelo menos 1 vez por semana nos dias em que eu não trabalho, e mais uma vez no fim de semana com o Thiago. O Lucas ama ficar andando nas piscinas rasas, pulando da borda, indo nos brinquedos (tem vários cogumelos com jato d’água dos mais variados tipos).
Eles ainda tem uma baita estrutura para as famílias, com enormes banheiros e vestiários, chuveiro com água quente e fria, banheiros pra família (tipo um banheiro grande com vaso, pia, chuveiro e trocador de bb onde os pais podem entrar junto com os filhos), um café com lanches e bebidas e um gramado na parte externa que tem até patinhos andando (esses já foram muito perseguidos pelo Lucas. rs).
Com isso tudo claro que fica um ambiente super familiar e nos fins de semana vive cheio. Como a maioria dos clube (ou leisure centre como são chamados aqui), vc pode pegar a mensalidade ou o dia. Ficamos tão fã de piscina que passamos a querer nos aventurar por outras e visitamos semana passada o Aquatic Centre do Olympic Park (próximo post).

Se vc quiser saber as piscinas mais próximas da sua casa, é só procurar no site do council do seu bairro, ou então numa pesquisa no Google mesmo. Esse site aqui tem uma lista com as melhores piscinas cobertas.
Nessa altura vcs devem estar se perguntando: cadê o meu nojo mortal de piscina? Ah, esse foi embora junto com toda a nojeira que vem junto com ter filhos. :)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Dia de limpeza e organização do blog!


Hoje foi dia de limpeza e organização, como todo bom brasileiro com TOC gosta!

Quem me conhece sabe que tenho TOC sou maníaca por organização. Arrumo qualquer desculpa pra montar uma lista, uma planilha – desde que aprendi a mexer no Excel há alguns muitos anos, minha mania de organização adquiriu contornos profissionais. haha

Pra vcs terem ideia do tamanho da loucura: vamos viajar em Setembro pro Brasil + Europa (uhu!) e eu já tenho uma planilha imensa com 5 abas de planejamento pra viagem: o que levar, o que comprar pra viagem, locais para visitar, como entreter o Lucas em 65 horas (total) de voo + 5 horas de trem (pânico!). Fora minha planilha de orçamento mensal/anual (com direito a análise de gastos, projeção anual, etc), minha planilha de cardápio mensal (com direito a lista de receitas com link), minha lista de atividades com crianças (carta na manga pra dias de chuva e tédio do Lucas), enfim, já deu pra ter uma ideia do meu nível de loucura organização.

Pois bem, hoje me deu uma louca e resolvi organizar o blog! Quando começamos a escrever, há quase 6 anos atrás (como o tempo voa!) não tínhamos pretensão alguma do que seria o blog. Os posts estavam sem nenhuma organização, sem tags, o Thiago escrevia sem fazer revisão de texto (pecado mortal pro meu TOC!), enfim, tava uma zorra o blog era bem despretensioso. Só que passaram os anos e seguimos aqui, o blog cada vez tem mais leitores e recebo muitos emails com dúvidas, pedidos de ajuda, e comecei a perceber que tava faltando uma certa organização nos posts.

Não vou dizer que eu corrigi tudo que me incomodava, como os erros de português dos posts do Thiago (haha), porque meu tempo livre é escasso e não há TOC que faça meu dia ganhar horas extras então tenho que abrir mão de algumas obsessões (*suspiro*). Mas coloquei tag básica em todos os posts (já são quase 180!) e agora na lateral direita do blog vc poderá encontrar os posts separados por assuntos assim catalogados:

1) filosofando: o nome é auto explicativo, né? Estão aí nossos questionamentos iniciais (imigrar ou não imigrar, eis a questão), nossas avaliações da mudança, nossas retrospectivas depois de alguns anos na Austrália;
 
2) processo de imigração: engloba todo o passo a passo que o Thiago explicou no início do blog e alguns outros desdobramentos ao longo dos anos;
 
3) a grande mudança: o nome também já diz tudo, estão aí nossos preparativos e a concretização dessa reviravolta de vida;

4) curiosidades da Austrália: tudo que achamos curiosos em termos de cultura ao longo dos anos;

5) apartamento: temos pós graduação nesse assunto, afinal, já estamos no quinto apartamento na Austrália!

