Como eu expliquei pra Jacqueline no outro post, eu não
escrevo sobre outras áreas profissionais porque realmente não conheço muito
sobre outras áreas, e se tem uma coisa que eu detesto é passar info errada ou
na base do achismo, por isso nunca escrevi sobre outras profissões. Postei num
grupo que participo no facebook pedindo relato de outras meninas em áreas
diversas para que eu possa publicar como guest post, mas só uma me mandou um
email. :(
Como eu já trabalhei de garçonete e babá no ano que
cheguei aqui, vou fazer um post sobre as minhas impressões dessas áreas pra
quem tá chegando em down under. Vou fazer também um post sobre se tenho
faxineira e babá em casa. Vou também fazer um post sobre os outros assuntos que
me sugeriram nos comentários do post anterior. Aliás vou tentar fazer tudo hoje
e já deixar agendado pra postar senão vou esquecer (impressionante como depois de
ter filho minha memória foi pras cucuias…).
Mas hoje vou começar contando como foi o nosso retorno
pra Austrália depois de 5 semanas de férias.
Primeiro queria traçar um paralelo com a viagem que
fizemos ano passado pro Brasil, quando o Lucas tinha 5 meses. Aproveitando o
finzinho da minha licença maternidade, fiquei 6 semanas no Brasil com o Lucas
entre o meio de abril e o início de junho, e o Thiago foi nos encontrar por
algumas semanas também. O Lucas ainda era bem pequeno pra aproveitar e
interagir com as pessoas, e eu ainda amamentava então não consegui ter muito
tempo sozinha deixando ele com a família de babá. Naquela viagem o Lucas foi
uma tranquilidade no voo (claro, ele não se locomovia ainda e qualquer
brinquedinho bobo o mantinha ocupado), mas o jet lag foi punk! Como ele ainda
era muito pequeno, ele trocou o dia pela noite por 1 semana (na ida e na volta)
e eu não conseguia dormir de dia porque queria aproveitar com a família, e a
noite não conseguia dormir porque o Lucas estava a corda toda. Sério, foi
desesperador! Passado o jet lag aproveitamos muito com a família, o clima no
Rio estava um espetáculo (amo o inverno carioca de sol e calor ameno) e logo
estava na hora de regressarmos pra casa. No retorno, mais uma semana de jet lag
dos infernos e pra piorar chegamos em Sydney no início de junho, em pleno
inverno rigoroso, eu retornando ao trabalho e com o Lucas começando na creche
nova, e consequentemente ficando doente sem parar. Foi trevas! Se tem uma coisa
que eu não faço é romantizar a maternidade, e vou te dizer, o segundo semestre
de 2015 foi absolutamente horroroso. Foram 4 meses do Lucas e eu doentes
praticamente toda semana (até hoje eu pego todos os germes que ele traz da
creche, oh sina!), o Lucas precocemente começando a andar (a criança
simplesmente não engatinhou, com 7-8 meses já “andava” se segurando nos móveis
e com 10 meses andava de forma independente) e com isso todo um estresse porque
ele não parava quieto e caía horrores, tudo isso no auge do inverno que sempre
me deixa meio depressiva. Quis voltar pro Brasil mil vezes!
Depois as coisas se acalmaram e chegou a hora da nossa
viagem desse ano. Uma grande amiga casou em Londres então resolvemos fazer a
loucura de passar 1 semana em Londres, 4 dias em Paris e 2 semanas e meia no Rio.
Em 5 semanas foram 3 continentes, 65 horas de voo, 5 horas de trem, 3 fuso
horários e uma criança hiper ativa. Os ingredientes pra um completo desastre,
né? haha
Bom, o jet lag foi infinitamente
melhor, porque agora maior o Lucas entrou meio que no mesmo esquema nosso:
dormindo cedo e acordando de madrugada. Mas isso foi ok porque nós também
estávamos desregulados. Fora que agora que ele dorme 9-10 horas seguidas a
noite, ainda conseguíamos ter tempo pra gente.
Já os voos, ah, os voos… Nem vou falar muito pra não
desestimular quem quer viajar com criança pequena. Fora que cada criança é
diferente e eu conheço vários pais que dizem não ter trabalho algum. Bom,
provavelmente esses pais não tem o furacão que eu tenho em casa. haha Digamos
apenas que de 65 horas de voo nós tivemos umas 20 absolutamente infernais do
tipo: “ABRE ESSA PORTA DE EMERGÊNCIA E DEIXA EU PULAR AGORA!” Mas pensando pelo
lado positivo pelo menos 2/3 dos voos foi tranquilo (tá, digamos que 1/3 foi
tranquilo e o outro 1/3 tolerável).
Sobrevivemos pra contar história e apesar do Thiago ter
ficado meio traumatizado (haha) eu encararia de novo numa boa (sim, sou
masoquista). A estadia no Rio esse ano foi ainda mais especial porque o Lucas
já estava com 1 ano e 10 meses, começando a falar, mais independente e
interagindo com o primo (que é apenas 6 meses mais velho). Foram dias de muita
felicidade e merecido descanso pra mim e Thiago, com a família tomando conta da
nossa ferinha por dias inteiros pra nos dar uma folga.
Daí chegou a hora de voltar… Eu estava meio apreensiva já
lembrando a depressão básica que deu no retorno da viagem ano passado. Mas esse
ano foi muito diferente! Primeiro que chegamos aqui em outubro, se não no calor
pelo menos com um friozinho mais ameno. Segundo porque estávamos morrendo de
saudade da nossa casa e do nosso estilo de vida aqui! Se por um lado com o
Lucas maior ele aproveitou mais a família e deu um aperto do coração ter que
nos separar de novo, por outro foi muito complicado andar pelo Rio com o Lucas.
