Eis que calhou do Thiago ter direito a um dia off no trabalho (a empresa dele criou o “well being day off”: 1 vez a cada trimestre o funcionário pode tirar um dia off para relaxar) e conseguir tirá-lo no dia seguinte ao feriado. Como eu não trabalho terça nem quarta, era a oportunidade perfeita para viajarmos. Pensamos em ir pra Perth, mas as passagens aéreas estavam caríssimas além do que queríamos conhecer um lugar novo. E aí me deu uma louca e falei: vamos pra Fiji!
Fiji é o destino internacional mais perto de Sydney, são só 3.5hrs de vôo na ida e 4.5hrs na volta. Não é um destino barato como a Tailândia ou a Indonésia, mas é um vôo bem mais curto e um destino bem mais child friendly. Sim, porque apesar de ter muita gente que viaje pra Tailândia e Indonésia com bebes, eu sinceramente não queria ter todo o trabalho e ficar me preocupando com a qualidade da comida e da água. Fora que com um bebê hiperativo de 10 meses, um vôo longo seria um suplício, já não bastam as traumáticas idas ao Brasil. rs
Então em menos de 3 dias fiz minhas pesquisas, entrei em contato com a Flight Centre (agência de viagens bem famosa aqui na Austrália) para fazer a cotação dos pacotes, decidimos o hotel e vendemos um rim pra pagar a viagem. haha Brincadeira, não é tão caro assim, no site da Travel Online dá pra fazer a cotação completa de hotel + vôos e ter uma ideia do preço.
Ponderei muito sobre qual ilha ficaríamos. Fiji é composta por 333 ilhas tropicais, sendo que duas ilhas principais são: 1) Viti Levu, onde fica a capital do país (Suva) e o aeroporto internacional (Nadi) e 2) Vanua Levu. Ouvi muito boas recomendações de ilhas como Castaway, Mana Island, Plantation Island, dentre outras. Mas todas essas ilhas requerem um transfer de carro ate o porto + um transfer de barco, o que seria inviável com o meu pequeno que odeia ficar sentado por mais de 20 minutos. Fora que eu também preferia ficar na ilha principal e ter mais infra-estrutura em caso de uma emergência. O problema de ficar na ilha principal é que muitos hotéis/resorts ali não tem praia privativa ou tem praia mas com água turva ou a praia é de pedras, enquanto que nas outras ilhas menores as praias normalmente são mais paradisíacas com água cristalina e areia branquinha.
Bom, paciência, não dava pra ter tudo e também não me adiantava uma praia paradisíaca se de 10-4 eu tinha que evitar o sol pro Lucas não pegar uma queimadura.
Depois de consultar o grupo de “Mães Brasileiras na Austrália”, do qual participo no Facebook, o resort mais indicado na ilha principal era o Shangri-la Fijian Resort, que fica ao sul da ilha principal e a 1.5hr de carro do aeroporto.
Fechamos um pacote de 4 noites com café da manha incluído, num “Superior Ocean View Room” que era simplesmente divino! O quarto era imenso, eles colocaram um berço portável super grande e confortável, mais o sofá, uma mesa, um rack com a televisão, um armário de 4 portas, um frigobar, a cama king (ou extra king, porque era gigante) e ainda tinha espaço de sobra pro Lucas engatinhar a beça. Fora a varanda de frente pro mar e o banheiro imenso com chuveiro + banheira separada. Os únicos problemas do quarto era que ficava no segundo andar (mas tinha rampa pra subir com o carrinho) e numa ponta mais afastada do resort, que é gigantesco, então caminhávamos uns 10 minutos pra acessar a piscina principal, os restaurantes e a recepcao. Por outro lado na nossa ponta do resort ficava uma piscina de borda infinita de frente pra praia, que sempre ficava mais vazia e era a nossa escolha normalmente, mesmo com o Lucas (até porque mesmo na piscina infantil ele não ia poder ficar sozinho porque ainda é muito pequeno, então era melhor ficarmos na piscina de adulto mais funda pra nós e melhor pra sergurar ele).
A viagem foi maravilhosa, o Lucas aproveitou tubos, explorou tudo que ele podia e mais um pouco. As únicas 2 reclamações que eu tenho quanto ao resort são: 1) a comida é cara e bem mais ou menos, tirando o café da manha que era divino e muito variado; 2) apesar do resort ser muito child friendly (eles tem até um kids club onde os pais podem deixar as crianças de 4-12 anos por quantas horas quiserem, de graça, enquanto vão aproveitar o resort ou fazer algum passeio) não tinha muito entretenimento pra bebês. Nem no kids club tinha um tapete macio ou um espaço com livros e brinquedos para bebês, então na hora do sol a pino acabávamos ficando no quarto com o Lucas. O resort tem também serviço de babá muito barato
($25 dólares por 3 horas), mas que não usamos.
Vou fazer uma lista de algumas dicas e ao final coloco algumas fotos da viagem.