6) restaurantes: engloba também bares e nossas aventuras gastronómicas em Sydney; 

7) utilidade pública: nessa tag vc vai encontrar serviços, públicos ou não, para tornar sua vida mais fácil em Sydney, além de informações de utilidade pública em geral; 

8) trabalho: nossa trajetória profissional em down under + o que eu já fiz aqui de trabalho voluntário;

9) advocacia: como eu já escrevi muito sobre a advocacia aqui, como validar diploma de Direito, etc, e recebo muitos emails de advogados com dúvidas, achei que valia uma tag específica;

10) saúde: todas as nossas experiências com a saúde pública e privada na Austrália;

11) passeios: nossas andanças por Sydney;

12) turistando: essa tag se confunde um pouco com a anterior, mas aqui eu foco mais nos posts com foto de pontos turísticos, assim como nas nossas viagens ao longo dos anos;

13) crianças: claro que não podia faltar a tag pós nascimento do nosso canguruzinho, né. Um novo mundo se abriu pra gente, e com ele muitos passeios focados nos pequenos;

14) aviso aos leitores: meus momentos de desabafo;

15) diversos: tudo que eu não consegui catalogar. haha


É isso, espero que gostem! Se tiverem alguma sugestão de tags, posts, ou qualquer outra sugestão para o blog, a caixa de comentários está aberta a todos!  

Lembro a todos que se quiserem entrar em contato conosco é só clicar no nosso nome que fica na lateral direita do blog e dali clicar no link “email” pra abrir nosso email.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Como fazer o registro civil na Austrália – parte II


Continuando o post anterior, o Lucas já estava todo regularizado em termos de registro civil como australiano, agora faltava o registro civil dele como brasileiro.

O primeiro passo é o Consulado do Brasil em Sydney, que tem todo o passo a passo com a documentação exigida. Não vou repetir tudo aqui caso os trâmites mudem mais a frente e esse post fique desatualizado, mas vou dizer como eu fiz.

Preenchi o “Formulário de Registro de Nascimento”, separei os documentos exigidos e mandei tudo por email para o Consulado. Eles respondem dizendo que receberam e marcando uma data pra retirada da certidão de nascimento, que é gratuita por lei. Com essa data em mãos, já agendei pra dar entrada no passaporte do Lucas no mesmo dia pra aproveitar a ida (no mesmo site do Consulado tem o passo a passo pro passaporte).

Parêntesis: muita gente aqui opta por não registrar a criança como brasileira, só como australiana, e pedir um visto pra criança toda vez que for no Brasil. Eu acho um saco e fora que tem a questão que eu já comentei no post anterior de que vc nunca sabe o dia de amanhã. O único senão de registrar a criança é que com o registro vc tem que obrigatoriamente tirar o passaporte brasileiro, e pra crianças menores de 1 ano a validade é de 1 ano, prazo esse que vai aumentando conforme tabela abaixo:


Detalhe: o passaporte australiano para crianças tem validade de 5 anos e vc ainda tem a opção de atualizar a foto da criança no passaporte depois de 1 ano sem custo algum. Já o brasileiro vc tem que todo ano pagar de novo e tirar novo passaporte. *suspiro*

Continuando: correu tudo bem na retirada da certidão de nascimento e do passaporte do Lucas, sendo que esse último ficou pronto em 48 horas. Daí vcs devem estar se perguntando: onde está então o calvário pra fazer o registro de nascimento no Brasil? Aí que vem a pegadinha: o registro no Consulado é apenas temporário e vc tem que fazer a transcrição num cartório no Brasil. Quando peguei a certidão no Consulado me informaram que essa transcrição no Brasil tinha que ser feita em 180 dias. Ferrou, eu pensei, e pra quem não vai pro Brasil nesse prazo? Depois eu descobri que esse prazo só começa a contar da data que vc chega no Brasil. Tá, mas chega provisoriamente (de férias) ou permanentemente (caso se mude de volta pra lá)? Isso não fica claro, mas no meu entendimento é só quando se mudar permanentemente. De todo modo eu acho recomendável fazer logo na próxima vez que for no Brasil.

