Ok, os assuntos estão bastante baby oriented. É que essa é basicamente minha realidade ultimamente, né? Prometo que vou tentar conciliar com outros assuntos em breve.
Uma coisa que amo aqui na Austrália é o envolvimento que as pessoas tem na comunidade. Trabalho voluntário é uma prática bem comum e quando vc tem filhos um novo mundo social de mães (e pais) se abre pra vc. Thiago que o diga, tá sempre trocando informações com outros pais no trabalho dele. :)
Mas hoje vou falar especificamente sobre os grupos de pais do bairro. Quando tivemos o Lucas, a primeira consulta quando ele saiu do hospital foi com uma enfermeira (aliás aqui os check ups do bebê geralmente são com as enfermeiras do centro de saúde do bairro, que acontecem entre 2-3 semanas de vida do bebê, depois com 6 semanas, 6 meses e 1 ano – difícil acostumar se comparar com os check ups mensais que são feitos pelo pediatra no Brasil). Como nessa primeira consulta o bebê é recém nascido e muitas mães ainda estão se recuperando do parto, eles oferecem que a enfermeira vá em casa fazer a visita. E assim foi comigo, foi uma enfermeira lá em casa e fez pesagem, mediu altura, viu reflexos, me fez responder um questionário sobre violência doméstica e outro sobre depressão pós parto, tirou dúvidas, etc. Nessa consulta elas indicam que os pais vão nas reuniões semanais que ocorrem no centro de saúde do bairro, para conhecer outros pais que tiveram bebês na mesma época.
Na semana seguinte lá fomos eu e Thiago, numa sexta de manhã (o Thiago tava de licença ainda), com o Lucas a tiracolo, claro, nessa reunião que dura 2 horas. Tinham mais ou menos uns 10-15 pais com bebês de 3 a 8 semanas de vida. Foi ótimo por nos fazer sentir acolhidos e ver que não éramos os únicos a passar os perrengues e dúvidas com um recém nascido. Nessa reunião as enfermeiras que a conduzem estimularam os pais a trocarem contato e montarem um grupo no facebook para se encontrarem. Entrei no tal grupo mas no início não curti muito, o Lucas era o bebê mais novo e sei lá, achei as pessoas meio distantes (digo pessoas pois não eram só mães, tinha um pai solteiro também!).
Normalmente as mães param de levar os bebês nessas reuniões em torno de 8 semanas, então na semana seguinte a maioria das mães desse primeiro grupo tinha parado de ir e começou um grupo novo. Me meti de novo no grupo do facebook que estava sendo criado, e nesse o Lucas era o mais velho, rs, mas tinham vários bebês com apenas alguns dias de diferença dele. As mães eram um pouco mais novas que as do primeiro grupo e achei que o papo fluía bem melhor.
Como em seguida teve Natal e Ano Novo, as reuniões no Health Centre com as enfermeiras foram suspensas e retomaram em janeiro quando o Lucas já estava com 6 semanas. Ainda fui em mais 1 ou 2 reuniões lá, mas comecei a odiar. É que os temas iam ficando repetitivos, e eu também estava mais confiante da minha nova função de mãe, já tinha lido e pesquisado bastante e começou a me incomodar algumas das opiniões das enfermeiras. Eu era (sou) super contra a orientação de deixar o bebê chorar pra aprender a dormir sozinho, odiava quando elas diziam que não era pra ninar o bebê no colo, ou que não era pra amamentar em livre demanda. Enfim, começou a me irritar e parei de ir.
Mas continuei indo nos encontros do grupo de mães. Na verdade continuei indo nos 2, mesmo no que disse que não tinha gostado muito. E não é que com o tempo passei a adorar os 2? Num deles as mães são mais velhas (em torno de 35 anos) e os bebês também são mais velhos que o Lucas (1-2 meses mais velhos) mas é ótimo pra eu antecipar o que vou passar com ele. Já no outro grupo as mães são mais novas (em torno de 30 anos) e vão voltar a trabalhar mais tarde, então as reuniões sempre tem mais quórum.
Engraçado que quando eu voltei a trabalhar não conseguia mais ir nas reuniões do segundo grupo que eram as sextas de manha, mas consegui convencer as meninas a mudar pra um dia em que eu não trabalho. rs
Ambos os grupos funcionam assim: temos um grupo privado no facebook onde postamos fotos/vídeos dos bebês, dúvidas e marcamos cada semana um local diferente (o dia e horário são sempre os mesmos). Agora com os bebês maiores e querendo engatinhar (e alguns até já treinando os primeiros passos!) tá ficando mais difícil escolher um local que tenha espaço pra eles ficarem no chão, ainda mais nesse inverno tenebroso. Um dos grupos resolveu começar a revezar as casas, acho que semana que vem será na minha. O outro marcamos normalmente num café grande que comporte vários carrinhos e nos desdobramos pra entreter os bebês por 2 horas pra conseguir conversar. rs Quando o tempo tá bom marcamos num parque com gramado pros pequenos ficarem no chão.
Sei que tive sorte com esses 2 grupos, tenho muitas amigas aqui que detestaram o grupo do seu bairro e pararam de ir. Mas eu sigo lá firme e forte semanalmente nos últimos 7 meses e agora com os bebês maiores começamos a marcar “girls night out”, ou seja, saídas sozinhas sem filhos pra beber! Fui numa mês passado de um dos grupos e mês que vem vai ser a do outro. Como ainda amamento claro que não encho a cara, mas como o Lucas não mama mais na madrugada dá tempo suficiente pra eu tomar alguns drinks.
Ah, como se não bastasse as mães da creche o Lucas também se organizaram para um “girls night out” e semana que vem lá vou eu (sou muito arroz de festa. haha) pra outra noite de bebedeira enquanto o Thiago fica com o Lucas.
Engraçado que ouço muita gente aqui (brasileiros) falarem que os australianos são frios e não formam amizade. Eu nunca tive essa impressão! Talvez porque eu entenda o jeito deles e aja assim também (sempre odiei essa falsa simpatia do brasileiro, que diz “vamos marcar” e nunca marca, chega atrasado e num primeiro momento já se faz de melhores amigos mas no fundo não é bem assim), então em todos os lugares que frequentei aqui (cursos, trabalho, e agora grupo de mães) fiz boas amizades. Tá, talvez não se crie tão rápido a intimidade que nós brasileiros criamos, mas pro outro lado sinto que os australianos são muito verdadeiros e prestativos. Exemplos: uma vez eu fiquei doente e uma das meninas do meu grupo de mães fez questão de ir lá em casa levar uma sopa pra mim; ou quando o Lucas ficou doente 2 vezes em 2 semanas, uma das meninas ofereceu de deixar a filha dela com os avós pra poder cuidar do Lucas e eu não precisar faltar ao trabalho. Claro que depende muito de afinidade não fico amiga de todas, mas tem pelo menos umas 2 do grupo que considero mais próximas e sei que posso contar pra um papo, uma ajuda, elas já se ofereceram várias vezes, p.ex., pra ficar com o Lucas pra mim quando eu precisar já que sabem que não tenho família aqui pra ajudar.
É também muito comum aqui ouvir histórias de grupos de mães que começaram quando os bebês nasceram e duram mais de 20 anos! Espero que seja o meu caso, afinal ter uma boa rede de apoio e amigos nunca é demais, né?
quinta-feira, 30 de julho de 2015
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Atividades extracurriculares para crianças em Sydney
Desde que tive o Lucas uma coisa que eu sempre odiei foi ficar em casa. Por sorte aqui não é como no Brasil em que se orientam os pais a manterem os bebês em casa nos primeiros meses (uma amiga no Brasil disse que a pediatra a aconselhou a manter o filho em casa nos 6 primeiros meses!!) e a mãe fica em prisão domiciliar. Aqui é super comum de ver bebês bem pequenos (as vezes de dias) na rua com os pais.
Quando eu cheguei em casa com o Lucas, depois de quase 1 semana no hospital (por conta de uma cesária de emergência bem dolorosa), já estava de saco cheio de ficar confinada. Passei mais 1 semana evitando sair mas quando ele estava com 2-3 semanas já não aguentava mais a prisão domiciliar. Comecei saindo pouco, claro, íamos jantar rapidinho em algum lugar, ou dar um passeio no parque, nada que durasse mais de 2-3 horas. Aos poucos fomos aumentando os passeios, e na altura do primeiro mês do Lucas eu já passava longas horas fora de casa com ele.