- eu morria de medo do Lucas pegar uma infecção estomacal com a água ou comida, então levei papinha pronta para todos os dias e 1 litro de água na mala de mão (pode levar líquido e comida na mala de mão se for para o bebê), e quando chegamos lá o transfer do aeroporto para o hotel parou num mercadinho de beira de estrada e eu aproveitei pra comprar mais uns 7 litros de água. Não satisfeita eu lavava as garrafas antes de abrir e ainda fervia a água na ketler que tinha no nosso quarto antes de dar pro Lucas. Pode parecer excessivo, mas ouvi muitas histórias de criança que pegaram infecções horrorosas e eu já tive minha cota de doença com o Lucas. Ele felizmente não pegou nada, apesar de no ultimo dia ter ficado doente, mas por conta de um maldito vírus de hand foot mouth desease que ele pegou na creche antes de viajarmos. Mas nada muito sério, só nos fez passar o dia no quarto pra não cansar muito ele.
Ah, não somos mais freak com esterilizar nada do Lucas, então em Fiji só levamos uma escova para lavar as mamadeiras e um detergente liquido.
- o Lucas sempre comeu papinha pronta de vez em quando, quando viajávamos ou numa emergência, apesar de 90% das refeições eu fazer em casa. E ele sempre comeu tranquilo as papinhas prontas, mesmo as da Nestle quando estivemos no Brasil e que são muito piores que as papinhas daqui. Entretanto, justo na viagem pra Fiji ele resolveu odiar papinha pronta e se recusar a comer! E desde então o ódio dele a essas papinhas só aumenta a ponto dele fazer ânsia de vomito se insistimos. Eu fiquei desesperada, porque não queria dar comida de adulto pra ele com muito sal ou pimenta, mas também não podia deixar ele fazer greve de fome. Aí o jeitop foi improvisar: quando íamos almoçar ou jantar eu pedia um prato de algo que ele pudesse comer comigo (um nhoque, ou legumes refogados) e se íamos comer no buffet era mais fácil porque tinha frutas e pão sempre. No buffet tinha também “kids meal”, que achei bem caído porque todo santo dia era espaguete bolonhesa. Mas um dos jantares ele comeu isso mesmo. O café era a hora mais tranquila, pois tinha muita coisa que ele come: iogurte, frutas, weetbix (um cereal australiano), pão, omelete, etc. Mas eles não deixavam levar nada do restaurante, então o lanche da manha tinha que ser papinha pronta mesmo.
Ah, e vc consegue comprar comida de bebê, fralda e artigos de primeira necessidade em Fiji, seja na cidade ou dentro do próprio resort, mas claro que muito mais caro e sem muita opção de marcas, então melhor levar tudo na mala mesmo.
- não precisa de visto nem vacina específica pra entrar em Fiji se vc for cidadão australiano ou residente permanente na Austrália.
- no pacote que fechamos com a Flight Centre incluía o transfer do aeroporto para o hotel. Nós fizemos questão de pedir uma cadeirinha de bebê e pagamos $24 fijian doláres extra por ela. Mas sinceramente lá em Fiji eles estão pouco se lixando e até tentaram nos convencer a ir sem cadeirinha mesmo porque não precisava. Nós insistimos e nos deram direitinho, mas é bom reservar com antecedência porque eles não tem muitas cadeirinhas disponíveis. Sei que no Brasil não se é muito rigoroso com isso e nós mesmos andamos várias vezes de táxi no Rio com o Lucas sem cadeirinha porque não tinha como ficar colocando em cada táxi que pegávamos, mas na Austrália nem pensar, nenhum táxi vai levar um bebê sem a cadeirinha. E em Fiji como o transfer tem essa possibilidade nós insistimos porque convenhamos que a segurança do bebê vem em primeiro lugar, né? Ah, e as estradas que pegamos até o hotel eram bem ruins e o motorista andando mais rápido do que estamos acostumados aqui na Austrália, fora as ultrapassagens perigosas na estrada com uma única pista, bem conhecido de quem mora no Brasil mas impensável na Austrália.
- não sei se já comentei aqui no blog, mas na Austrália NINGUÉM toca em criança sem autorização dos pais. Até pra me ajudar a sair com o carrinho do trem a maioria das pessoas pergunta antes se quero ajuda, não sai metendo a mão no carrinho (com exceção dos imigrantes, uma vez uma louca quase virou o carrinho porque foi levantá-lo sem me pedir e além de eu não precisar de ajuda, ela ainda levantou o carrinho demais). E isso é muito enraizado aqui e difícil de entender pra muitos brasileiros já que nós temos uma cultura mais calorosa (ou invasiva, dependendo do ponto de vista. haha). Só que quando vc vai pra Fiji, pode esquecer essa regra de etiqueta com crianças. Eles amam bebê e saem pegando sem nem pedir autorização. Perdi as contas das vezes em que pegavam o Lucas no colo, as vezes até tirando dos meus braços, ou que o beijavam sem que eu tivesse nem tempo de protestar. Até no aeroporto quando passávamos pela alfandega em Fiji, ao invés de estarem prestando atenção no que tínhamos na mala e no raio-x, os funcionários estavam era disputando pra ver quem pegava o Lucas no colo. Confesso que me incomodou bastante, mas não tinha muito o que eu pudesse fazer na maioria das vezes.
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