Pois bem, alguns meses depois fomos no Brasil a passeio e separei toda a documentação pra fazer a maldita transcrição da certidão. No Consulado tinham me dito que essa transcrição deve ser feita no 1º Ofício da sua cidade, no nosso caso o Rio de Janeiro. Separei todos os documentos meus e do Thiago, levei a certidão original que o Consulado tinha me dado e fui no 1º Ofício de Notas no Centro do Rio. Chegando lá me dizem: “não é aqui não, deve ser no 1º Ofício de Registro de Títulos e Documentos”. Fui nesse outro, e mais uma vez disseram “não é aqui não”, e ainda me olharam com uma cara de espanto como se eu estivesse pedindo pra fazer algo de outro mundo. Tá, eu pergunto, e onde diabos é então? Não sei, ninguém sabe ninguém viu. Com muita má vontade me dão um telefone pra ligar e pedir informação. Ligo e a atendente diz que eu tenho que ir no fórum num local tal pra pegar a informação (?!). Eu respondo: “vc tá louca? Me diz só qual o cartório e pronto”. Aí ela responde que não sabe. Respiro fundo. Alguém do cartório que eu estava sugere que deve ser a 1ª Circunscrição Registro Civil e Tabelionato do RJ, que fica onde? Na Ilha do Governador, ou seja, na pqp! Respiro mais fundo. Penso: “não é possível, vou desistir de fazer essa bosta” e internamente xingo meio mundo. Não me lembro nem como ou quem finalmente me deu um endereço no centro da cidade: Rua da Assembléia, 10 / sala 1509. Parece que a tal da 1ª Circunscrição Registro Civil (que fica na Ilha) tem um posto de atendimento no Centro do Rio. Ufa! Fui lá, esperei uma boa meia hora na fila e quando fui atendida me passaram uma lista de documentos que precisava e eu tinha todos em mãos, mas faltava o comprovante de residência. Daí seguiu-se o seguinte diálogo:

- A sra. precisa apresentar comprovante de residência.

- Mas eu não moro mais no Brasil.

- Então a sra. tem que pedir pra alguém assinar uma declaração dizendo que a senhora mora na casa dessa pessoa e trazer uma conta de luz/gás dessa pessoa.

- Mas essa declaração seria falsa, pois eu não moro mais no Brasil!

- Não importa, faz assim mesmo. Olha, se a sra. não fizer só vai poder dar entrada nesse pedido de transcrição lá em Brasília.

- Oi?

- Ah, e a senhora tem que pagar a taxa também de R$382,46 e nós só aceitamos dinheiro.

- Cuma? Mas o registro de nascimento é gratuito por lei!

- Sim, o registro é gratuito, mas a TRANSCRIÇÃO do registro não.

Respiro fundo e mentalizo coisas boas pra afastar a vontade de bater no atendente do cartório. Saio de lá resignada, e agendo outro dia da minha agenda pra pegar a assinatura da minha sogra na maldita comprovação de residência, ir com ela num cartório pra reconhecer firma, saco essa grana em dinheiro vivo e carrego na calcinha bolsa em pleno Centro do Rio pra poder dar entrada na maldita transcrição num outro dia útil das minhas férias. Ah, detalhe: o Thiago ainda não tinha chegado no Rio, ou seja, eu estava sozinha com o Lucas e tinha que organizar parentes pra ficar com ele porque afinal o Centro do Rio é perigoso demais pra se ficar “passeando” com um bebe de colo.

Com tudo em mãos, volto ao cartório e dou entrada na maldita transcrição que demora quase 1 mês pra ficar pronta, então não daria tempo de eu mesma pegar. Por sorte eles aceitam que outra pessoa pegue mediante a apresentação de um papel que me deram quando dei entrada.

Conversando com outras mães eu descobri que cada cidade no Brasil tem um procedimento diferente e um valor diferente. Algumas mães fizeram até de graça em suas cidades natal! Então caso vc não seja do Rio melhor entrar em contato com o cartório responsável na sua cidade e se informar do procedimento e valores. Agora, se vc for do Rio, prepare-se pra morrer numa grana como eu.

Segue abaixo os documentos solicitados no Rio, sendo que o modelo do “requerimento de transcrição” e da “declaração de residência” vc pode baixar no site do cartório.
 



 

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Como fazer o registro civil na Austrália

Eu estava hoje discutindo esse assunto no grupo de mães daqui e achei interessante para um post. Quando vc mora fora do Brasil, na imensa maioria dos casos a cidadania brasileira é mantida. E se vc ainda é cidadão brasileiro tem que cumprir com os tramites de registro civil (isso sem contar a transferência de registro eleitoral e a declaração de saída fiscal que também são obrigatórias para brasileiros residentes no exterior). Como tudo no Brasil a burocracia é sempre um empecilho chato.