Claro que aqui isso é muito mais fácil por conta de toda a estrutura dos bairros. Saio com o mega carrinho do Lucas de trem e acesso tudo quanto é lugar sem problemas. Fora que todo lugar tem banheiros especiais pra pais com trocador e em muitos locais esses banheiros são verdadeiras salas com sofás privativos para amamentação, banheiros adaptados para crianças pequenas, microondas pra esquentar comida dos pequenos, espaço de brincadeira pras crianças maiores enquanto a mãe amamenta o bebê.
Detalhe que quando não tem essa sala especial para pais, o trocador sempre fica no banheiro de deficiente físico, de modo que tanto o pai quanto a mãe podem usar – no Brasil era comum irmos em locais (inclusive grandes shoppings!) onde o trocador ficava no banheiro feminino e o Thiago não podia ir com o Lucas (ele até que gostava de se livrar das fraldas fedorentas. rs Brincadeira, ele odiava e achava um absurdo, assim como eu). E as salas especiais aqui se chama “parents room”, o que engloba a mãe e o pai, e é muito comum ver nesses locais os pais sozinhos com o bebê ou criança pequena trocando fralda – o Thiago mesmo já foi inúmeras vezes sozinho.
Voltando ao assunto do post, eu sempre saí muito com o Lucas e com ele ficando maiorzinho comecei a levar ele em algumas atividades. Ainda estou engatinhando nesse mundo porque ele ainda tem apenas 8 meses, mas alguns dos locais que eu já fui e achei bem legais são:
Aula de música grátis na biblioteca
No meu bairro e outros adjacentes as bibliotecas públicas tem uma sessão semanal de contação de história e música para bebês e crianças de até 2 anos. A do meu bairro é essa aqui, mas procurando na internet eu descobri que tem bairros que tem outras variantes como Rocktime, Bilingual Storytime, Chinese Rhymetime! How coo lis that! Levo o Lucas desde que ele tinha uns 2 meses e claro que no início ele não compreendia nada, mas eu levava mesmo assim porque bebês são como esponjas e sempre absorvem algo (e eu aproveitava pra aprender a letra das canções de ninar em inglês). A partir dos 6 meses, com ele mais atento e sentando, ele passou a realmente curtir, fica super ligado na moça da biblioteca, e até interage rindo, pegando o chocalho que eles sempre dão e sacudindo, e agora começando a querer engatinhar por lá também.
As bibliotecas públicas, por sinal, são um show a parte (já até falei aqui no blog como me impressionou quando chegamos em Sydney), e sempre levo o Lucas lá pra pegarmos livros (decidi que só compro livros em português, e os em inglês eu alugo na biblioteca).
Playgoup
Os playgroup são sensacionais e acho que não existem no Brasil (pelo menos não da forma organizada como existem aqui). Nada mais são do que encontro entre pais (ou avós ou qualquer um que seja o cuidador da criança) e seus bebes/crianças , normalmente semanais e em sua maioria gratuitos ou bem baratinhos. Tem alguns mais estruturados, como o Gymbaroo, que são pagos, mas a maioria custa no máximo uns $2. Duram geralmente 1-2 horas e é uma ótima oportunidade para as crianças brincarem e os pais socializarem. Existem diversos tipos de playgroup, alguns temáticos (só para avós, ou para pais, ou para nacionalidades específicas) outros que só aceitam idades específicas, etc. Nesse site vc pode achar o playgroup mais perto de você que atenda as especificações que vc quiser.
No meu caso eu optei por matricular o Lucas no playgroup da escola Montessori, pra seguir a filosofia que aplicamos em casa e porque com bebês eles ainda não interagem com outros, então um playgroup normal seria mais pra eu socializar do que pro Lucas, enquanto que o da escola Montessori ele tem todo acesso ao método e a brinquedos específicos pra idade dele. Mas quando ele crescer mais um pouco certamente vou começar a levá-lo em algum playgroup do nosso bairro e adjacentes.
Ah, não poderia deixar de falar também do playgroup da comunidade brasileira! A ABCD (Association for Brazilian Bilingual Children) faz um trabalho lindo ajudando os pequenos (e os pais) a manterem contato com a cultura brasileira e o português. Admiro muito o trabalho deles e ainda pretendo me engajar mais, mas por enquanto começamos a frequentar o playgroup perto da nossa casa que acontece aos sábados a cada 15 dias. O Lucas ainda é pequeno pra interagir, claro, mas mesmo assim fiz questão de começar a levar ele pra que ele se familiarize com as músicas em português, e com a comunidade brasileira em geral. Uma pena que o grupo do meu bairro não tem sido muito atuante e sempre vão apenas umas 5 crianças (sendo que o grupo de mães no facebook tem 120 membros!), o Thiago até sugeriu de irmos no de outros bairros pra ver como é, mas acho que os mais atuantes são no norte de Sydney, o que dá quase 1 hora de carro pra gente. Enfim, o site da ABCD é ótimo e tem todas as informações sobre playgroup, aulas de português, dança, biblioteca, etc.
Aula de natação
Aqui é bem popular aula de natação para bebês, dependendo do lugar se pode matricular bebê a partir de 4 meses e normalmente custa em torno de $15 por cada meia hora de aula. Eu e Thiago estávamos doidos pra matricular o Lucas, e ele começou semana passada no clube perto de casa. Sim, eu sei que é inverno e anda fazendo um frio do cão, mas não só a piscina é aquecida como toda a parte interna do clube é aquecida. Então depois da aula o Thiago dá banho nele lá mesmo e dá também o café da manhã. Enquanto meus meninos vão pra piscina eu aproveito pra malhar. :)
Por enquanto essas são basicamente nossas atividades, mas nos últimos dias soube de outras duas para crianças maiores que achei sensacionais:
Little kickers
Aula de futebol pra crianças a partir de 18 meses. As fotos da turma de 18 meses a 2 anos são a coisa mais fofa!
Nippers
Programa de introdução de crianças entre 5 e 13 anos ao programa de salvavidas da praia. Pra quem não sabe aqui os salvavidas são voluntários e patrulham as praias nos fins de semana e feriados. Tudo bem que eu nunca poderia ser salvavidas de praia pois odeio água gelada, mas quem sabe o Lucas que nasceu aqui se interesse no futuro?
Quando eu cheguei em casa com o Lucas, depois de quase 1 semana no hospital (por conta de uma cesária de emergência bem dolorosa), já estava de saco cheio de ficar confinada. Passei mais 1 semana evitando sair mas quando ele estava com 2-3 semanas já não aguentava mais a prisão domiciliar. Comecei saindo pouco, claro, íamos jantar rapidinho em algum lugar, ou dar um passeio no parque, nada que durasse mais de 2-3 horas. Aos poucos fomos aumentando os passeios, e na altura do primeiro mês do Lucas eu já passava longas horas fora de casa com ele.
Claro que aqui isso é muito mais fácil por conta de toda a estrutura dos bairros. Saio com o mega carrinho do Lucas de trem e acesso tudo quanto é lugar sem problemas. Fora que todo lugar tem banheiros especiais pra pais com trocador e em muitos locais esses banheiros são verdadeiras salas com sofás privativos para amamentação, banheiros adaptados para crianças pequenas, microondas pra esquentar comida dos pequenos, espaço de brincadeira pras crianças maiores enquanto a mãe amamenta o bebê.
Detalhe que quando não tem essa sala especial para pais, o trocador sempre fica no banheiro de deficiente físico, de modo que tanto o pai quanto a mãe podem usar – no Brasil era comum irmos em locais (inclusive grandes shoppings!) onde o trocador ficava no banheiro feminino e o Thiago não podia ir com o Lucas (ele até que gostava de se livrar das fraldas fedorentas. rs Brincadeira, ele odiava e achava um absurdo, assim como eu). E as salas especiais aqui se chama “parents room”, o que engloba a mãe e o pai, e é muito comum ver nesses locais os pais sozinhos com o bebê ou criança pequena trocando fralda – o Thiago mesmo já foi inúmeras vezes sozinho.