Se a violência já me incomodava há 5 anos quando eu morava lá, atualmente está
insuportável. Fora a instabilidade económica, o jeitinho brasileiro que me
irrita, o machismo em níveis estratosféricos, etc. Não tem a mais remota
possibilidade de eu cogitar voltar pro Brasil. Por mais que metade do meu
coração fique lá, e eu morra de tristeza de ver o Lucas crescer sem a presença
da família, mas a qualidade de vida que temos aqui me fazem ter a certeza de
que a Austrália é minha nova casa.
Criar um filho longe da família é um desafio e não vou
mentir: faz muita falta! Faz falta quando ficamos doentes, quando precisamos de
um tempinho como casal, quando estamos estressados e tudo que queremos é um
almoço de domingo rodeado de “problemas” familiares pra tirar o foco dos
nossos. Faz falta nos aniversários e nos bons momentos quando muitas vezes
temos que esperar 12 horas pra contar uma novidade pra família e amigos
próximos por causa do fuso. Mas isso tudo vem junto com o pacote de um
expatriado. Agora, sabe qual o lado bom? (fora a qualidade de vida que tanto já
falei aqui no blog) Fizemos uma nova família aqui! Temos amigos tão, mas tão
maravilhosos que preenchem esse buraco no nosso coração. Amigos com quem
podemos contar nos momentos difíceis, um grande grupo de famílias com crianças
pequenas que formam a nossa “aldeia” e nos ajudam a criar o Lucas. Arrisco
dizer que nosso grupo de mães/pais é muito maior e unido do que seria no
Brasil. Todos que conheço por lá tem, claro, amigos com filhos, mas não se vêem
com a frequência que nos vemos aqui. Claro que ajuda o fato de a maioria das
mães aqui não trabalharem integral e todas precisarem de companhia (leia-se
ajuda) pra entreter os filhos durante a semana porque senão a gente pira
ficando 24horas com essas crianças hiperativas desafiadoras! haha Sabe
aquele ditado: “é preciso uma aldeia pra se criar um filho?” Pois é, a nossa
aldeia são os amigos e eu não poderia estar mais feliz com os que fiz em terras
australianas. :)
A Aline me perguntou também como estava o trabalho. Está
o mesmo de sempre, ainda estou como paralegal no mesmo escritório de advocacia
em que sempre trabalhei aqui. O Thiago na verdade é que teria infos mais
interessantes pra passar nesse quesito, já pedi a ele pra escrever textos pro
blog, mas tá difícil…
Bom, essas foram as atualizações pós viagem, no próximo
post retomo aos assuntos específicos que me sugeriram. Até breve!
nice post, thanks for sharing
ResponderExcluirOi Denise, porque vc não faz uma entrevista com o Turino hehehe, assim vc colhe as informações e ele não tem o trabalho de compilar e escrever o texto.
ResponderExcluirQuando eu perguntei sobre outras profissões (me interesso muito pela área de eventos, mas também estou cogitando uma mudança radical pra child care) eu ia te sugerir pra entrevistar pessoas do seu convívio que trabalhem em áreas diferentes. De repente na sua "aldeia" tem um chef de cozinha, um psicologo, sei lá, chutando. Mas claro, entendo que vc não é blogueira de profissão e faz isso de coração para nos ajudar (e ajuda muito, tanto com informação como com esperança).
beijocas e espero te conhecer em 2018 aí na AUS!!!
Jacqueline
Oi Jaqueline. Pois então, eu já tentei, mas as pessoas não me respondem… :(
ExcluirFazer entrevista oral pra eu compilar depois não rola por falta de tempo, mas acho que não custa nada o Sr. Thiago escrever um texto pro blog.
Eu tenho uma grande amiga que trabalha com childcare, vou pedir a ela um post.
Com certeza nos conheceremos quando vc vier pra cá!
Bjs,
Denise
Boa tarde! Parabéns pelo blog! Eu me meu marido mudaremos para Melbourne no primeiro trimestre. Ele já validou diploma como engenheiro civil e nosso visto é de residente. Minha formação é na área administrativa. Por favor, poderia indicar o curso que você comentou de linguagem/inglês específico para atuar na área? Pode ser para funções de secretária ou qualquer outra em escritório. Meu inglês é avançado, mas acho que pra trabalhar nessas funções precisaria aprender algo mais específico. Qualquer dica já ajudaria pois estou perdida e não sei em que área devo procurar emprego. Sempre fui empresária ou trabalhei em áreas administrativas e não me importo em trabalhar em outros cargos. Estamos mudando para explorarmos a vida em busca de mais segurança e alegria.
ResponderExcluirAgradeço muito por tudo o que você escreve que nos ajudou em cada passo da nossa trajetória e agora finalmente iremos! Felicidades pra você e sua família!
Oi Ju. Eu não fiz nenhum curso de inglês quando cheguei aqui, só o Skillmax que é um curso que ensina como procurar emprego (http://awaywego-rumoaaustralia.blogspot.com.au/2012/03/skillmax.html).
ExcluirCom sua experiência na área administrativa vc tem um leque grande de empregos para tentar, desde aqueles voltados a secretariado, executive assistant, até office manager. Faz uma pesquisa de vagas no site do Seek (www.seek.com.au) e vê os requisitos dessas vagas, daí vc consegue cruzar com a sua experiência e ver no que vc conseguiria atuar aqui. Boa sorte!
Obrigada!!! Só li agora, porque estava viajando de férias.. Continue postando. por favor! :)
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