A transferência de registro eleitoral foi relativamente simples, fizemos no Consulado do Brasil em Sydney mediante a apresentação de uma série de documentos (que eles listam no site) e não pagamos nada. Só o Thiago que teve mais problema porque o certificado de reservista original ele tinha deixado no Brasil e não dá pra tirar segunda via pela internet (um inferno esse maldito certificado, e se vc perde faz o que? Dá um tiro na cabeça pelo visto, porque a via crúcis pra tirar segunda via é de matar). Demorou uma eternidade pro nosso novo título de eleitor ficar pronto (tipo, mais de 6 meses) e como fizemos no ano anterior as ultimas eleições, fiquei até com medo de que não ficasse pronto a tempo. Mas ficou e votamos já nas últimas eleições pra presidente. Pra quem não sabe, brasileiros no exterior só podem votar para presidente, e o local de votação varia de país pra país, aqui em Sydney é no Consulado. O bom é que não precisamos mais justificar voto pras eleições municipais e estaduais, o ruim é que não posso votar pra deputado federal e senador, que são quem efetivamente governam o Brasil. Ah, e aqui vc também pode ser convocado pra trabalhar de mesário nas eleições, e segue a mesma regra lenda que no Brasil: normalmente os convocados são aqueles que tiraram o título nos meses anteriores a eleição, é como se o governo “lembrasse” de vc quando vc tira o título ou muda endereço de votação. rs Eu não cheguei a ser convocada oficialmente, mas quando fui pegar meu título me perguntaram se eu não queria ser mesária (como se alguém quisesse ser por livre e espontânea pressão vontade) mas eu estava grávida do Lucas e na data das eleições estaria com quase 8 meses de gravidez. Pior foi eu explicar isso pra pessoa do Consulado (como se a minha visível barriga já enorme não fosse suficiente) e ela me responder: “ah, mas vc pode trazer o bebe com vc” (oi?!?!?!?!). Ah, a transferência de registro eleitoral foi milagrosamente gratuita.
A declaração de saída fiscal fizemos pelo site da Receita mesmo, baixando o aplicativo deles e foi o menos burocrático de todos. Eu não vou me aprofundar nesse item porque tem milhares de variantes dependendo da situação fiscal de cada um.

Já o registro de nascimento do Lucas foi uma dor de cabeça e gastos sem fim. Primeiro ressalto que, talvez por ser advogada, recomendo a todos regularizarem essas questões envolvendo registro civil o quanto antes, senão mais na frente a dor de cabeça é triplicada, acreditem. Esses textos aqui e aqui falam um pouco sobre isso. Aí vcs podem perguntar: mas e se eu nunca mais voltar a residir no Brasil? Ainda preciso fazer isso? SIM! Nunca se sabe o dia de amanha, né? Vc ainda tem família e amigos no Brasil, fora que seus filhos crescendo podem optar por morar no Brasil, estudar lá, e se eles não forem registrados por lá a dor de cabeça pra regularizar a situação tardiamente é enorme e pode envolver ter que ajuizar uma ação judicial, o que fica ainda mais caro e trabalhoso.

Enfim, eu sou “certinha” e faço tudo o quanto antes. Esse texto aqui tem ótimas informações sobre documentação de filhos de brasileiros residentes no exterior. Vou falar então sobre como foram os procedimentos que adotei na prática ano passado, quando o Lucas nasceu, e os custos envolvidos.

Se a criança nasce na Austrália mas é filha de brasileiros, ela é automaticamente brasileira (ou melhor, tem direito ao registro de nascimento no Brasil), mas não é automaticamente australiana. Para ser australiana, a criança tem que: 1) ter um dos pais australiano; 2) ter um dos pais como residente permanente na Austrália. Assim, se a criança nascer aqui e os pais tiverem algum visto temporário (como o de estudante) ela não será australiana, podendo fazer o registro apenas no Brasil. No nosso caso, como eu e Thiago temos residência permanente aqui, pudemos fazer o registro no Lucas tanto no Brasil quando na Austrália.