Voltando ao assunto do post, eu sempre saí muito com o Lucas e com ele ficando maiorzinho comecei a levar ele em algumas atividades. Ainda estou engatinhando nesse mundo porque ele ainda tem apenas 8 meses, mas alguns dos locais que eu já fui e achei bem legais são:
Aula de música grátis na biblioteca
No meu bairro e outros adjacentes as bibliotecas públicas tem uma sessão semanal de contação de história e música para bebês e crianças de até 2 anos. A do meu bairro é essa aqui, mas procurando na internet eu descobri que tem bairros que tem outras variantes como Rocktime, Bilingual Storytime, Chinese Rhymetime! How coo lis that! Levo o Lucas desde que ele tinha uns 2 meses e claro que no início ele não compreendia nada, mas eu levava mesmo assim porque bebês são como esponjas e sempre absorvem algo (e eu aproveitava pra aprender a letra das canções de ninar em inglês). A partir dos 6 meses, com ele mais atento e sentando, ele passou a realmente curtir, fica super ligado na moça da biblioteca, e até interage rindo, pegando o chocalho que eles sempre dão e sacudindo, e agora começando a querer engatinhar por lá também.
As bibliotecas públicas, por sinal, são um show a parte (já até falei aqui no blog como me impressionou quando chegamos em Sydney), e sempre levo o Lucas lá pra pegarmos livros (decidi que só compro livros em português, e os em inglês eu alugo na biblioteca).
Playgoup
Os playgroup são sensacionais e acho que não existem no Brasil (pelo menos não da forma organizada como existem aqui). Nada mais são do que encontro entre pais (ou avós ou qualquer um que seja o cuidador da criança) e seus bebes/crianças , normalmente semanais e em sua maioria gratuitos ou bem baratinhos. Tem alguns mais estruturados, como o Gymbaroo, que são pagos, mas a maioria custa no máximo uns $2. Duram geralmente 1-2 horas e é uma ótima oportunidade para as crianças brincarem e os pais socializarem. Existem diversos tipos de playgroup, alguns temáticos (só para avós, ou para pais, ou para nacionalidades específicas) outros que só aceitam idades específicas, etc. Nesse site vc pode achar o playgroup mais perto de você que atenda as especificações que vc quiser.
No meu caso eu optei por matricular o Lucas no playgroup da escola Montessori, pra seguir a filosofia que aplicamos em casa e porque com bebês eles ainda não interagem com outros, então um playgroup normal seria mais pra eu socializar do que pro Lucas, enquanto que o da escola Montessori ele tem todo acesso ao método e a brinquedos específicos pra idade dele. Mas quando ele crescer mais um pouco certamente vou começar a levá-lo em algum playgroup do nosso bairro e adjacentes.
Ah, não poderia deixar de falar também do playgroup da comunidade brasileira! A ABCD (Association for Brazilian Bilingual Children) faz um trabalho lindo ajudando os pequenos (e os pais) a manterem contato com a cultura brasileira e o português. Admiro muito o trabalho deles e ainda pretendo me engajar mais, mas por enquanto começamos a frequentar o playgroup perto da nossa casa que acontece aos sábados a cada 15 dias. O Lucas ainda é pequeno pra interagir, claro, mas mesmo assim fiz questão de começar a levar ele pra que ele se familiarize com as músicas em português, e com a comunidade brasileira em geral. Uma pena que o grupo do meu bairro não tem sido muito atuante e sempre vão apenas umas 5 crianças (sendo que o grupo de mães no facebook tem 120 membros!), o Thiago até sugeriu de irmos no de outros bairros pra ver como é, mas acho que os mais atuantes são no norte de Sydney, o que dá quase 1 hora de carro pra gente. Enfim, o site da ABCD é ótimo e tem todas as informações sobre playgroup, aulas de português, dança, biblioteca, etc.
Aula de natação
Aqui é bem popular aula de natação para bebês, dependendo do lugar se pode matricular bebê a partir de 4 meses e normalmente custa em torno de $15 por cada meia hora de aula. Eu e Thiago estávamos doidos pra matricular o Lucas, e ele começou semana passada no clube perto de casa. Sim, eu sei que é inverno e anda fazendo um frio do cão, mas não só a piscina é aquecida como toda a parte interna do clube é aquecida. Então depois da aula o Thiago dá banho nele lá mesmo e dá também o café da manhã. Enquanto meus meninos vão pra piscina eu aproveito pra malhar. :)
Por enquanto essas são basicamente nossas atividades, mas nos últimos dias soube de outras duas para crianças maiores que achei sensacionais:
Little kickers
Aula de futebol pra crianças a partir de 18 meses. As fotos da turma de 18 meses a 2 anos são a coisa mais fofa!
Nippers
Programa de introdução de crianças entre 5 e 13 anos ao programa de salvavidas da praia. Pra quem não sabe aqui os salvavidas são voluntários e patrulham as praias nos fins de semana e feriados. Tudo bem que eu nunca poderia ser salvavidas de praia pois odeio água gelada, mas quem sabe o Lucas que nasceu aqui se interesse no futuro?
sábado, 25 de julho de 2015
Creche na Austrália (mais especificamente em Sydney)
Em primeiro lugar, pra quem não sabe, a educação é pública na Austrália para crianças em idade escolar (a partir de 5-6 anos, dependendo da data de nascimento da criança) (“Your child can start Kindergarten at the beginning of the school year if they turn five on or before 31 July in that year. By law, all children must be enrolled in school by their sixth birthday. Kindergarten enrolment begins around April the year before your child will start”). Antes disso, as creches e pre-school (também conhecidas como kindy, abreviação de kindergarten – australianos e suas manias de abreviar tudo…) são pagas. (Curiosidade: em tese kindergarten é o início da educação escolar, mas muitas pré-escolas se auto denominam kindy, o que está além da minha compreensão e só serve pra me atrapalhar a entender o sistema de ensino daqui. rs)
Todo mundo sempre me dizia que creche é caríssimo aqui em Sydney (e é) e que é quase impossível conseguir uma vaga (não é). Quando eu ainda estava grávida, entrei em desespero achando que não ia conseguir vaga pro Lucas quando voltasse a trabalhar, então comecei a colocar meu nome na lista de espera de vários lugares.
O primeiro lugar que visitei, ainda grávida, foi a creche do Council (tipo creche pública, mas vc paga de qualquer forma). Me diziam que eram as melhores pois são supervisionadas de perto pelo governo, a grade curricular é ótima, etc. Fui numa no bairro que moro e confesso que odiei! Achei suja (tá, não suja, mas velha, o que dava a aparência de suja), não gostei do fato da área externa misturar bebes com crianças maiores, impliquei mesmo com o lugar. Depois de uma amiga que trabalha em creche insistir que não era suja, que a qualidade é ótima, etc, etc, eu acabei colocando meu nome na lista de espera. Doce ilusão, pois conseguir uma vaga nessas creches é praticamente impossível! Tem várias prioridades (crianças aborígenes, oriundas de lares abusivos, etc) e abrem muito poucas vagas. Meu nome tá lá há mais de 1 ano e nunca me contactaram…
Tendo desistido dessa opção, passei a ver as outras duas possíveis: family day care e long day care. O family day care basicamente são pessoas que cuidam de crianças em casa, em geral poucas crianças (acho que no máximo 4-5). Claro que tem que ter licença pra isso e o governo supervisiona de perto. Tem até muitas brasileiras que tem family day care e algumas ótimas. Só que normalmente funciona de 7-8 da manha até 4-5 da tarde, o que não dava pra mim pois o Thiago sai do trabalho as 5 e eu as 5:30 e não chegamos em casa antes das 6:30.
Então parti pros long day care, que funcionam até 6 (as vezes 6:30-7) da tarde. Cheguei a visitar 2 perto de casa, que até gostei, mas me dei conta que não íamos conseguir chegar a tempo de qualquer forma pra pegar o Lucas. Eu ou o Thiago teríamos que fazer horário alternativo e sair mais cedo do trabalho, o que pra mim é muito difícil pois no meu escritório o pessoal vara a noite trabalhando. E mesmo pro Thiago ia ser complicado, e se surgisse uma reunião, e se o trem atrasasse (ou se ele fosse de carro, e se pegasse um transito anormal)? Fora que se acontecesse da creche me ligar pedindo pra pegar o Lucas mais cedo (por ele estar doente ou algo do tipo), eu demoraria pelo menos 1 hora pra chegar lá.