Qual se faz primeiro? O registro na Austrália, porque vc vai precisar dele pra fazer o registro no Consulado Brasileiro. Na prática funciona assim: ainda na maternidade vão te dar os documentos necessários pra fazer o registro da criança. Vc preenche a papelada, junta os documentos ali solicitados e dá entrada no Birth Certificate (a certidão de nascimento australiana) pelo correio (em NSW) pagando a taxa de AUD$51 (a não ser que vc queira a certidão cheia de frescura comemorativa, que é mais cara. Advinha o que nós, pais de primeira viagem, fizemos? Pois é, pais de primeira viagem adoram gastar dinheiro que não tem. O segundo filho só vai viver de coisa usada, pode anotar aí. rs). Depois de umas semanas (ou meses, dependendo do caso) vc recebe a certidão de nascimento pelo correio.
Com a certidão de nascimento em mãos vc pode dar entrada no passaporte australiano da criança. Daí surge um problema: a nacionalidade australiana não consta da certidão de nascimento, ela precisa ser comprovada mediante a apresentação de prova de que os pais eram residentes ou cidadãos australianos no momento do nascimento da criança. Essa prova vc faz quando der entrada no passaporte mediante a apresentação do visto de um dos pais. Eu achava que isso era suficiente, se o Lucas tinha passaporte australiano é óbvio que ele é australiano. Mas aí o Thiago encasquetou que isso não era suficiente, porque se um dia o Lucas perdesse o passaporte e tivesse que dar entrada num novo, ele teria sempre que provar que os pais eram residentes quando ele nasceu, o que convenhamos é um saco. Daí o Thiago me convenceu a dar entrada numa certidão de Proof of Citizenship (passo a passo aqui), o que fizemos preenchendo o Form 119 e pagando a taxa de AUD$190. É bem chatinho porque vc precisa de um cidadão australiano que tenha uma das profissões listadas pelo governo (no Form 119 tem a lista de profissões) pra assinar o “proof of identity” da criança. Nós fizemos junto com o processo para a nossa cidadania (que vou falar em outro post), então um amigo nosso australiano e advogado assinou de uma vez os papéis do Lucas e os nossos.

O que eu achei mais revoltante é que quando demos entrada na nossa cidadania australiana, se vc listar seu filho lá ele é incluído gratuitamente no seu processo de cidadania. Só que não podíamos incluir o Lucas porque teoricamente ele já é cidadão australiano por nascimento. Mas ainda assim ele não tem um documento que ateste isso, então tivemos que dar entrada na certidão de cidadania pra ele e pagar mais AUD$190. E eu que achava que só o Brasil tinha burrocracia burocracia…

A certidão de cidadania australiana também fizemos pelo correio e chegou rápido, acho que em umas 2 semanas. Agora o Lucas tá com a documentação australiana toda certinha – certidão de nascimento + prova de cidadania + passaporte australiano.

Como esse post já está ficando muito longo, amanha continuo a falar sobre o calvário do registro no Brasil.


Atualizando: semana passada eu fiquei sabendo que os documentos exigidos pra dar entrada no passaporte australiano de uma criança mudaram! Quando eu fiz pro Lucas bastava a certidão de nascimento dele e o visto de um dos pais mostrando que são residentes. Agora vc tem juntar a Proof of Citizenship da criança, o que significa dizer que o tal do Form 119 que mencionei no texto tem que ser preenchido antes de dar entrada no passaporte, enviado pelo correio, e só quando vc receber a Certidão de Cidadania da criança é que vc pode aplicar pro passaporte dela. Faz todo sentido porque vai ficar mais fácil pro órgão que emite o passaporte analisar a documentação, já que ele não vai mais precisar analisar o visto dos pais da criança (isso será feito quando do pedido da Certidão de Cidadania). Só vai aumentar os custos pros paisaplicarem pro passaporte australiano, fora que tem que fazer com maior antecedência pra dar tempo da Certidão de Cidadania ser emitida. Nesse site aqui tem o passo a passo pra confirmar a cidadania australiana.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Custo de vida em Sydney – parte II

Há quase 3 anos atrás eu fiz um post sobre o custo de vida em Sydney e esse é um assunto que até hoje me perguntam bastante, então acho que vale a pena dar uma atualizada nos valores.

Agora nossa realidade é outra, temos um novo membro na família e com isso vcs vão notar que os gastos reduziram em alguns pontos e aumentaram em outros. Vamos as minhas considerações atuais (em itálico como era em 2013 e em negrito como é agora):

1) Aluguel: nos bairros próximos do Centro vc não consegue um apto de 1 quarto por menos de $450-$500 por semana. Nós continuamos nessa mesma faixa de aluguel porque nos mudamos para longe do Centro, então pagamos o mesmo por um apto bem maior.

2) Luz: a conta é trimestral e normalmente fica entre $200-$300 para um casal que trabalha integral durante a semana. Esse valor varia e é mais alto, por exemplo, no inverno se vc usar um aquecedor. Continuamos mais ou menos nessa média, talvez um pouquinho a mais porque agora temos 2 quartos (o nosso e o do Lucas) para ventilar/aquecer.

3) Gás: a conta também é trimestral e fica em torno de $100-$200 nas mesmas condições acima. Continuamos mais ou menos nessa média, talvez um pouquinho a mais porque agora cozinhamos bem mais em casa.