Aí partimos pra única opção viável pra nós: uma creche no centro da cidade perto do trabalho. Claro que essa opção é bem mais cara (enquanto no bairro que moramos o custo é de $90-$115 por dia, no centro sobe para $140-170 por dia), mas não temos muita escolha quando não temos família por perto, né?
Eu visitei quase todas as creches do centro (tipo umas 10-15) e são todas muito parecidas porque o governo supervisiona bem. Mas claro que tinham particularidades que as diferenciavam e quanto mais lugares eu visitava mais sabia o que não gostava. Exemplos: um que eu visitei mal dava pra andar porque a sala era uma zorra com brinquedos espalhados pelo chão. Imagina pra uma criança começando a engatinhar/andar se locomover ali? Outras vi crianças chorando e sendo ignoradas (aqui infelizmente é muito comum a técnica de controlled crying, ou seja, deixar a criança/bebe chorar pra ela aprender a ficar sozinho/dormir, o que eu tenho horror e acho uma tortura psicológica absurda com serzinhos tão pequenos – amo esse texto sobre o assunto, por sinal), ou eu não ia com a cara da diretora ou de alguma cuidadora do berçário, e por aí vai. Trabalho difícil esse de escolher o local onde vc vai deixar seu bem mais precioso por 8 horas seguidas!
Detalhe que como eu falei, aqui tem algumas regras pra creche, como por exemplo o ratio de crianças e cuidadores. Para o berçário (0-2 anos) esse ratio é de no mínimo 1 cuidador para cada 4 bebes. Para 2-3 anos o ratio é de 1:8 e de 3-5 anos vai pra 1:10. Claro que com isso o berçário é mais caro, porque demanda mais funcionários.
Seguindo a dica de uma amiga, toda creche que eu visitava eu checava qual era a qualificação dela no site do governo (nesse site) e isso só me fez ficar mais exigente. rs
Outra coisa que eu via era o que estava incluído no valor diário. Normalmente na family day care não tá incluído nada (por isso elas são mais baratas) e nos long day care varia – pode incluir só refeições (excluindo leite de fórmula) e lençóis pro berço, ou englobar fralda, lenço humedecido, fórmula, mamadeiras.
No fim a minha creche favorita era uma que fica bem no meio entre o meu trabalho e o do Thiago, tem poucas crianças no berçário (no máximo umas 8, dependendo do dia – sendo que eu cheguei a visitar creche com até 30 crianças no berçário!) o que dificulta a propagação de doenças, está com a melhor qualificação possível no site do governo, o ambiente é lindo e só com brinquedo de madeira onde eles fazem muitas brincadeiras sensoriais com os bebes (inclusive usando coisas que eu aplico em casa como a cesta de tesouros), e a taxa diária foi a mais baratas de todas no centro e inclui absolutamente tudo: fralda, lenço humedecido, comida, leite, mamadeira e lençóis - eu só teria que levar roupa extra, chupeta, a naninha (odeio essa palavra em português! rs Em inglês se chama “conforter” por sinal, o que é bem mais bonito sde se falar e mais apropriado) e o saco de dormir do Lucas. Perfeito, não? Só um problema: conseguir uma vaga.
Coloquei o nome na lista mas diziam que não podiam dar nenhuma posição até 1 mês antes de eu voltar a trabalhar, e isso eu com viagem de 2 meses pro Brasil marcada. Por sorte uma semana antes de eu ir pro Brasil me ligaram dizendo que tinha aberto uma vaga no berçário! Como alegria de pobre dura pouco, era pra começo imediato e eu estava de viagem marcada. No fim consegui negociar um meio termo: paguei 3 semanas sem o Lucas ir pra segurar a vaga, mas pelo menos não seriam as 6 semanas iniciais que eles tinham proposto.
Algumas curiosidades sobre as creches aqui que notei quando estive no Brasil e visitei uma creche no Rio:
- aqui não dão banho na creche, nem tem lugar pra isso. Na creche do meu sobrinho dão 2 banhos por dia e ele chega em casa cheirosinho. Aqui o Lucas chega cada dia mais imundo, com comida até no cabelo, fora os dias que tem atividades sensoriais como quando colocaram ele pra brincar com playdough (uma massa de farinha e água) e ele veio coberto de farinha! haha
E se engana quem pensa que eles trocam a roupa suja, eles só trocam se for sujo de vomito, xixi ou coco, o resto deixam assim mesmo, manchado de comida por tudo que é lado. Eu no inicio até achava ruim, agora já acostumei e acho legal eles darem essa liberdade pro bebe fazer atividades sensoriais, explorar a comida sozinho, que é o que eu também faço em casa. Quando eu contei pra eles que comecei a dar comida inteira pro Lucas comer sozinho com as mãos (como queijo, banana, brocolis, pão) eles adoraram e passaram a fazer isso na creche também. Claro que a sujismundice foi elevada ao triplo. rs
- uma vez me disseram que tem creche no Brasil que tem televisão, e eu fiquei chocada! Nunca vi por aqui e nem acredito que exista. Não que eu seja contra tv, confesso que até uso um pouco no dia a dia quando preciso de uma babá pra cuidar do Lucas enquanto como, arrumo algo na cozinha, etc, mas daí a colocar o bebe na creche pra ficar na frente da tv é demais!
- quando visitei uma creche cara na zona sul do Rio, a pedagoga passou horas explicando o projeto pedagógico para os bebes, com aula de música, yoga, inglês, informática. Sério mesmo? Para bebes de menos de 2 anos?? Aqui o foco é mesmo em brincar e explorar. Até tem musica, mas são as próprias cuidadoras que cantam, lêem histórias. Informática nem pensar, aliás nem lembro de ter visto computador nas creches, mesmo para crianças maiores de 3-5 anos.
- de uma forma geral o machismo aqui é menor e isso se reflete na educação das crianças. Não tem muito isso de azul pra meninos e rosa pras meninas, bonecas pras meninas e carro pros meninos. Brinquedos são pra crianças brincarem independente de gênero.
- não sei como é no Brasil, mas aqui eles tendem a levar tudo ao pé da letra e vc tem que explicar bem a rotina do bebe. Explico: no berçário eles aqui tem que seguir o que os pais fazem em casa. Então se eu digo pra eles que meu filho toma leite na hora tal, come comida na hora tal, dorme na hora tal, eles tem que seguir essa rotina na creche. No inicio foi meio difícil essa adaptação com a creche do Lucas, eles teimavam em fazer diferente do que eu dizia, davam mamadeira de leite extra (e claro que meu esfomeado sempre tomava, e eu preocupada dele engordar demais pois come sem parar. rs) ou trocavam uma por comida porque queriam dar no horário das outras crianças. Fora o primeiro dia que o Lucas recusou a mamadeira (fato inédito na vidinha dele esfomeada) porque eles esquentaram o leite (fui criar um bebe sem frescura que toma leite frio e deu nisso, ele recusa mordomia. rs) e ao invés de me ligarem, simplesmente deixaram ele sem leite! Mas logo isso se ajeitou e eles também pegaram o jeito do Lucas e tudo passou a correr as mil maravilhas, ele come bem, dorme bem e está sempre sorrindo nas fotos que me mandam diariamente.
- aqui não tem a figura do pedagogo, tem o diretor da creche, e as cuidadoras que na sua grande maioria não tem formação acadêmica, só um curso técnico de 6 a 2 anos dependendo do nível delas.
- também não tem piscina em creche (pelo menos eu nunca vi)
- eles prezam muito área externa, então a maioria das creches faz questão de ter uma área aberta pras crianças pegarem sol e se possível brincarem com terra, terem contato com plantas, etc. Isso sempre com protetor solar e chapéu (diferente da creche que fui no Brasil e a diretora disse que banho de sol tem que ser sem protetor)
Quanto ao preço, como eu disse dependendo do bairro pode variar de $90 a $170 por dia (aqui em Sydney). Fazendo as contas, se seu filho for 5 dias por semana sai $1800 a $3400 por mês. Caro, óbvio, mas nada muito diferente do Rio onde se paga entre $2000 e $3500 por uma creche na zona sul. Com a diferença que aqui o governo te reembolsa 50%, limitado a $7500 por ano. Ou seja, se vc paga digamos $130 por dia (tirando uma média) por 5 dias por semana, daria $33800 por ano, sendo que vc recebe $7500 de volta do governo e no fim acaba pagando $26300. Só que é muito raro o bebe ir todo dia, na maioria das famílias eles vão só 1-3 vezes por semana. No nosso caso, vamos receber 34% de reembolso do governo por ano. Nada mal, né?
Todo mundo sempre me dizia que creche é caríssimo aqui em Sydney (e é) e que é quase impossível conseguir uma vaga (não é). Quando eu ainda estava grávida, entrei em desespero achando que não ia conseguir vaga pro Lucas quando voltasse a trabalhar, então comecei a colocar meu nome na lista de espera de vários lugares.
O primeiro lugar que visitei, ainda grávida, foi a creche do Council (tipo creche pública, mas vc paga de qualquer forma). Me diziam que eram as melhores pois são supervisionadas de perto pelo governo, a grade curricular é ótima, etc. Fui numa no bairro que moro e confesso que odiei! Achei suja (tá, não suja, mas velha, o que dava a aparência de suja), não gostei do fato da área externa misturar bebes com crianças maiores, impliquei mesmo com o lugar. Depois de uma amiga que trabalha em creche insistir que não era suja, que a qualidade é ótima, etc, etc, eu acabei colocando meu nome na lista de espera. Doce ilusão, pois conseguir uma vaga nessas creches é praticamente impossível! Tem várias prioridades (crianças aborígenes, oriundas de lares abusivos, etc) e abrem muito poucas vagas. Meu nome tá lá há mais de 1 ano e nunca me contactaram…
Tendo desistido dessa opção, passei a ver as outras duas possíveis: family day care e long day care. O family day care basicamente são pessoas que cuidam de crianças em casa, em geral poucas crianças (acho que no máximo 4-5). Claro que tem que ter licença pra isso e o governo supervisiona de perto. Tem até muitas brasileiras que tem family day care e algumas ótimas. Só que normalmente funciona de 7-8 da manha até 4-5 da tarde, o que não dava pra mim pois o Thiago sai do trabalho as 5 e eu as 5:30 e não chegamos em casa antes das 6:30.
Então parti pros long day care, que funcionam até 6 (as vezes 6:30-7) da tarde. Cheguei a visitar 2 perto de casa, que até gostei, mas me dei conta que não íamos conseguir chegar a tempo de qualquer forma pra pegar o Lucas. Eu ou o Thiago teríamos que fazer horário alternativo e sair mais cedo do trabalho, o que pra mim é muito difícil pois no meu escritório o pessoal vara a noite trabalhando. E mesmo pro Thiago ia ser complicado, e se surgisse uma reunião, e se o trem atrasasse (ou se ele fosse de carro, e se pegasse um transito anormal)? Fora que se acontecesse da creche me ligar pedindo pra pegar o Lucas mais cedo (por ele estar doente ou algo do tipo), eu demoraria pelo menos 1 hora pra chegar lá.
Aí partimos pra única opção viável pra nós: uma creche no centro da cidade perto do trabalho. Claro que essa opção é bem mais cara (enquanto no bairro que moramos o custo é de $90-$115 por dia, no centro sobe para $140-170 por dia), mas não temos muita escolha quando não temos família por perto, né?
Eu visitei quase todas as creches do centro (tipo umas 10-15) e são todas muito parecidas porque o governo supervisiona bem. Mas claro que tinham particularidades que as diferenciavam e quanto mais lugares eu visitava mais sabia o que não gostava. Exemplos: um que eu visitei mal dava pra andar porque a sala era uma zorra com brinquedos espalhados pelo chão. Imagina pra uma criança começando a engatinhar/andar se locomover ali? Outras vi crianças chorando e sendo ignoradas (aqui infelizmente é muito comum a técnica de controlled crying, ou seja, deixar a criança/bebe chorar pra ela aprender a ficar sozinho/dormir, o que eu tenho horror e acho uma tortura psicológica absurda com serzinhos tão pequenos – amo esse texto sobre o assunto, por sinal), ou eu não ia com a cara da diretora ou de alguma cuidadora do berçário, e por aí vai. Trabalho difícil esse de escolher o local onde vc vai deixar seu bem mais precioso por 8 horas seguidas!
Detalhe que como eu falei, aqui tem algumas regras pra creche, como por exemplo o ratio de crianças e cuidadores. Para o berçário (0-2 anos) esse ratio é de no mínimo 1 cuidador para cada 4 bebes. Para 2-3 anos o ratio é de 1:8 e de 3-5 anos vai pra 1:10. Claro que com isso o berçário é mais caro, porque demanda mais funcionários.
Seguindo a dica de uma amiga, toda creche que eu visitava eu checava qual era a qualificação dela no site do governo (nesse site) e isso só me fez ficar mais exigente. rs
Outra coisa que eu via era o que estava incluído no valor diário. Normalmente na family day care não tá incluído nada (por isso elas são mais baratas) e nos long day care varia – pode incluir só refeições (excluindo leite de fórmula) e lençóis pro berço, ou englobar fralda, lenço humedecido, fórmula, mamadeiras.
No fim a minha creche favorita era uma que fica bem no meio entre o meu trabalho e o do Thiago, tem poucas crianças no berçário (no máximo umas 8, dependendo do dia – sendo que eu cheguei a visitar creche com até 30 crianças no berçário!) o que dificulta a propagação de doenças, está com a melhor qualificação possível no site do governo, o ambiente é lindo e só com brinquedo de madeira onde eles fazem muitas brincadeiras sensoriais com os bebes (inclusive usando coisas que eu aplico em casa como a cesta de tesouros), e a taxa diária foi a mais baratas de todas no centro e inclui absolutamente tudo: fralda, lenço humedecido, comida, leite, mamadeira e lençóis - eu só teria que levar roupa extra, chupeta, a naninha (odeio essa palavra em português! rs Em inglês se chama “conforter” por sinal, o que é bem mais bonito sde se falar e mais apropriado) e o saco de dormir do Lucas. Perfeito, não? Só um problema: conseguir uma vaga.
Coloquei o nome na lista mas diziam que não podiam dar nenhuma posição até 1 mês antes de eu voltar a trabalhar, e isso eu com viagem de 2 meses pro Brasil marcada. Por sorte uma semana antes de eu ir pro Brasil me ligaram dizendo que tinha aberto uma vaga no berçário! Como alegria de pobre dura pouco, era pra começo imediato e eu estava de viagem marcada. No fim consegui negociar um meio termo: paguei 3 semanas sem o Lucas ir pra segurar a vaga, mas pelo menos não seriam as 6 semanas iniciais que eles tinham proposto.
Algumas curiosidades sobre as creches aqui que notei quando estive no Brasil e visitei uma creche no Rio:
- aqui não dão banho na creche, nem tem lugar pra isso. Na creche do meu sobrinho dão 2 banhos por dia e ele chega em casa cheirosinho. Aqui o Lucas chega cada dia mais imundo, com comida até no cabelo, fora os dias que tem atividades sensoriais como quando colocaram ele pra brincar com playdough (uma massa de farinha e água) e ele veio coberto de farinha! haha
E se engana quem pensa que eles trocam a roupa suja, eles só trocam se for sujo de vomito, xixi ou coco, o resto deixam assim mesmo, manchado de comida por tudo que é lado. Eu no inicio até achava ruim, agora já acostumei e acho legal eles darem essa liberdade pro bebe fazer atividades sensoriais, explorar a comida sozinho, que é o que eu também faço em casa. Quando eu contei pra eles que comecei a dar comida inteira pro Lucas comer sozinho com as mãos (como queijo, banana, brocolis, pão) eles adoraram e passaram a fazer isso na creche também. Claro que a sujismundice foi elevada ao triplo. rs
- uma vez me disseram que tem creche no Brasil que tem televisão, e eu fiquei chocada! Nunca vi por aqui e nem acredito que exista. Não que eu seja contra tv, confesso que até uso um pouco no dia a dia quando preciso de uma babá pra cuidar do Lucas enquanto como, arrumo algo na cozinha, etc, mas daí a colocar o bebe na creche pra ficar na frente da tv é demais!