4) Plano de saúde privado: muita gente não faz e fica só com o Medicare gratuitamente fornecido pelo governo. Eu não recomendo, veja minhas experiências aqui. O nosso plano está mais caro porque aumentamos a cobertura, e além disso contratamos um seguro de vida para cada um de nós (essencial na minha opinião quando se tem filhos). Já fiz um post explicando sobre os tipos de cobertura dos planos aqui e se vc quiser comparar os diversos planos existentes é só ir nesse site aqui.

5) Seguro do carro: o valor mínimo mensal fica em torno de $100, mas leve em consideração que uma vez ao ano vc terá que fazer a revisão e pagar um outro seguro exigido pelo governo. A nossa revisão desse ano girou em torno de $800. Nosso seguro ficou até mais barato depois de anos com a mesma empresa sem nenhum sinistro.

6) Combustível: é caro (+/- $1.47 por litro) e o baixo valor que eu contabilizei leva em conta usar o carro só no final de semana. O valor do combustível está mais barato atualmente, variando entre $0.90 e $1.30 (toda semana aumenta e diminui), mas o quanto vc vai gastar depende do seu estilo de vida. Nós agora vamos de carro pro trabalho, então gastamos bem mais de combustível.

7) Pedágio + estacionamento: existem vários pedágios espalhados pela cidade, pra atravessar a ponte para o norte de Sydney, p.ex., paga-se até $4.00. Tem que ficar ligado também que não existe caixa para recolher dinheiro no pedágio, vc tem que ter um “electronic tag or casual user pass” (um dia faço um post sobre isso). Estacionamento também é pago nas principais ruas de movimento, e tem várias regras e preços (também falo disso um dia, me cobrem. rs). Como nos fins de semana costumamos sair de carro, passear pela cidade, parar em algum restaurante, bar, cinema, etc, esse valor entra na nossa planilha mensal. De novo, nesse item gastamos bem mais porque vamos de carro pro trabalho (com isso passamos diariamente no pedágio da M1 – grande rodovia que vai pro centro. Até tentamos evitar esse pedágio fazendo um trajeto alternativo, mas estava aumentando em até 30 minutos nosso percurso por conta de engarrafamentos diários, aí não rola) e temos que parar na City. Até que nós conseguimos estacionamento barato, por $12 por dia, o que é exceção das exceções no centro da cidade. Duas opções bastante em conta na City são o estacionamento do Opera House para dias de semana ($14 por dia se vc reservar pela internet no early bird – entrando entre 6-10 am e saindo entre 3-7:30 pm) e no fim de semana do Domain ($10 o dia todo) ou Darling Harbour ($13 o dia todo se reservar pela internet). Fora esses vc ainda acha algumas pérolas escondidas na City, como o que o Thiago achou recentemente perto do trabalho dele que custa apenas $12 a diária.

8) Transporte público: Esse valor leva em conta um comprando o ticket só de ônibus (my bus 2) e outro o de trem + ônibus (my bus 2), como acontece no nosso caso. Esse valor pode aumentar ou diminuir dependendo do meio de transporte e distancia percorrida. Atualmente onde moramos não andamos mais de ônibus, só trem. E como estamos indo de carro pro trabalho, o gasto com transporte público reduziu bastante.

9) Celular: contabilizei o pacote que usamos da Vodafone, que engloba $750 minutos mensais de ligação + 1.5Gb de dados + $5.00 mensais pelo iphone. Again, esse preço pode ficar mais barato/caro dependendo do provedor (opções mais comuns: Vodafone, Optus, Telstra) ou plano escolhido. O nosso plano teve um upgrade nos últimos anos porque gastamos mais em dados e trocamos por aparelhos mais novos, com isso pagamos um pouco mais.

10) Internet: no nosso caso optamos pela TPG que foi a única que achamos com internet ilimitada por $59.99 mensais (e ainda vem de bônus a linha de telefone fixo). Curiosamente esse valor não sofreu absolutamente nenhum reajuste nos últimos 3 anos.

11) Supermercado: quando chegamos aqui só comprávamos no Aldi, o mercado mais barato, e só os produtos genéricos (tipo Regal ao invés de Coca-Cola... haha). Atualmente fizemos um upgrade pro Coles (que me parece que é o segundo mais barato - seguido pelo Woolworths e por ultimo o IGA) por pura preguiça. Coloquei uma estimativa por baixo de $400, levando em conta um casal que cozinha em casa para pelo menos 6 dias na semana, café/almoço/jantar. Esse valor pode variar pra cima ou pra baixo (e muito) dependendo das opções pessoais. Se vc estiver na duvida, faca uma simulação no site dos supermercados, se não me engano o Coles e o Woolworths tem essa ferramenta. Esse item é meu calcanhar de aquiles ultimamente porque nossos gastos aumentaram muitíssimo. Em parte porque com o Lucas cozinhamos muito mais em casa, além de cozinharmos de forma mais saudável. Não dá mais pra passar dias a base de pão e manteiga quando precisamos dar o exemplo de uma alimentação saudável. Também gasto muito com frutas e legumes semanalmente, e me falta tempo e disposição pra pesquisar preços então acabo comprando no primeiro hortifruti que vejo. Se tem uma coisa cara em Sydney é fruta, e ainda tem o gasto extra com fralda, lenço humedecido (que gastamos loucamente), etc.