- quando visitei uma creche cara na zona sul do Rio, a pedagoga passou horas explicando o projeto pedagógico para os bebes, com aula de música, yoga, inglês, informática. Sério mesmo? Para bebes de menos de 2 anos?? Aqui o foco é mesmo em brincar e explorar. Até tem musica, mas são as próprias cuidadoras que cantam, lêem histórias. Informática nem pensar, aliás nem lembro de ter visto computador nas creches, mesmo para crianças maiores de 3-5 anos.
- de uma forma geral o machismo aqui é menor e isso se reflete na educação das crianças. Não tem muito isso de azul pra meninos e rosa pras meninas, bonecas pras meninas e carro pros meninos. Brinquedos são pra crianças brincarem independente de gênero.
- não sei como é no Brasil, mas aqui eles tendem a levar tudo ao pé da letra e vc tem que explicar bem a rotina do bebe. Explico: no berçário eles aqui tem que seguir o que os pais fazem em casa. Então se eu digo pra eles que meu filho toma leite na hora tal, come comida na hora tal, dorme na hora tal, eles tem que seguir essa rotina na creche. No inicio foi meio difícil essa adaptação com a creche do Lucas, eles teimavam em fazer diferente do que eu dizia, davam mamadeira de leite extra (e claro que meu esfomeado sempre tomava, e eu preocupada dele engordar demais pois come sem parar. rs) ou trocavam uma por comida porque queriam dar no horário das outras crianças. Fora o primeiro dia que o Lucas recusou a mamadeira (fato inédito na vidinha dele esfomeada) porque eles esquentaram o leite (fui criar um bebe sem frescura que toma leite frio e deu nisso, ele recusa mordomia. rs) e ao invés de me ligarem, simplesmente deixaram ele sem leite! Mas logo isso se ajeitou e eles também pegaram o jeito do Lucas e tudo passou a correr as mil maravilhas, ele come bem, dorme bem e está sempre sorrindo nas fotos que me mandam diariamente.
- aqui não tem a figura do pedagogo, tem o diretor da creche, e as cuidadoras que na sua grande maioria não tem formação acadêmica, só um curso técnico de 6 a 2 anos dependendo do nível delas.
- também não tem piscina em creche (pelo menos eu nunca vi)
- eles prezam muito área externa, então a maioria das creches faz questão de ter uma área aberta pras crianças pegarem sol e se possível brincarem com terra, terem contato com plantas, etc. Isso sempre com protetor solar e chapéu (diferente da creche que fui no Brasil e a diretora disse que banho de sol tem que ser sem protetor)
Quanto ao preço, como eu disse dependendo do bairro pode variar de $90 a $170 por dia (aqui em Sydney). Fazendo as contas, se seu filho for 5 dias por semana sai $1800 a $3400 por mês. Caro, óbvio, mas nada muito diferente do Rio onde se paga entre $2000 e $3500 por uma creche na zona sul. Com a diferença que aqui o governo te reembolsa 50%, limitado a $7500 por ano. Ou seja, se vc paga digamos $130 por dia (tirando uma média) por 5 dias por semana, daria $33800 por ano, sendo que vc recebe $7500 de volta do governo e no fim acaba pagando $26300. Só que é muito raro o bebe ir todo dia, na maioria das famílias eles vão só 1-3 vezes por semana. No nosso caso, vamos receber 34% de reembolso do governo por ano. Nada mal, né?
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Licença maternidade (e paternidade) na Austrália
Como eu comentei no post anterior, a licença maternidade aqui na Austrália é de 1 ano, mas não remunerada. O governo paga 18 semanas (tem alguns requisitos como vc ter trabalhado 12 meses antes do bb nascer – os demais requisitos vc pode ver aqui) mas apenas 1 salário mínimo por mês. Como o salário mínimo aqui é de $622 por semana, não é tão ruim, mas tá longe de ser o salário que eu recebia. Algumas empresas pagam também uma licença que varia de 12 a 14 semanas (na maioria dos casos). No meu caso, como minha empresa é americana, eles pagaram 6 semanas apenas e acharam que estavam fazendo muito. Eu juntei 1 mês de licença médica que tinha, mais 1 mês de férias (que acabei só recebendo 15 dias por conta de um erro da minha gerente) e o resto foi sem remuneração mesmo. Claro que ficou apertado, mas até que não foi tão ruim como achei que seria.
O governo australiano tinha prometido no orçamento desse ano a licença maternidade de 6 meses remunerada integralmente. Não só isso acabou não passando como a lei ficou mais dura para os pais: agora o governo não vai mais pagar as 18 semanas de licença se a empresa pagar também. No meu caso, por exemplo, isso seria péssimo porque minha empresa paga só 6 semanas. Mas mesmo as empresas que pagam de 12 a 14 semanas, vamos convir que 3 meses de licença paga é um retrocesso frente a maioria dos países desenvolvidos (e aí eu excluo os EUA que são uma verdadeira aberração e um ultraje para os pais – tem um vídeo muito interessante do programa do John Oliver fazendo piada com esse absurdo).
Voltando a licença não remunerada, o detalhe é que ela é paga para o “primary carer” da criança, ou seja, tanto faz se é homem ou mulher, se os pais são um casal gay ou single parent, ou se a criança é adotada.
Além dessa licença de 12 meses não remunerada, o marido (ou esposa) podem ainda tirar 12 meses adicionais, também não remunerado, com garantia de cargo e salário no retorno ao trabalho.
Um fato curioso é que a lei prevê também que a mulher que trabalha numa função incompatível com a gravidez (ou seja, que gere risco de saúde para mãe ou bebe) pode pedir transferência para outro cargo que seja “seguro” durante a gravidez. Se a empresa não possuir esse cargo seguro, a grávida entra de licença durante a gravidez integralmente paga pela empresa. Claro que isso também só vale se a grávida estiver trabalhando há mais de 12 meses na mesma empresa.
Uma coisa que gosto bastante daqui é que no geral as obrigações são dividas entre pais e mães e as empresas também respeitam isso. É muito comum pais que quando termina a licença maternidade da esposa passem a trabalhar 1 ou 2 dias de casa pra poder ficar com o bb, ou façam acordos com a empresa para entrar e sair em horários alternativos e poder pegar o filho na creche.
Algumas empresas dão benefícios adicionais aos pais, como no caso da empresa do Thiago que dá uma ajuda de $60 por semana de auxílio creche, e concede licença paternidade (para a mulher ou o homem) de 3 meses remunerada integralmente. Dessa vez não pudemos usar disso pois quando o Lucas nasceu o Thiago ainda não tinha completado 12 meses na empresa, mas cogitamos a hipótese de se tivermos outro filho eu tire 3 meses de licença e o Thiago os outros 3.
Os empregadores são também, de uma forma geral, bem compreensivos com os pais e não rola o bullying tão recorrente no Brasil quando pais precisam sair cedo pra pegar os filhos ou faltar porque o filho tá doente.
Talvez essa mentalidade aqui seja também decorrente do fato de que os avós, de uma forma geral, não cuidam dos netos como no Brasil. Eles podem até ajudar, mas fazem questão de deixar claro que tem vida própria e a ajuda pra cuidar dos netos é em caráter excepcional, ou seja, não é muito comum o que vemos no Brasil de avós que pegam os netos na creche todo dia, ou ficam com os netos várias vezes na semana.
Quando eu voltei da licença, algumas semanas depois o Lucas ficou doente, aliás ele ficou doente 2 vezes em 2 semanas, e teve que faltar a creche 3 dias (os outros dias coincidiu com os dias que eu não trabalho). Como eu tinha acabado de voltar ao trabalho e só trabalho 3x na semana (e claro, não temos família aqui), não dava pra ficar faltando, então o Thiago que ficou em casa cuidando dele. Ah, na empresa do Thiago eles tem outro benefício que é além dos dias de sick leave que todo empregado tem direito, eles tem também sick leaves adicionais pra quando o filho está doente. E ninguém faz cara feia ou reclama se vc tirar esses dias, é seu direito e ponto, todo mundo compreende e se vierem te falar algo vai ser só pra perguntar se o seu filho está melhor.
Do meu grupo de mães aqui eu fui uma das primeiras (se não a primeira) a voltar a trabalhar. A maioria vai tirar quase 1 ano de licença, ou não vai voltar ao trabalho tão cedo. O que muitas mães pesam também é o custo da creche (que vou falar em outro post). Se vc não ganhar um salário bom que cubra os custos da creche, não faz muito sentido voltar a trabalhar, né? De que adianta vc ganhar $160 por dia ($20 por hora) se vai pagar de $80 a $160 de creche por dia, dependendo do bairro? Isso pra um filho, imagina quem tem 2, 3, ou até 4 filhos?? Faz mesmo mais sentido ficar em casa com as crianças do que trabalhar.
Existem ainda alguns outros benefícios do governo para famílias com crianças pequenas (apesar do famoso "baby bonus" ter acabado ano passado), como ajuda no aluguel, redução no valor dos impostos, etc, mas tudo vai depender da renda anual do casal. Lembrando sempre que esses benefícios do governo só se aplicam para quem tem visto de residente, quem tem outros vistos não tem ajuda nenhuma, ou seja, com visto de estudante manter uma família com filhos aqui é bem complicado. Claro que tem gente que faz, mas eu sinceramente não sei como… rs
No próximo post vou falar sobre creche e atividades para crianças.
O governo australiano tinha prometido no orçamento desse ano a licença maternidade de 6 meses remunerada integralmente. Não só isso acabou não passando como a lei ficou mais dura para os pais: agora o governo não vai mais pagar as 18 semanas de licença se a empresa pagar também. No meu caso, por exemplo, isso seria péssimo porque minha empresa paga só 6 semanas. Mas mesmo as empresas que pagam de 12 a 14 semanas, vamos convir que 3 meses de licença paga é um retrocesso frente a maioria dos países desenvolvidos (e aí eu excluo os EUA que são uma verdadeira aberração e um ultraje para os pais – tem um vídeo muito interessante do programa do John Oliver fazendo piada com esse absurdo).
Voltando a licença não remunerada, o detalhe é que ela é paga para o “primary carer” da criança, ou seja, tanto faz se é homem ou mulher, se os pais são um casal gay ou single parent, ou se a criança é adotada.
Além dessa licença de 12 meses não remunerada, o marido (ou esposa) podem ainda tirar 12 meses adicionais, também não remunerado, com garantia de cargo e salário no retorno ao trabalho.
Um fato curioso é que a lei prevê também que a mulher que trabalha numa função incompatível com a gravidez (ou seja, que gere risco de saúde para mãe ou bebe) pode pedir transferência para outro cargo que seja “seguro” durante a gravidez. Se a empresa não possuir esse cargo seguro, a grávida entra de licença durante a gravidez integralmente paga pela empresa. Claro que isso também só vale se a grávida estiver trabalhando há mais de 12 meses na mesma empresa.
Uma coisa que gosto bastante daqui é que no geral as obrigações são dividas entre pais e mães e as empresas também respeitam isso. É muito comum pais que quando termina a licença maternidade da esposa passem a trabalhar 1 ou 2 dias de casa pra poder ficar com o bb, ou façam acordos com a empresa para entrar e sair em horários alternativos e poder pegar o filho na creche.
Algumas empresas dão benefícios adicionais aos pais, como no caso da empresa do Thiago que dá uma ajuda de $60 por semana de auxílio creche, e concede licença paternidade (para a mulher ou o homem) de 3 meses remunerada integralmente. Dessa vez não pudemos usar disso pois quando o Lucas nasceu o Thiago ainda não tinha completado 12 meses na empresa, mas cogitamos a hipótese de se tivermos outro filho eu tire 3 meses de licença e o Thiago os outros 3.
Os empregadores são também, de uma forma geral, bem compreensivos com os pais e não rola o bullying tão recorrente no Brasil quando pais precisam sair cedo pra pegar os filhos ou faltar porque o filho tá doente.
Talvez essa mentalidade aqui seja também decorrente do fato de que os avós, de uma forma geral, não cuidam dos netos como no Brasil. Eles podem até ajudar, mas fazem questão de deixar claro que tem vida própria e a ajuda pra cuidar dos netos é em caráter excepcional, ou seja, não é muito comum o que vemos no Brasil de avós que pegam os netos na creche todo dia, ou ficam com os netos várias vezes na semana.
Quando eu voltei da licença, algumas semanas depois o Lucas ficou doente, aliás ele ficou doente 2 vezes em 2 semanas, e teve que faltar a creche 3 dias (os outros dias coincidiu com os dias que eu não trabalho). Como eu tinha acabado de voltar ao trabalho e só trabalho 3x na semana (e claro, não temos família aqui), não dava pra ficar faltando, então o Thiago que ficou em casa cuidando dele. Ah, na empresa do Thiago eles tem outro benefício que é além dos dias de sick leave que todo empregado tem direito, eles tem também sick leaves adicionais pra quando o filho está doente. E ninguém faz cara feia ou reclama se vc tirar esses dias, é seu direito e ponto, todo mundo compreende e se vierem te falar algo vai ser só pra perguntar se o seu filho está melhor.
Do meu grupo de mães aqui eu fui uma das primeiras (se não a primeira) a voltar a trabalhar. A maioria vai tirar quase 1 ano de licença, ou não vai voltar ao trabalho tão cedo. O que muitas mães pesam também é o custo da creche (que vou falar em outro post). Se vc não ganhar um salário bom que cubra os custos da creche, não faz muito sentido voltar a trabalhar, né? De que adianta vc ganhar $160 por dia ($20 por hora) se vai pagar de $80 a $160 de creche por dia, dependendo do bairro? Isso pra um filho, imagina quem tem 2, 3, ou até 4 filhos?? Faz mesmo mais sentido ficar em casa com as crianças do que trabalhar.
Existem ainda alguns outros benefícios do governo para famílias com crianças pequenas (apesar do famoso "baby bonus" ter acabado ano passado), como ajuda no aluguel, redução no valor dos impostos, etc, mas tudo vai depender da renda anual do casal. Lembrando sempre que esses benefícios do governo só se aplicam para quem tem visto de residente, quem tem outros vistos não tem ajuda nenhuma, ou seja, com visto de estudante manter uma família com filhos aqui é bem complicado. Claro que tem gente que faz, mas eu sinceramente não sei como… rs
No próximo post vou falar sobre creche e atividades para crianças.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
O retorno (será que agora vai?)
E mais seis meses se passaram sem post novo. Acho que vou me conformar que esse blog agora terá postagens semestrais. haha
O fato é que depois de um tempo fico meio sem assunto, a nossa vida aqui já virou uma rotina e nada mais me parece extraordinário, sabe? Fora a falta de tempo com o Lucas querendo atenção 24hrs. Talvez agora que voltei a trabalhar tenha como tirar um tempinho pra voltar a escrever posts, mas não prometo.
Ainda recebo bastante email de pessoas querendo emigrar pra cá e procuro sempre responder (ainda que na maioria das vezes com atraso, sorry). Infelizmente nem sempre posso incentivar pois alguns casos são realmente difíceis de se conseguir um visto de residência. E eu não acompanho mais esse assunto, então não sei mais as profissões que estão na lista de demanda, como está o processo de aplicação, etc. Nem sobre a área de direito eu tenho mais informações, pois como já disse abandonei por hora a ideia de validar o meu diploma e sinceramente não sei se o farei algum dia.