12) Academia: pagamos $75 mensais cada um numa academia perto de casa que é a mais em conta que vi até hoje por aqui pelo custo beneficio, pois engloba aparelhos de musculação + aulas de fitness em geral + piscina aquecida. As mais comuns aqui em Sydney são a Fitness First e Jetts (mais um assunto que está na minha lista de posts futuros...). Nossos gastos são similares, mas agora pagamos um clube perto de casa porque aí além da academia temos acesso a piscina gigante de criança pra levar o Lucas.

13) Refeições: estimei $100 semanais por casal, o que não é muito pois comer fora custa caro em Sydney. Claro que varia muito pelo tipo de comida, bairro, etc. Em pubs, p.ex., vc consegue comer por $10 por pessoa + bebida. Em restaurantes normais, um almoço pra casal não sai por menos de $50. Nesse quesito eu tenho a impressão que as coisas ficaram bem mais caras por aqui. Ou então fomos nós que ficamos mais exigentes e não conseguimos mais ir em qualquer pub da vida, fora que ainda adicionamos mais uma boca na equação e o bichinho apesar de não ter nem 2 anos come como gente grande (ai meu bolso).

14) Entretenimento: estipulei só $50 por semana, o que, believe me, é pouco. Uma cerveja custa entre $5-9 dólares, então pra quem bebe os gastos aumentam e muito. Cinema varia de $11-30 por pessoa, depende do tipo de cinema, dia da semana, se é 3D, etc. Entretenimento com filhos? No máximo um playcentre nos dias chuvosos pra gastar a energia do coelhinho duracel. rs Cerveja, o que é isso mesmo? rs Mas o que não gastamos em entretenimento adulto gastamos no infantil, itens de bb de forma geral, etc.

15) Viagem anual pro Brasil: contabilizei $2000 de passagem por pessoa, mais $800 pra gastar na viagem (o que, again, me parece pouco). Esse é o preço normal da passagem, mas claro que sempre tem desconto, a nossa desse ano pagamos $1400 por pessoa. Contabilizo isso dividido por 12 meses, pra dar uma média que tem que ser reservada no orçamento mensal pra essas viagens anuais. Esse é nosso outro calcanhar de aquiles. Aliás acho que nunca vamos conseguir juntar dinheiro pra comprar um apto porque não abrimos mão de viajar. Ano passado foram 3 viagens internacionais, e esse ano vamos passar 5 semanas viajando para Londres, Franca e Rio. Bem assim:



Itens a serem adicionados quando se tem filhos:

1) creche – como já contei nesse post, é muito caro (entre $90-170 por dia). Estamos tentando baratear achando uma creche mais perto de casa, mas tá difícil conciliar o horário do trabalho.

2) faxineira e/ou babá – em torno de $20-30 a hora.

3) gastos extras com médico/remédio/exames – caso vc seja como eu que estou numa maré de azar horrorosa e vivo doente, praticamente todo mês tem um gasto extra nesse quesito.

Acho que em resumo é isso. Lembrando novamente que esses valores variam bastante de família pra família dependendo das suas prioridades. Mas acho difícil uma família com filhos gastar muito menos que isso.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Cinema ao ar livre

Syney não cansa de me surpreender. Sydney na primavera/verão/outono é um poço de eventos interessantes e gratuitos. já o inverno é depressão total

Quando éramos só eu e Thiago, íamos sempre nos mil eventos que a cidade tem a oferecer, como o Sculptures by theSea, Open Air Cinema, Sydney Festival, Vivid, etc. Achei que quando tivéssemos filhos íamos ficar impossibilitados por um tempo de curtir esses eventos por causa da logística com criança pequena, muvuca, e tal. Mal sabia eu que um mundo de novas oportunidades ia se abrir para nós.

No fim de semana que passou eu descobri no facebook um evento chamado “Cinema under the stars”. A coisa era simples: uma escola pública de um bairro perto lá de casa estava montando uma sessão de cinema infantil ao ar livre pra angariar fundos. Funcionava assim: na entrada vc doava uma “gold coin” (como são chamadas as moedas de $1 e $2 dólares) para fofas crianças da escola que estavam lá “trabalhando” no evento. Aí no gramado da escola (onde é o “pátio” das crianças brincarem no intervalo) eles montaram umas 5 barraquinhas de comida e face paiting (aquelas pinturas no rosto para crianças), um grande projetor de filme e pronto! Um super evento estava montado.

Os portões abriram as 6pm e o filme começaria assim que escurecesse, o que no último dia do horário de verão significava umas 7:15pm. Chegamos lá assim que abriu porque já tava na hora de dar o jantar do Lucas. Passamos antes num restaurante japonês, compramos comida para nós 3 (sendo que como sempre o Lucas comeu como gente grande, ai meu bolso…) e fizemos um piquenique lá no gramado com o nosso inseparável picnic rug (uma toalha fofinha com polyester embaixo pra não molhar e que dobrada vira uma bolsa super fácil de carregar – foto abaixo).
Depois de encher o bucho nosso pequeno super ativo foi se esbaldar no parquinho da escola, com direito a escorrega, balanço, piscina de areia, etc. Quando escureceu e o filme começou, já era mais ou menos a hora do Lucas dormir, então ele já estava com a pilha baixa e só por isso ficou sentado assistindo o filme. Ah, o filme era O Rei Leão e a imagem era muito boa, fiquei impressionada com a qualidade da projeção. Como a noite a temperatura caiu um pouco, eu tinha levado um cobertor e ficamos todos abraçadinhos debaixo do cobertor vendo o filme, uma delícia.

Infelizmente não conseguimos ficar até o final porque eu estava atacadíssima de alergia e não parava de espirrar, e o sereno tava tornando tudo mais insuportável então umas 8 da noite rumamos pra casa.
Mas valeu super a pena e fica a dica: sempre entrem no site do seu bairro pra ver a programação de eventos locais, vc vai se surpreender com a quantidade de coisa legal.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Kindergym

Que aqui tem muita atração e atividade pras crianças eu já contei aqui no blog. Toda semana, nos dias que não trabalho, fico numa peregrinação pra cansar o meu super ativo toddler (como são chamadas aqui as crianças entre 12 e 24-36 meses). Normalmente vamos pra playgroups, piscina no clube, parques mil correr atrás dos pássaros, ou se está muito frio ou muito quente vamos no shopping que sempre tem espaço infantil com brinquedos pra crianças. Mas semana passada descobri uma atividade ideal para o meu canguruzinho: kindergym, ou ginástica para crianças.

Funciona assim: é um grande ginásio com diversos equipamentos típicos de ginástica olímpica, mas adaptados para as crianças pequenas (muitos aceitam crianças de 18 meses a 5 anos, esse que eu fui o bebe pode ir assim que começar a andar). Como dizem aqui, o Lucas “had a blast” (ou, em bom português, ficou que nem pinto no lixo) com tanta opção pra ele escalar, se equilibrar, correr, pular.
Esse que eu fui tem aulas estruturadas que duram 1 hora, e são divididas por idade: 12 a 24 meses, 24 a 36 meses, 3 a 4 anos e 4 a 5 anos. Os primeiros 15 minutos são livres pra criança explorar (free play), depois eles começam as atividades que envolvem música, seguir um percurso, brincar com tecido/instrumentos musicais/madeira, e brincadeiras simples pras crianças seguirem. Crianças muito pequenas (caso do Lucas que só tem 15 meses) costumam ser mais dispersas e não focar nessa estrutura, principalmente no inicio quando eles ainda estão deslumbrados com o ambiente. Mas aos poucos eles vão se acostumando e participando mais (isso foi o que me disse a instrutora lá, quero só ver se o meu super ativo toddler vai ser assim mesmo). Na aula experimental que eu fui o Lucas ficou pulando de um equipamento pro outro, tentando imitar as crianças maiores pulando no trampolim, se equilibrando nas tábuas suspensas (pra me matar do coração, como sempre), e ainda foi especial da Páscoa então eles pintaram todas as crianças de coelhinho, uma fofura só. Claro que já fiz minha inscrição (custa $140 pelo termo com 10 aulas) e agora bateremos ponto lá toda sexta-feira de manhã.

Não achei foto específica desse que eu fui, mas é parecido com esses aqui:



 

É ou não é o máximo? Até eu queria voltar a ser criança só pra poder ir…