Há pouco mais de um mês voltei a trabalhar depois de 7 meses de licença maternidade. Não sei se já comentei aqui, mas a licença maternidade é de 1 ano, mas não remunerada. O governo paga 18 semanas (tem alguns requisitos como vc ter trabalhado 12 meses antes do bb nascer) mas apenas 1 salário mínimo por mês. Como o salário mínimo aqui é de $622 por semana, não é tão ruim, mas tá longe de ser o salário que eu recebia. Algumas empresas até pagam também uma licença que varia de 12 a 18 semanas. No meu caso, como minha empresa é americana, eles pagaram 6 semanas apenas e acharam que estavam fazendo muito. Eu juntei 1 mês de licença médica que tinha, mais 1 mês de férias (que acabei só recebendo 15 dias por conta de um erro da minha gerente) e o resto foi sem remuneração mesmo. Claro que ficou apertado, mas até que não foi tão ruim como achei que seria. Os gastos com bb não são tão altos como eu imaginei pois aqui se compra muita coisa de segunda mão super barato (outro dia mesmo comprei um saco com 100 roupas de bb, muitas quase novas, e paguei apenas $30), e mesmo coisas maiores como carrinho, mamadeiras, fraldas, etc, não é tão caro como no Brasil. Por exemplo, assim que o Lucas ficou um pouco maior (tipo uns 3 meses) passei a comprar fralda genérica (do supermercado Aldi) que é ótima e a metade do preço de uma da Huggies. Pra vcs terem uma ideia a fralda do Aldi custa $0.20 por fralda, enquanto a da Huggies custa uns $0.50 por fralda (e no Brasil quando fui de ferias eu pagava no mínimo $0.80 pela fralda da Pamper que, sinceramente, não chega aos pés da qualidade da fralda do Aldi!). Fora que com um bb e sem família por perto sua vida social beira zero, o que é mais uma economia. Então no fim das contas o que gastávamos antes com saídas, almoço fora, bebida, agora trocamos por fralda. rs
Eu tinha dito no trabalho que voltaria em agosto-setembro, mas sinceramente a vida de dona de casa não é pra mim e eu já estava enlouquecendo. Acho louvável as mulheres que optam por ficar em casa com o bb, mas não é pra mim. Então quando o Lucas fez 6 meses achamos que estava na hora de eu voltar. Claro que também não quis (e não quero) voltar a trabalhar integral, pois curto muito ficar com o pequeno. Assim voltei 3 dias por semana, e numa nova posicao – como paralegal. Eu já trabalhava como paralegal há tempos, mas eles ficavam enrolando pra mudar meu contrato. Aí quando voltei não tinha como mais me enrolarem e finalmente me deram o novo contrato. Como meu escritório paga muito bem (um oásis no mercado de paralegal), meu novo salário me garante um valor perto com o que eu recebia antes, mas para trabalhar apenas 3x por semana. E eu ainda reclamei porque queria mais. Haha Mas a verdade é que por causa da minha formação em direito eu faço mais que um paralegal, como diz a minha chefe, ela me dá trabalho de “second year associate”, então nada mais justo que eles me remunerem acima da mádia, não? Como estou retornando da licença vou ficar na minha por enquanto, mas eles que me aguardem pedindo aumento ano que vem. rs
A vida após o retorno ao trabalho tá bem puxada, mas aos poucos estamos entrando na rotina. E por incrível que pareça ter um filho me fez ter mais vontade de cozinhar, fazer uma alimentacao saudável pra ele e pra nós. Entao perco mais tempo na cozinha, o que tem me deixado inclinada a comprar uma Thermomix, se eu conseguir convencer o Thiago a gastar uma grana, mas isso é assunto pra outro post…
Enfim, vou ver se escrevo mais frequente e nos próximos posts vou comentar um pouco mais sobre esse retorno ao trabalho, como funciona creche aqui, atividades extracurriculares pra criancas e bbs, etc. Se alguém tiver alguma curiosidade ou sugestão de post, fique a vontade pra mandar sugestões nos comentários! Isso se depois de tanto tempo de blog morto ainda tiver alguém acompanhando… rs
O fato é que depois de um tempo fico meio sem assunto, a nossa vida aqui já virou uma rotina e nada mais me parece extraordinário, sabe? Fora a falta de tempo com o Lucas querendo atenção 24hrs. Talvez agora que voltei a trabalhar tenha como tirar um tempinho pra voltar a escrever posts, mas não prometo.
Ainda recebo bastante email de pessoas querendo emigrar pra cá e procuro sempre responder (ainda que na maioria das vezes com atraso, sorry). Infelizmente nem sempre posso incentivar pois alguns casos são realmente difíceis de se conseguir um visto de residência. E eu não acompanho mais esse assunto, então não sei mais as profissões que estão na lista de demanda, como está o processo de aplicação, etc. Nem sobre a área de direito eu tenho mais informações, pois como já disse abandonei por hora a ideia de validar o meu diploma e sinceramente não sei se o farei algum dia.
Há pouco mais de um mês voltei a trabalhar depois de 7 meses de licença maternidade. Não sei se já comentei aqui, mas a licença maternidade é de 1 ano, mas não remunerada. O governo paga 18 semanas (tem alguns requisitos como vc ter trabalhado 12 meses antes do bb nascer) mas apenas 1 salário mínimo por mês. Como o salário mínimo aqui é de $622 por semana, não é tão ruim, mas tá longe de ser o salário que eu recebia. Algumas empresas até pagam também uma licença que varia de 12 a 18 semanas. No meu caso, como minha empresa é americana, eles pagaram 6 semanas apenas e acharam que estavam fazendo muito. Eu juntei 1 mês de licença médica que tinha, mais 1 mês de férias (que acabei só recebendo 15 dias por conta de um erro da minha gerente) e o resto foi sem remuneração mesmo. Claro que ficou apertado, mas até que não foi tão ruim como achei que seria. Os gastos com bb não são tão altos como eu imaginei pois aqui se compra muita coisa de segunda mão super barato (outro dia mesmo comprei um saco com 100 roupas de bb, muitas quase novas, e paguei apenas $30), e mesmo coisas maiores como carrinho, mamadeiras, fraldas, etc, não é tão caro como no Brasil. Por exemplo, assim que o Lucas ficou um pouco maior (tipo uns 3 meses) passei a comprar fralda genérica (do supermercado Aldi) que é ótima e a metade do preço de uma da Huggies. Pra vcs terem uma ideia a fralda do Aldi custa $0.20 por fralda, enquanto a da Huggies custa uns $0.50 por fralda (e no Brasil quando fui de ferias eu pagava no mínimo $0.80 pela fralda da Pamper que, sinceramente, não chega aos pés da qualidade da fralda do Aldi!). Fora que com um bb e sem família por perto sua vida social beira zero, o que é mais uma economia. Então no fim das contas o que gastávamos antes com saídas, almoço fora, bebida, agora trocamos por fralda. rs
Eu tinha dito no trabalho que voltaria em agosto-setembro, mas sinceramente a vida de dona de casa não é pra mim e eu já estava enlouquecendo. Acho louvável as mulheres que optam por ficar em casa com o bb, mas não é pra mim. Então quando o Lucas fez 6 meses achamos que estava na hora de eu voltar. Claro que também não quis (e não quero) voltar a trabalhar integral, pois curto muito ficar com o pequeno. Assim voltei 3 dias por semana, e numa nova posicao – como paralegal. Eu já trabalhava como paralegal há tempos, mas eles ficavam enrolando pra mudar meu contrato. Aí quando voltei não tinha como mais me enrolarem e finalmente me deram o novo contrato. Como meu escritório paga muito bem (um oásis no mercado de paralegal), meu novo salário me garante um valor perto com o que eu recebia antes, mas para trabalhar apenas 3x por semana. E eu ainda reclamei porque queria mais. Haha Mas a verdade é que por causa da minha formação em direito eu faço mais que um paralegal, como diz a minha chefe, ela me dá trabalho de “second year associate”, então nada mais justo que eles me remunerem acima da mádia, não? Como estou retornando da licença vou ficar na minha por enquanto, mas eles que me aguardem pedindo aumento ano que vem. rs
A vida após o retorno ao trabalho tá bem puxada, mas aos poucos estamos entrando na rotina. E por incrível que pareça ter um filho me fez ter mais vontade de cozinhar, fazer uma alimentacao saudável pra ele e pra nós. Entao perco mais tempo na cozinha, o que tem me deixado inclinada a comprar uma Thermomix, se eu conseguir convencer o Thiago a gastar uma grana, mas isso é assunto pra outro post…
Enfim, vou ver se escrevo mais frequente e nos próximos posts vou comentar um pouco mais sobre esse retorno ao trabalho, como funciona creche aqui, atividades extracurriculares pra criancas e bbs, etc. Se alguém tiver alguma curiosidade ou sugestão de post, fique a vontade pra mandar sugestões nos comentários! Isso se depois de tanto tempo de blog morto ainda tiver alguém acompanhando… rs
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